domingo, dezembro 30, 2007

Um Excelente 2008







Desejo-vos o mesmo que desejo aos que muito amo, muita, muita saúde. Vê-los cheios de saúde é tudo o que preciso para ser feliz.

O resto façam como Eu… relax and
.


Canela

Descobertas de 2007

Que o tempo ganha a dimensão-da-vida quando tu sorris. (A Madrinha)

A Kiquinha cresce em peso, tamanho e graça. Adora música. No quarto mês de vida entrou na fase de imitar tudo e todos. Sempre que finjo tossir, ela coloca a sua minúscula linguazita para fora e faz-que-tosse. Depois eu desato a rir e ela, claro, não se faz rogada e desata a gargalhar.


Canela

sábado, dezembro 29, 2007

Outdoor Gigantesco!

Que dizia:
«Bem-vindos à Festa, excepto a Jasmim»

Com a população local toda junto ao outdoor, a perguntar:
É a jasmim?!
Eu?! Não! Sou a Canela!
Conhece a Jasmim?!
Vagamente! É uma gaja que escreve umas palermices num blog fracote.



Espera que para o ano vais vê-lo só assim… no “Blog”!

Bolo magnífico! Vou dizer a verdade, como sempre!!! Feito pela minha mãe e decorado por mim. Para o tornarmos uma “Bomba Calórica” a minha mãe contribuiu com o recheio de leite condensado e eu com o chantilly.


Canela

Say Goodbye to 2007

and... Relax


Canela

sexta-feira, dezembro 28, 2007

quinta-feira, dezembro 27, 2007

No Natal também se explicam estórias

Bate à porta nas manhãs frias de Domingo, nas mesmas manhãs em que me é autorizado o prolongar da preguiça, nas minhas manhãs de Domingo de cama e de livros. Entra sorrateira, traz a chave de casa nas mãos, dá-me um beijo de fugida, vai tirando os sapatos, salta para a cama e só depois pergunta:
- Estás a ler?! Como sempre! Posso ir buscar um livro?!
Sorrio, aceno que sim com a cabeça e fico a observar o seu comportamento.
Escolhe, demoradamente, o livro, enquanto vai dizendo:
- Temos duas horas para contar estórias. Leio um bocadinho, mas depois contas-me uma estória.
E, já a saltar, novamente, para a cama, decide inquerir-me:
- Pode ser?!
Volto a sorri-lhe, enquanto ela escolhe o seu lugar no conforto da cama.
- Aqui é bom ler, não é?!
- Eu gosto – respondo-lhe.
- Contas-me uma estória?!
- Não. Vamos fazer um jogo.
- Que jogo?
- Vamos ambas contar uma estória. Tu começas a contar a estória e quando achares que chega, sem a terminares, dizes-me que eu continuo, depois eu passo-te, outra vez, a estória para tu a continuares, e assim sucessivamente. Nenhuma de nós a pode terminar. Concordas?
- Que giro – responde. Nunca tinha contado uma estória assim!
A estória começou. O cenário descrito era triste. Existiam vários medos. Duas crianças abandonadas á sua sorte, cães a latir, fome, frio, dúvidas e saudade.
Ninguém tão pequeno consegue descrever com tanta nitidez uma estória tão triste. Ninguém tão pequeno deveria conseguir descrever com tanta nitidez uma história com contornos tão obscuros.
Virou-me as costas quando as dúvidas a assolaram.
- Gosta de mim? – perguntou
- Gosto muito – respondi, enquanto a abraçava.
- Achas que a minha mãe, ainda, se lembra de mim? – referia-se à mãe biológica.
- Tenho a certeza que te ama muito e que tem muitas saudades de ti.
Era a minha vez de prosseguir a estória. Mudei as cores do cenário. Falei-lhe de todos os corações que batem por ela. De quanto todos a amamos. De quanto os pais adoptivos e os pais biológicos a amam. Expliquei-lhe que os cães latem para comunicarem e o significado de pais adoptivos e pais biológicos.
E, ainda mesmo, antes da estória terminar, saltou, desta vez, para cima de mim e no meio de um abraço muito, muito apertado, perguntou:
- Sabes porquê que te amo tanto?
- Não! – respondi, só para ouvir a resposta.
- Porque me explicas tudo tão bem!
- Bom! Está na hora de voltar para casa. Não quero que os meus pais (pais adoptivos) cheguem e não me vejam! Podemos contar, mais vezes, estórias, assim?!
No Natal também se explicam histórias.


Canela

«Haiku»


Luar em noite nublada –
um rio, murmurando em japonês,
faz-me sentir em casa.



Yoshino Yoshiko


Canela

C’est vrai

Rien n’est plus lent que la véritable naissance d’un homme.

MargueriteYourcenar


Canela

segunda-feira, dezembro 24, 2007

O Postal de Natal…

… como nos tempos da faculdade!
Das prendas que ADORO.


Nota 1: Só uma sugestão (bem se vê que não percebes nada de bactérias!!!) é favor substituir Streptococcus por Pseudomonas (ler, por favor, Pseudo Monas!!!!) pelo menos sempre produzem piocianina (azul)!
Feliz Natal e um beijinho grande para o N. a R. e as crias (palavras do meu sobrinho X.!!!) o X. e o P.


Nota 2: Não achas que me desenhas-te um bocadinho… como dizer?!... GORDA! Não sei! Se fosse depois do Natal!!! Mas para já (ainda!!!) entro no 34.


Nota 3: Bolo-Rei com Penicillium não?! O quê que achas que tinha o de Sábado????!!!

Desenho do N.


Canela

domingo, dezembro 23, 2007

From: Jasmim e Canela

To: You


Kisses and a Huge Xi-coração to You


Imagem de Bruno Alves (“Feliz Natal”), retirada do sítio “1000 imagens”


Canela

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Nãoooo Acreditooooo!!!!!


Então não é que este querido, após uma exaustiva leitura do “Blog”, decidiu antecipar-se e desejar-me (desejar-nos!) um Feliz Ano Novo.
Happy New Year to you too, George!


Canela

Natal no Porto

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?



David Mourão-Ferreira in “Natal à Beira-Rio”
Fotografia retirada de New York Times


Canela

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Presépio


Canela

Tão organizada!

Não primo pela organização, mas ando surpreendida comigo, com a minha capacidade de organização, com a quantidade de coisas que consigo fazer em simultâneo, tudo com um cronómetro (quase) na mão. Tenho a minha vida cronometrada à milionésima de segundo, mas já ventilo como se fosse abrandar por alguns dias.
Ao contrário do ano passado, já fiz, praticamente, as compras todas. Já tenho o café aromatizado com chocolate, o café aromatizado com canela, o chá (mais um para juntar aos cerca de cem), os queijos todos comprados (ainda estou para ver quem vai conseguir comer tanto queijo. Eu, claro!), só me faltavam as lichias (Natal sem lichias não é Natal!), que comprei hoje.
Agora, só falta mesmo o Natal. Fico a aguardar.


Canela

quarta-feira, dezembro 19, 2007

How many colors can you get?

Because…
Constant is always white



Let's ask a poet with no way of knowing.
Someone who can give us an answer,
another duplicity to help double the world.

What kind of poetry is all question, anyway?
Each question leads to an iceburn,
a snownova, a single bed spinning in space.

Poet, Decide! I am lonely with questions.
What is snow? What isn't?
Do you see how it is for me.

Melt yourself to make yourself more clear
for the next observer.
I could barely see you anyway.

A blizzard I understand better,
the secrets of many revealed as one,
becoming another on my only head.

It's true that snow takes on gold from sunset
and red from rearlights. But that's occasional.
What is constant is white,

or is that only sight, a reflection of eyewhites
and light? Because snow reflects only itself,
self upon self upon self,

is a blanket used for smothering, for sleeping.
For not seeing the naked, flawed body.
Concealing it from the lover curious, ever curious!

Who won't stop looking.
White for privacy.
Millions of privacies to bless us with snow.

Don't we melt it?
Aren't we human dark with sugar hot to melt it?
Anyway, the question—

if a dream is a construction then what
is not a construction? If a bank of snow
is an obstruction, then what is not a bank of snow?

A winter vault of valuable crystals
convertible for use only by a zen
sun laughing at us.

Oh Materialists! Thinking matter matters.
If we dream of snow, of banks and blankets
to keep our treasure safe forever,

what world is made, that made us that we keep
making and making to replace the dreaming at last.
To stop the terrible dreaming.



Brenda Shaughnessy in "Why is the Color of Snow?"


Canela

Sending a Present

Um dos meus afilhados suecos adora esta música. E digo um porque ganhei outro. A conversa foi mais ou menos assim:
A minha madrinha é muito cool e a tua é totó!
A pergunta surgiu de imediato:
Podes ser, também, a minha madrinha?!
Pela primeira vez na vida (nem na faculdade) o próprio me pediu para eu ser a madrinha, julgo que agora tem três madrinhas?!
Eu aceitei com um sorriso de orelha-a-orelha, agora tenho quatro afilhados.
Voltando à música, tenho acordado, quase invariavelmente, com ela, se não acordo, ouço-a logo a seguir ao banho e com ela despertam todas as imagens que guardo do A.
A meiguice e a ternura que o A. transporta, bem portuguesa por sinal (igualzinho à madrinha!). Os nossos mimos matinais. E o facto de gostarmos tanto e de nos divertirmos tanto quando estamos juntos.
Como o A. visita o “blog”, aqui fica a música, mas deixa-me dizer-te meu amor lindo:
Never it’s too late to apologize.


Canela

terça-feira, dezembro 18, 2007

«She» ou um final feliz



Canela

Something in your words…

Dos Livros de Infância que guardo religiosamente
«João mata-sete»



Pouco depois, passou perto de um bosque, encontrou uma jovem de longos cabelos negros, nos quais havia enfiado uma margarida, e que estava colhendo flores.
- Bom dia, senhorita. Qual é o melhor caminho para se atravessar o bosque?
A moça não quis acreditar no que ouvia. Arregalou seus belos olhos negros, endireitou o chapelão de palha e disse:
- Atravessar o bosque? Não faça isso! Então não sabe que neste bosque vive o gigante malvado?
João empertigou-se, assumiu um ar de superioridade e, com um sorriso, falou:
- Gigante malvado? Ora, não tenho medo. Já matei sete, de um só golpe.
A moça pegou o ramalhete que havia acabado de colher e olhou com profunda admiração para João, dizendo:
- Sete? Oh… nesse caso, o melhor caminho é aquele, da direita.

Um homem que mata sete, de um só golpe, não pode ter medo.

Mas… resta saber se a princesa quer casar comigo. Todos os olhos se voltaram para a linda jovem de cabelos cor de ouro que, cantando, respondeu docemente:



Eu não digo que sim
eu não digo que não
eu preciso saber
se você vai poder
cumprir a missão.

Eu não digo que sim
eu não digo que não
se você for valente
e lutar bravamente
eu serei sua, então.



A never ending story…
onde cada um escolhe o final que quer, para uma estória com um final feliz.

Canela


domingo, dezembro 16, 2007

Das prendas que gosto de receber…

… o calendário adventício. Obrigada Dona M. A.
Já comi os chocolates todos até ao dia 16. Todos de uma só vez. Neste momento o esforço para não comer os restantes é bastante grande e, como tal, já não prometo, sequer, que o dia 31 chegue ao dia 24.


Canela

Flores do Jardim/Quintal


A I. que é uma das minhas fotógrafas predilectas e a única pessoa capaz de me capturar em fotografias fantásticas, também colheu uma das flores do quintal. A flor do maracujá. Está linda! Obrigada.


Canela

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Richard Brautigan

Just because
people love your mind,
doesn't mean they
have to have
your body,
too.


Richard Brautigan in “Just Because”

Canela

Camuflagem

Fico a aguardar…


Fotografia de autor desconhecido

Canela

Despretensioso

A palavra mais usada para caracterizar o “Blog”. Assim sendo, foram atingidos todos os objectivos. Sem pretensões, subscrevo-a na íntegra.


Canela

quarta-feira, dezembro 12, 2007

«Thank God, it's you, baby, this time, instead of me»


I don’t know what is it,
but I distrust myself
when I start to like a girl
a lot.

It makes me nervous.
I don’t say the right things
or perhaps I start
to examine,
evaluate
compute
what I am saying.

If I say, “Do you think it’s going to rain?”
and she says, “I don’t know,”
I start thinking: Does she really like me?

In other words
I get a little creepy.

A friend of mine once said,
“It’s twenty times better to be friends
with someone
than it is to be in love with them.”
I think he’s right and besides,
it’s raining somewhere, programming flowers
and keeping snails happy.
That’s all taken care of.

BUT

if a girl likes me a lot
and starts getting real nervous
and suddenly begins asking me funny questions
and looks sad if I give the wrong answers
and she says things like,
“Do you think it’s going to rain?”
and I say, “It beats me,”
and she says, “Oh,”
and looks a little sad
at the clear blue California sky,
I think: Thank God, it’s you, baby, this time
instead of me.



Richard Brautigan in “It’s raining in love”
Imagem de Alba Luna (“November Rain”), retirada do sítio “Olhares”


Canela

terça-feira, dezembro 11, 2007

Controlo

A minha mãe diz que eu sou coca-bichinhos ou bicho-coquinhas! Diz que me prendo a detalhes, que me perco na minuciosa, que vejo e revejo as mesmas coisas vezes sem conta.
Em suma: louca ou perfeccionista!
Hoje, desejei que a minha mãe estivesse por perto, para ver o que é alguém, realmente, amarrado a detalhes!
A tarde foi passada a falar na necessidade de controlar o controlo, do controlo, do controlo e do controlo. Claro que, também falamos no controlo da estatística. E terminamos a falar no controlo, do controlo da lavagem. Eu não podia estar mais de acordo, gosto de pensar (na maioria dos casos, é só de pensamento que se trata!) que tenho tudo sob controlo. Agora, desnecessário será dizer que terminamos a rir sem nenhum controlo.



Canela

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Driving Home for Christmas


Só para comemorar o reaparecimento do “Goear”


Canela

Sem assunto…

Oh pá! Depois de meses a aguardar pela transformação do “Goear”, depois do “Goear” ter desaparecido do sítio, depois do “Goear” ter reaparecido sem fazer o download das músicas. Finalmente, hoje, o “Goear” parece dar mostras de que vai funcionar direitinho! Até custa a acreditar! Toda esta espera é fruto da minha fidelidade canina, nem que seja ao “Goear”. Este “post”, eu sei, é sem assunto, mas eu também tenho dias assim… sem assunto.


Canela

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Até breve

Nem tudo se pode partilhar, porque se fosse possível, hoje, carregava contigo toda a tua dor.


Canela

terça-feira, dezembro 04, 2007

Existe algum bom senso no Benfica?!

Segundo Antonio Camacho o Benfica tem de aprender a jogar à FCP.


Canela

Como se desenha o vento?


Quando o tempo escassear,
escreverei um livro
em folhas de vento e palavras de nastro.
Atarei às arestas as emoções e a meio
construirei um lago
onde lançarei os sentimentos.
Será um livro fácil de ler,
mas de utilidade limitada.
Um livro que se lerá de baixo para cima,
onde mergulharás em sentimentos,
te atarás às emoções e poderás voar com as palavras.
As folhas nunca as possuirás,
são únicas e indeléveis.
São matéria do tempo
e átomos agitados de um dia.



Imagem de Roberto Cicchine (“lavaggio auto”), retirada do sítio “Olhares”


Canela

domingo, dezembro 02, 2007

Christmas Time


And I think to myself.... what a wonderful world!


Canela

quinta-feira, novembro 29, 2007

Alado

Viveu em tempos um pintor que nunca conseguia acabar de pintar
uma ave, fosse ela uma cegonha ou uma garça. Quando se preparava
para dar a última pincelada, ela levantava voo.

E o pintor ficava muito tempo ainda a persegui-la com o pincel no
céu azul…




Jorge de Sousa Braga in “A Última Pincelada”
Pintura de Andrew Newell Wyeth in “Overflow”


Canela

terça-feira, novembro 27, 2007

A galhofa à hora de almoço

A propósito de uma notícia publicada no Jornal de Notícias de Sábado, um amigo deu o mote ao tema: vocês leram o JN de Sábado acerca do livro «A medicina na voz do povo», publicado pela Bayer e escrito pelo otorrinolaringologista do Porto – Carlos Barreira da Costa. Não!
Então ouçam, e digam lá se já não ouviram algo semelhante, ou pior! E foi dando exemplos:
"A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença espermatozóides"
"Tenho a língua cheia de Áfricas".
"Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João".
"Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal".
"Venho aqui mostrar a parreca".
"A minha pardalona está a mudar de cor".
"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".
"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".
"Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos".
"Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta".
"O meu reumatismo é climático".
"É uma dor insepulcrável".
"Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool"
"Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem".
"Eu sou um fumador invertebrado".
"Fui operado ao panquecas".
"O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás".
"Fiz uma mamografia ao intestino".
"Ando a tomar o Esperma Canulado"- Espasmo Canulase
"Tomei Sexovir" - Isovir
"Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores".
"Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém".
Mais exemplos aqui.
Claro que nós temos muitos outros exemplos, mas são inenarráveis neste “blog”, entre cada um deles gargalhávamos até mais não, e desnecessário será dizer que o trabalho à tarde correu às mil maravilhas. Haja boa disposição e bem-haja a quem nos dispõe tão bem!



Canela

segunda-feira, novembro 26, 2007

Cross Link

Quando me disseram: «Estou cansada até à medula!».
Eu pensei: A mim é a medula que me cansa até ao tutano!



Canela

domingo, novembro 25, 2007

Tao Te Ching

Mais um comentário que passou a “post”, enviado pela Ângela

Look, and it can't be seen.
Listen, and it can't be heard.
Reach, and it can't be grasped.

Above, it isn't bright.
Below, it isn't dark.
Seamless, unnamable,
it returns to the realm of nothing.
Form that includes all forms,
image without an image,
subtle, beyond all conception.

Approach it and there is no beginning;
follow it and there is no end.
You can't know it, but you can be it,
at ease in your own life.
Just realize where you come from:
this is the essence of wisdom.


Canela

sábado, novembro 24, 2007

Lua

A Lua apareceu com o ventre dilatado,
transportava a água das flores e o néctar das lágrimas.
Ao rio atirou estrelas e no mar lançou a paixão perdida
no azul.
Na areia dilacerou a angústia do seu último raio de Sol
e em mim adormeceu, para jamais acordar.



Imagem de Raul Alexandre (“Voos Finais”), retirada do sítio “Olhares”

Canela

quinta-feira, novembro 22, 2007

Newbie Lucky



Em dias que começarão assim.


Canela

quarta-feira, novembro 21, 2007

terça-feira, novembro 20, 2007

O que me deixa feliz...

… sentir que as palavras carregam alegria e vontade de brincar.


Canela

domingo, novembro 18, 2007

Perguntas difíceis

Ao fim de oito horas consecutivas de trabalho, continuávamos os três a fazer cálculos de cabeça, e, mesmo assim, mantínhamos a concentração possível. Eu sugiro que a organização avance para a chamada “linha-de-montagem”, porque qualquer perda de tempo e concentração (no nosso caso) são irrecuperáveis. Quando, finalmente, conseguimos atingir a máxima concentração (possível) e rentabilização do trabalho, alguém pergunta:
Quem inventou os eppendorfs?! Será que também se chamava Eppendorf?!
Só não lhe batemos por pouco, mas ficamos os três a pensar. E, já no final da tarde, eles os dois saíram para almoçar e eu para cortar o cabelo.
Neste preciso momento, se alguém me fizer uma pergunta difícil ou paro de trabalhar, ou saio para jantar, das duas uma.


Canela

Prova do Aquecimento/Arrefecimento Global no Quintal (cont.)





Canela

No Prolongamento da “Declaração de Amor”

Igreja Matriz de Matosinhos

Na cidade onde o mar começa, e dentro das notáveis obras do arquitecto italiano Nicolau Mansoni, temos a Igreja Matriz de Matosinhos, belíssimo monumento do barroco. No seu interior podemos observar as duas fileiras de cinco arcos quinhetistas, que dividem o edifício em três corpos de nave. A nave principal encontra-se totalmente revestida por talha dourada. Do seu espólio consta, ainda, um magnífico órgão de tubos, que no mês de Dezembro, com os seus concertos, traz o sonho à cidade.


Canela

quinta-feira, novembro 15, 2007

Lugares, paladares e amores irresistíveis

Nos lugares de sonho também se guardam memórias de cores, cheiros e sabores.
Hoje ao ler este post não resisti a continuar aqui a "declaração de amor".
Como em todas as paixões, a que existe entre o mar e o rio é absolutamente arrebatadora, por isso é impossível passear indiferente na foz. A foz é a cor do amor-perfeito, o cheiro fresco e doce do mar que nos envolve, com noites de luar que guardam sonhos-de-amor rigorosamente delineados pelas centelhas de luz que iluminam o areal da Praia da Luz.
Assim sendo, onde começa o mar também existe:

A Padaria Ribeiro em Matosinhos
Onde se podem saborear as melhores empadinhas de vitela que conheço, o melhor apfelstrudel que conheço, o melhor Bolo-Rei, Bolo-Rainha e Bolo-Rei com chila que também conheço.

Vinho & Coisas
"A melhor garrafeira do país está em Matosinhos. Paris vale uma missa e a Vinho & Coisas vale uma visita de estudo."

Quanto ao Vinho do Porto
Eu continuo a preferir os Vintage e a minha pequena colecção começa nos anos 60, num dos melhores anos de Vintage. Advinhem se quiserem!
Por isso à pergunta: "Quando vais abrir uma garrafa?"
Respondo (invariavelmente): Numa altura especial!
"Quando?"
Mais alguém, para além de mim, vai saber… e saborear!


Canela

quinta-feira, novembro 08, 2007

Em profusão de sentidos


Se eu te disser
que sinto cada impulso neuronal
que te percorre o corpo
quando me tocas a pele.
Cada gesto teu.

Se eu te disser
que ouço os segredos que guardas
na recôndita fantasia.
Cada palavra tua.

Se eu te disser
que vejo as imagens que crias
quando te entregas
a um olhar.
Cada feitiço teu, em cada feitiço meu.

Abandono-te meu amor
o interminável poema
para o finalizares
sempre
que
nos
apetecer.



Dedicado aos que nos acompanharam
Se este for o último dia será assim... em profusão de sentidos.


Canela

Hoje é o Primeiro Ano…

… do inicio do Blog, e do resto dos nossos dias.
A partir de hoje, escancaram-se as portas ao futuro.
Obrigada a todos aqueles que nos acompanharam durante este belíssimo ano.
Obrigada aos que foram deixando comentários ao longo deste tempo (obrigada Piro pelo primeiro comentário).
Obrigada pela motivação e incentivo constante (Ângela tens de ler as postagens mais recentes!)
Obrigada.



Canela

quarta-feira, novembro 07, 2007

Cores, Letras e Poesia



Eu de barba branca a tiracolo
rodeado de fumo por todos os lados vadios
menos pelo lado do mar
com um incêndio à ilharga
e dois artelhos clandestinos
eu salvo miraculosamente para te amar e curar
e esperar o teu regresso glacial e escarlate
que escrevo poemas desde que um rato
me entrou prós pulmões e só por causa disso
eu que disse: há um cancro no mapa universal
e engenheiros, geógrafos, doutores se apressaram a negá-La
eu da cintura pra cima de alcatrão e terror
e do umbigo pra baixo de quiosque chinês
eu não espero piedade obrigado




António José Forte in “Declaração”
Pintura de Ana Cesária (“As cores das Letras”)


Canela

Muito perto de perguntar...

Depois de 6 horas consecutivas de trabalho, e antes que a minha mãe me ligasse a perguntar:" Já almoças-te?" "Não me digas que hoje não vais almoçar outra vez?" "Quanto tempo, mais, julgas que vais aguentar assim?" Olhei pela janela, o dia estava lindo, quente, um sol brilhante, desejos de mar e pés descalços na areia. E, de repente uma vontade incontrolável do melhor apfelstrudel que conheço, muito melhor do que o austríaco.
A conjugação perfeita: sol, praia, o divino apfelstrudel (quente) sem gelado de baunilha (não tive coragem de o pedir e ouvir: "Não temos!"), as melhores empadinhas de vitela que conheço encomendadas para o jantar, e talvez um pouco a destoar uma meia-de-leite. Tudo perfeito. O telemóvel tocou: "Estou a almoçar!"
Quando me preparava para pagar, a minha cara de cansada denuncia-me, não me apetecia levantar. Nesse preciso momento alguém diz: "Deixe-se estar a descansar mais um pouco que eu faço isso por si!" Eu estou quase a perguntar: "Quem é que me anda a enviar anjos?!"



Canela

terça-feira, novembro 06, 2007

Sete


Daria as vidas que lhe restam
por minutos
em seus braços
Cinderela
sem queixume
à meia-noite
de volta pro borralho
Mulher-gato
retornaria
todo dia
só para lamber sua boca
de Batman
Cravaria o gatázio em sua carne
quem sabe alcançaria
um coração
no peito?
Pois quem gateia é ele
foge
negaceia
brinca de gato e rato
Diante disso
ela se contenta
em gatafunhar seus escritos




Ana Guimarães in “Seis”
Imagem de autor deconhecido.

Canela

segunda-feira, novembro 05, 2007

Há dias assim…

No final do meu trabalho matinal, ainda à conversa com eles, recebo uma chamada a dizer: Por favor desça que já entrei em trabalho de parto. Não queria acreditar, apesar de já o esperar desde o fim-de-semana, mas, hoje de manhã quando a vi entrar ainda lhe disse: Desça para se examinada e quando eu terminar vou busca-la para irmos tomar o nosso descafeinado. Há trinta e nove semanas que tomamos diariamente (em cinco dias da semana) o nosso descafeinado. Hoje a M. não nos deu tempo.
- Já sabe! Cancele tudo o que tem para fazer que eu quero que fique comigo.
- Os seus pedidos são ordens!
O dia foi longo e deu para tudo, até para constatar que, um dos médicos, que também vai ser pai brevemente, tinha ido de férias sozinho.
- Não podes estar a falar a sério!
- Porquê?! Tu não saberias o que fazer numa situação semelhante?!
- Eu?! Então não saberia! Comigo nem ias. E se fosses, no teu regresso tinhas as malas à porta. – entretanto ia pensando – Há homens com sorte.
- Os teus padrões de exigência sempre foram muito elevados!
Perante semelhante afirmação só me restou sorrir e continuar a pensar: De facto, há homens com sorte.
Á medida que o tempo ia passando a A. ia dando sinais de que o parto estaria para breve. Às quatro da tarde já estávamos todos a postos para receber a M.
- E o pai! Onde está?!
- Não o quero comigo Jasmim. Ele não vai aguentar.
Realmente, não podia deixar de pensar: Há homens com sorte!
O pai chegou, e não aguentou.
Mas desta vez eu compreendi. O parto foi complicado e para a M. nascer foi necessário recorrer a ventosas.
No final com toda a gente transpirada e exausta, a primeira coisa que fiz depois de me comover ao ver a M. nascer, foi agarrar-me aos beijos à A. As mulheres são, sem dúvida, seres extraordinários. A A. foi cortada, sofreu imensas dores, ficou exausta e não disse um ai.
A M. é um bebé lindíssimo, enorme e entrou no mundo com uma vitalidade invencível.
Sai a chorar quando a A. agradeceu a toda a equipa (comovida) e no final me segredou: Obrigada tia Jasmim, em nome da M.
Agora encontro-me a escrever o que lhe devia ter dito:
Eu é que agradeço A., o facto de me ter escolhido para partilhar consigo o nascimento da M.
Para ti minha centelha de Sol: Sê bem-vinda meu amor Lindo.


Canela

domingo, novembro 04, 2007

Prova do Aquecimento Global no Quintal (cont…)

Já temos mamões ou papaias!


Conseguem ver por baixo dos cinco estigmas já necrosados o mamão ou a papaia (bolinha branca)? Pois é, aí estão!
Vou só relembrar que estamos em Novembro, que tomei café na praia de T-shirt, que estavam pessoas no areal e na água de fato-de-banho e que olhar para as montras das lojas de decoração e ver os ornamentos de Natal me causa estranheza.


Canela

O filme…

… de Francis Ford Coppola – Youth Without Youth – foi adaptado para o cinema a partir do livro, com o mesmo nome, do romancista, ensaísta, filósofo e historiador romeno Mircea Eliade.

As obras que permanecerão para além do tempo.


Canela

«We are running out of time»




Youth Without Youth – Francis Ford Coppola



Canela

sábado, novembro 03, 2007

Paixões – Chá e Poesia

A 6000 rpm

E quando o tempo acelera e pede pressa
Eu recuso faço hora ponho a valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo o mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta para perceber
Será que temos esse tempo p'ra perder
E quem quer saber?


João Pedro Pais e Mafalda Veiga in “Paciência”
Composição: Lenine e Dudu Falcão


Canela

Paixões…

… o lado simples da vida, os que nos olham nos olhos, os que seguem de cabeça erguida, os de sorriso fácil e olhar despretensioso, os que esticam a mão, os que transportam os sonhos dos outros.


Canela

sexta-feira, novembro 02, 2007

Blog com prognóstico reservado

Há uns tempos atrás já tinha falado aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Também prometi aqui, que voltaria a falar neste assunto e, como não costumo faltar ao prometido… Chegou o momento. O blog está quase a completar um ano. Inicialmente pensei dar a notícia nesse dia, mas depois cheguei à conclusão que esse seria um dia para comemorar e não para dizer adeus. Não sei se é um adeus definitivo, se vou aparecer pontualmente, ou se inicialmente aparecerei pontualmente e depois desaparecerei. Não sei rigorosamente nada acerca do futuro do blog, sei apenas as razões que me levam a fazê-lo neste momento: as osteomielites, as artrites sépticas and so on - o meu doutoramento.
Todo o tempo livre que tiver, depois do meu trabalho, vai ser canalizado para este projecto e acreditem que não é muito, por isso acabaram-se as saídas (só com algumas excepções), os fim-de-semana sem trabalho (que praticamente nunca soube como eram), as férias (por isso as deste ano foram «fabulásticas», como diz a primoca), em suma terminaram os míseros resquícios de “boa-vida”, para ser gerada uma nova etapa.
Para os que me tentaram aliciar e fazer prometer que não abandonaria o blog aqui vão alguns recados:
- Criem um blog, para me manterem ocupada nos tempos de desânimo e exaustão.
- Os que já têm, por favor, escrevam mais e com mais assiduidade! Hello Farmácia!
- Este vai continuar aqui, pois está claro!
- Vou continuar a escrever mas por outras bandas e com mais objectividade, seguríssimo!
- Se me sobrar tempo prometo que escreverei, aqui.
- Quando começar a escrever muito no blog, deduzo que não será um bom sinal!
O blog irá permanecer igual a si mesmo, aberto às avaliações que quiserem fazer, mas com uma enorme parte de mim. A «minha cara» - como dizem alguns de vocês. Não interessa por quantas partes sou constituída, qual o meu fenótipo, ou nome próprio. Aqui só interessa o que realmente me fez e faz feliz.
Prometo que, nestes últimos seis dias me manterei por aqui, depois tudo será um espaço aberto. Um espaço onde cabem mil coisas.


Canela

quinta-feira, novembro 01, 2007

Diz o povo e com razão…

Que um disparate nunca vem só.

"Desde a revolução francesa que a esperança tem estado sempre à esquerda. Mas hoje não há mais esquerda na Europa. O que os jovens vão querer? Vão querer dinheiro! A Europa actualmente é o cheiro do dinheiro, que é tão sufocante e pode vir a ser um grande Macau ou uma explosão enorme", afirma. A crise na cultura, por outro lado, levará a uma crise na ciência.

George Steiner in Ciência Hoje


A propósito da Ciência, Senhor Steiner, seria tão bom que se lembrasse que grande parte dos cientistas que fazem investigação nos Estados Unidos, e que fazem evoluir a ciência são Europeus.
Já agora, Senhor Steiner, diga-nos ao que “cheira” os Estados Unidos quando aniquila os países limítrofes, já para não falar no Iraque e nos restantes onde o Senhor Bush pressentirá o “cheiro” de armas de destruição maciça.
A ciência não se coaduna com a falta de honestidade, de espírito crítico e muito menos com “crises existenciais”.

Mais exemplos aqui.


Canela

Sem vacina


Canela

É tão fácil


Sempre que me perguntas: Como é que consegues fazer 1000 coisas ao mesmo tempo?
Eu respondo-te: Amo tudo o que faço. É tão fácil!


Canela

Em tons de Azul


Sei que nunca viste o coração,
que nunca olhaste a onda sobre a onda,
que nunca fizeste castelos para o mar ser forte.

mas sei que já viste o coração das coisas,
que já tocaste a ferida nos nossos braços,
que já escreveste para sempre o nome da terra.

por isso te digo que vou levar-te o mar
na concha das minhas mãos, azulíssimo,
para que nele descubras o meu nome
entre os seixos os búzios os rostos que já tive.



Vasco Gato in “Um Mover de Mão”
Pintura de José Barbosa (“Coral”)

Canela

terça-feira, outubro 30, 2007

Timoneira do meu Navio


Quer cometer suicídio?
Não sei responder a esta pergunta que me foi colocada num passado recente. Sei que hoje será o fim e o princípio do acto que foi catalogado como tal.
Não temo nada. Não sei por onde vou, só sei que não vou por aí. Gosto de seguir os meus próprios passos.
Acto suicida?!
Loucura?!
Chamem-lhe o que quiserem, Eu chamo-lhe vida. Sigo em frente, se for necessário criarei um “bypass”, mas não volto atrás, por isso, agora, sigo sozinha. Já nada me detém. Sou timoneira do meu navio. Rumo a um sonho. No negro da noite rumo à luz que ofusca e amedronta.
Obrigada por todo o apoio, vou precisar muito de todos vocês, mas tenho de seguir sozinha. Sou coerente (dentro da atitude suicida), responsável (no jogo da roleta russa) e louca (por pôr em causa o impensável). Sempre me senti absolutamente identificada com o poema do José Régio, com o qual dei início ao Blog, hoje mais do que nunca.
Eu amo o longe e a miragem. Sempre amei.



Canela

segunda-feira, outubro 29, 2007

O que os amigos nos dizem:

Agora foi o JM

Áries: O Diabo de Desafio Enérgico. Aventureira e espontânea. Confiante e entusiástica. Divertida. Ama um desafio. EXTREMAMENTE impaciente. Às vezes egoísta. Fusível curto (enfurece facilmente). Inteligente. Apaixonada. Gosta de sair. Perde o interesse depressa. Facilmente entediada. Corajosa. Tende a ser física e atlética.

Como se todo isto não bastasse pediu-me para responder, e já agora como eu “amo um desafio” e tenho “pavio curto”. Aqui tens tu a resposta:

VIRGEM: O Perfeccionista. Dominante nas relações. Conservador. Quer Sempre ter a última palavra. Argumentativo. Preocupado. Inteligente. Antipatiza com barulho e caos. Ansioso. Trabalhador. Bonito. Difícil de agradar. Severo. Prático e muito exigente. Frequentemente tímido e pessimista.


Em ti reconheço o perfeccionismo; a inteligência; o carácter prático, trabalhador e altamente exigente, e por último sei que estás à espera que te diga que és… bonito! És Lindo!


Canela

domingo, outubro 28, 2007

Amanhecerei assim…



Canela

A flor que jamais poderás colher é tua


Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma página
E aproveito o facto de teres chegado agora
Para te explicar como vejo o crescer de uma magnólia.
A magnólia cresce na terra que pisas – podes pensar
Que te digo alguma coisa não necessária, mas podia ter-te dito,
[acredita,
Que a magnólia te cresce como um livro entre as mãos. Ou melhor,
Que a magnólia – e essa é a verdade – cresce sempre
Apesar de nós.
Esta raiz para a palavra que ela lançou no poema
Pode bem significar que no ramo que ficar desse lado
A flor que se abrir é já um pouco de ti. E a flor que te estendo,
Mesmo que a recuses
Nunca a poderei conhecer, nem jamais, por muito que a ame,
A colherei.

A magnólia estende contra a minha escrita a tua sombra
E eu toco na sombra da magnólia como se pegasse na tua mão.



Daniel Faria in “Do ciclo das intempéries”


Canela

Proporcionalidade Directa

Se existisse uma proporcionalidade directa entre a produtividade no Blog, e o trabalho que tenho para fazer este fim-de-semana, outro galo cantaria, assim só canta o da minha consciência pesada.


Canela

Palavras Proibidas

Para ti Mamã: Arroz de cabidela.
Para ti Paizinho: Com um excelente vinho tinto a acompanhar.
Para ti Cérebro meu: e como hoje é Domingo vai-me “saber pela vida” dormir a sesta.

Agora eu pergunto-te: e todo o trabalho que ainda temos para fazer?! Nem precisas de responder, porque eu já sei que deixas sempre para amanhã, na esperança que amanhã nunca seja tarde demais!


Canela

sábado, outubro 27, 2007

Razões para Sorrir

Se há “Blog” que me deixa sempre a sorrir ou a rir é o “Blog” com Norte. A única razão que me mantém intrigada é: “porquê que menina não entra”? De facto, só lhe falta o colorido da escrita feminina para ser perfeito.


Canela

Hoje na Farmácia…

São só informações úteis:

Os antibióticos não são úteis no tratamento da gripe porque só actuam sobre bactérias e o agente patogénico da gripe é um vírus

O recurso de forma indiscriminada aos antimicrobiamos (antibacterianos, antifúngicos, antivíricos, etc.), está a contribuir para o aparecimento de estirpes resistentes. Não tome medicamentos sem consultar o seu médico, e, sobretudo, cumpra rigorosamente o tratamento que lhe foi prescrito.

A gripe é diferente de uma constipação

Não há nada como a sabedoria popular no caso das constipações. Como diz o povo seguimos a regra dos A, A, A (três "A"s): “Avinha-te, abifa-te e abafa-te”. Não sei se é rigorosamente por esta ordem, provavelmente não, mas o que interessa é que estão lá os três "A"s. O meu conselho, e curiosamente o único que também cumpro, é o “abafa-te”. Os vírus são sensíveis a temperaturas superiores a 37ºC. Assim sendo, podemos aquecer o quarto e ficarmos bem quentinhos na cama até começarmos a transpirar (um bom “suadouro” como diz o povo). Depois é só tomar um banho quentinho, mudar de pijama e dormir um soninho tranquilo até ao dia seguinte, e acordar de perfeita saúde para um novo dia.


Canela

Prova do Aquecimento Global (no quintal)

Lembram-se do mamoeiro?
Pois é! Está enorme, e em pleno mês de Outubro tem imensas flores!




Canela

quinta-feira, outubro 25, 2007

Um novo Blog

Um Blog com Norte na barra do lado direito.


Canela

Tons de Branco


I have eaten
the plums
that were in
the icebox

and which
you were probably
saving
for breakfast.

Forgive me
they were delicious
so sweet
and so cold.




William Carlos Williams in “This is just to say”
Imagem de Maria Isabel Batista (“As rubras papoilas”), retirada do sítio “Olhares”


Canela

terça-feira, outubro 23, 2007

The last questions and answers


Ela – Se percebesses de números
quantas pedrinhas, dirias,
tenho comigo
representando os dias para te amar?

Ele – Uma eternidade, dizes tu
percebendo de metafísica.

Ela – E como explicas então
que as águas me sustentem
e me mantenham à superfície?

Ele – É que as pedras do amor são preciosas
e a eternidade é o presente que não existe.
Não te faças ao reino das águas, princesa
sê antes a imagem do céu
timoneira da embarcação por onde desces o rio.

Ela – Fosse teu cavalo marinho
e verias quantos corpos jazem
à custa de pedras lançadas
são antes testemunhos de sangue e frio
segue pois a tua estrela, cavaleiro
que eu permanecerei a mesma
na triste imobilidade deste rio


Ana Paula Inácio in “As Vinhas de Meu Pai”


Canela

Stem cells

Na Farmácia, e algumas das suas aplicações práticas. No futuro também estarão aqui.
Então não é que o primeiro da bibliografia é o meu Lininho (Lino Ferreira), aquele que me diz constantemente: Jasmim tens de vir para o MIT. Eu digo-te: já esteve mais longe.


Canela

segunda-feira, outubro 22, 2007

Alguma coisa, para me veres entre chuva carmim



I don’t want you for a weekend lover.
I just want see you laughing in the purple rain.


Canela

I still have some questions

In my dream,
drilling into my marrow
of my entire bone,
my real dream,
I’m walking up and down Beacon Hill
searching for a street sign --
namely MERCY STREET.
Not there.



Anne Sexton in “Mercy Street”


Canela

As coisas que só me acontecem a mim…

O meu dia começa quase invariavelmente às 6 da manhã, mas hoje custou-me imenso acordar. Primeiro porque passei o fim-de-semana todo a trabalhar. Segundo porque dormi muito pouco. Terceiro porque me perdi algures entre o estabelecer prioridades e algumas partes do trabalho que me apaixonam, e não cumpri todos os meus objectivos, o que significa que acumulei trabalho. Por todo isto, hoje de madrugada, depois do banho de imersão para acordar voltei a enfiar-me debaixo do edredão de plumas a desejar que fosse Sábado ou só mais 5 minutos de aconchego.
Isto só para dizer que, quando não me apetece sair de casa, termino o dia invariavelmente por encontrar a razão ou as razões.
A primeira começa por dois toques no telemóvel que recebo às 11, logo seguidos de uma mensagem: Toca a acordar meu amor lindo e dorminhoca! Fiquei seguramente uns minutos a olhar para aquela mensagem e com tal neura que respondi: Da próxima vez, querido, acorda-me às 5.45 da manhã. Mas, não a enviei, somente, porque me faltou a coragem de responder a uma mensagem que veio parar ao meu telemóvel por engano.
A segunda, e a que me causou náuseas, aconteceu à tarde, quando precisava de arejar, de fazer uns planos mentais para rentabilizar o trabalho e de cafeína para não deixar decair o ritmo. Saio à rua como sempre entregue a um mundo que é só meu. Este mundo não me permite ver ninguém e a minha condução faz-se basicamente por instinto. Devo ter parado numa paragem de autocarro para pensar, quando foi abordada por um fulano ainda novo (o que me provoca mais náuseas) que me diz:
- Não se importa de me ajudar!
Como não estava nem aí, pergunto: Como?
- Precisava da sua ajuda!
Reparo, finalmente, que estou perto de uma paragem de autocarro, onde estão mais pessoas e sua excelência continua:
- Não se importa de chegar aqui!
- Claro que me importo! Diga o que deseja – pergunto eu a sentir-me estúpida.
- Queria-lhe fazer uma pergunta em particular!
- Eu não tenho conversas em particular com estranhos!
- Então vou mesmo ter de lhe fazer a pergunta á frente de toda a gente – já a falar baixinho.
E continua:
- Para onde vai?
- E o quê que isso lhe interessa?
- Agora já está a ser agressiva!
Tento prosseguir caminho, mas, para isso tinha de o empurrar para o tirar da minha frente, ou voltava para trás, o que podia ser encarado como uma atitude de cobardia como na selva.
- Tenha calma, só lhe quero fazer uma pergunta, e não quero que leve a mal! Diga-me que não leva a mal, por favor!
- Por favor, saia da frente! – tento fazer com que me deixe prosseguir.
- Diga-me que não leva a mal!
- Não respondo a perguntas das quais não conheço o conteúdo – respondo.
- Qual é o seu estado civil?
Nesta altura deve tê-lo fulminado com os olhos, porque se afastou de mim, mas ainda teve coragem para dizer:
- Gostaria de lhe dizer mais intimamente o quanto é bonita.
Prossegui o caminho a sentir-me absolutamente enojada. Enoja-me sempre que um homem olha para mim desta forma e com este tipo de abordagem. Enoja-me saber que existem homens que olham para as mulheres apenas pelo seu aspecto físico. Sinto pena de homens tão básicos e com tão pouco dentro daquelas cabeças. Felizmente nem todos são assim.
As estórias do dia que envolvem homens não terminaram por aqui, mas hoje julgo que já lhes dei demasiada atenção, por isso, hoje terminam.
Fico só a pensar se este tempo quente em pleno Outubro não tem efeitos secundários sobre a testosterona? E, quem sabe não está aqui um tema para uma futura dissertação!


Canela

Para ti...


Ângela e S.

Directamente do jardim para as vossas mãos. Amanhã será um dia assim: claro, envolvente, em doces tons de rosa. Amanhã será sempre um dia melhor. Caminharemos juntas.


Canela

domingo, outubro 21, 2007

Sunday

Dimanche
Domenica
Söndagen
Søndag
Sonntag
Vasámap


Domingo



Gotan Project


Canela

sexta-feira, outubro 19, 2007

Encontros Perfeitos



Canela

O que me deixa baralhada

Num anúncio de um estabelecimento comercial lia-se e deduzo que ainda se leia:

Executam-se todos os tipos de receituários médicos. Aguardamos a nova colecção.

A mim apeteceu-me ligar para a Farmácia e perguntar se vai sair uma nova colecção de manipulados na Farmacopeia Portuguesa.


Canela

quinta-feira, outubro 18, 2007

Perdi a cabeça…

Não posso sair de casa de mal com a vida, porque só faço asneiras. Hoje, entrei na primeira livraria que me apareceu no caminho e comprei 1 (um) livro por 100 Euros (cem Euros). Não, não é engano, a leitura está absolutamente correcta: um livro = 100 Euros. Claro que sai a pensar, ensandeci de vez, será que há alguém que me interne. Ainda se fosse uma obra literária para a vida, daquelas que se eternizam pela escrita genial dos seus autores, ainda se fosse uma colectânea de poesia. Não, não, e não. É uma obra literária que, segundo as minhas previsões, nos próximos cinco anos estará desactualizada, se não for antes! É uma obra que compila (sempre achei este termo curioso!) um conjunto de trabalhos de um bando de desgraçados que, como eu escrevem de graça. É aqui que o termo “compila” se aplica na verdadeira ascensão da sua fonética, sem dúvida que me faz sentir “compilada” a torto e a direito. Senão vejamos, andamos nós (os desgraçados) a trabalhar como loucos para publicarmos uns papers, que ainda têm de ser submetidos a uns refrees que estão sempre a ver onde nos podem “compilar”, e, se o artigo é bom, e se nós até já somos conhecidos no “mercado” pelo número e qualidade de artigos que publicamos, os gajos ainda nos pegam pelo inglês. Aqui podemos sempre aplicar a expressão de um colega meu, numa situação semelhante: I like to innovate. E que tal, pagarem pela inovação? Não, não recebemos um mísero cêntimo e ficamos hiper-felizes quando o artigo vem para trás com uma série de correcções e com uma chamada de atenção do tipo: Olhe, sabe, aqui na “casa” também temos gente que escreveu sobre algo parecido, e que tal escrever essa referência no paper. Lá voltamos nós a sentirmo-nos “compilados”, mas como a revista tem um índice de impacto elevado, só nos resta escrever a referência. Finalmente (o que pode significar meses de espera e angústia), recebemos o veredicto final: aceite para publicação e não cabemos em nós de contentes. Alguém nos paga alguma coisa? Jamais. A nossa felicidade diminui? Não. Como os bloguistas passamos a consultar quase diariamente o sitemeter das citações dos nossos papers e a nossas conversas diárias vão sempre dar ao mesmo: Então já mais alguém citou o teu artigo X? Ora, façam-me um favor: poupem-me. Não cobramos nada pelos papers, nem pelos capítulos de livros dos que nos compilam e depois alguém nos cobra 100 Euros por um livro de compilações e nós pagamos. Não sei, mas estava aqui a pensar se não deveríamos modificar estas situações.


Canela (A subversiva)

Alguma coisa, para me ouvires sonhar


Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha,
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada

alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler

alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-Lo passar na direcção dos rios

alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar




António José Forte in “Poema”

Pintura de Marcelino Vespeira (“Heteroformal”), óleo sobre tela


Alguma coisa que me traga a paz que não consigo arrancar nos interstícios do "Eu". Um estímulo forte direccionado ao ponto da auto-estima. Hoje, não vai lá com massagem, Mestre!
Preciso tanto de poesia e cor. Sinto-me irreversivelmente friável.


Canela

quarta-feira, outubro 17, 2007

Be Dangerous



You are always dangerous if you are Honest

Canela

Perversão é...

Desenharmos o perfil alheio à nossa imagem e semelhança.
O que, francamente, me agrada em toda esta insanidade é a existência de um certo auto-conhecimento.


Canela

Este Blog…


Levanta-se contra a Pobreza e a Exclusão Social.



Fotografia de Nuno Lobito (“My Nu”), retirada do sítio “Olhares”

Canela

terça-feira, outubro 16, 2007

As coisas que só me acontecem a mim…

Ontem, ao final da tarde (para ser mais precisa inicio da noite), após um dia extenuante de trabalho, decidi parar na padaria para comprar pão (finalmente a gastroenterite vai cedendo e começo a sentir fome). Entro e peço dois pães-de-leite. Mal acabei de fazer o pedido pensei – porquê pão-de-leite? Há quanto tempo não como pão-de-leite? Porquê que o meu cérebro controla a minha vontade e a minha boca? Não teria sido mais simples pedir só pão? Não será melhor rectificar o pedido? Não, não era melhor, porque já me estava a ser entregue o saco com o pão. Paguei os dois pães-de-leite. O senhor que me atendeu olhou-me fixamente e abriu um sorriso de orelha a orelha. Deve ter percebido o meu dilema! – pensei.
Sai, ainda, a pensar que não posso deixar que uma parte de mim tome controlo do todo.
Chego a casa, abro a saca do pão e o que vejo?! Dois pães-de-leite e três pães normais!
Sinceramente, assusta-me que alguém me veja à transparência melhor do que eu!
Claro que comi um pão normal e adormeci tranquilamente.


P.S. - Obrigada pelos três pães oferecidos!


Canela

First Question…

What are days for?
Days are where we live.
They come, they wake us
Time and time over.
They are to be happy in:
Where can we live but days?

Ah, solving that question
Brings the priest and the doctor
In their long coats
Running over the fields.


Philip Larkin in “Days”


Canela

segunda-feira, outubro 15, 2007

Serás... ?




Serás capaz
de responder a tudo o que pergunto?


Alexandre O'Neill in "Poesias Completas"


Canela

domingo, outubro 14, 2007

A eterna Cruz dos teus (a)braços

(…)
Resta essa fidelidade à mulher e ao seu tormento
esse abandono sem remissão à sua voragem insaciável.
Resta esse eterno morrer na cruz de seus braços
e esse eterno ressuscitar para ser recrucificado.
(…)


Vinicius de Moraes in “O Haver”


Canela

13 de Outubro

Ontem, deixar passar “em branco”, uma data que ficou e ficará para sempre registada na minha vida. Culpa da montanha de trabalho, na qual estou atulhada, culpa da minha gastroenterite vírica que entretanto “arrasou” com o meu sistema imunitário e como diz o povo: um mal nunca vem só.
Mas os sonhos não se deixam esquecer, nem mesmo pelos mais distraídos como eu.
Nem sei se foi um sonho, ou se não passou de uma vaga ideia, lembrou-me que, alguns anos atrás, foi algo que me ocorreu. Seria magnífico – pensei, mas rapidamente tentei dissipar o devaneio por me parecer absolutamente impossível. Sonha, sonha! Quanto custa sonhar? Afinal não custava nada, além de que, o sonho pressagiava um futuro, no qual eu não acreditava.
Os anos foram passando, e no dia que eu mais precisava de acreditar em alguma coisa, surgiu a verdade que eu conhecia de um sonho dissipado. Ora, para que tudo fizesse sentido, se nunca acreditei no sonho, não iria nessa altura acreditar na verdade. E a minha postura de “defesa”, foi “faz-de-conta”. Isto já passa! Porque é que tenho de ser eu a escolhida?! Nunca percebi, porque não queria perceber. Até ao dia em que assinamos o contrato (eu e o sonho). O carácter efémero da vida, ensinou-me que até como os sonhos devemos estabelecer contratos a termo. Depois da assinatura sai apressadamente, e quando de repente no último lance de escadas dou de caras com a procissão do adeus à Virgem em Fátima, parei, e de imediato percebi, o que até ali não quis entender. Neste sonho estão duas das pessoas que mais admiro dentro do cristianismo, uma pela abnegação e a outra pelo inconformismo, a Virgem Maria e S. João Baptista, respectivamente.


Canela

sexta-feira, outubro 12, 2007

Pintado a Jasmim


O poema é o desenho desta letra
inclinada pelo rumor do vento
quando lhe peço abrigo
e vejo nele o espelho do meu corpo
repousando nos teus braços de ontem.

A tinta ainda não acabou de secar.
O cheiro fresco da página vira-se para a página seguinte
e a minha voz ouve-se melhor ao vento
quando conspiramos no silêncio
a próxima letra
e a exactidão do seu desenho.

Agora há mimosas nas árvores
e lá em baixo o rio já não é como era
nem saberia sê-lo.
Esqueci como se bebe a água pela mão
ou como se bebe a mão
do rio.

Eu existia nessa transparência
na flor espiritual e líquida
da tinta
que retoca no papel a sua vida.
Esta letra é o meu nome soletrado por ti,
o meu nome que ainda não está seco
e te olha nas acácias florindo em amarelo
no rigor do inverno.

Qualquer palavra tua me desenha
e assim começa qualquer coisa
que me estava destinada desde sempre.



Rosa Alice Branco in “Flor de Tinta”
Imagem: Pintura de Enrique de Santiago


Canela

quinta-feira, outubro 11, 2007

À procura da Fonte de Tempo

- Bom dia, disse o principezinho.
- Bom dia, disse o comerciante.
Era um comerciante de pílulas aperfeiçoadas que acalmam a sede. Toma-se uma por semana e deixa-se de sentir qualquer necessidade de beber.
- Por que é que vendes isso? disse o principezinho.
- É uma grande economia de tempo, disse o mercador. Os peritos fizeram as contas. Poupam cinquenta e três minutos por semana.
- E o que é que se faz com esses cinquenta e três minutos?
- Faz-se aquilo que se quer…
«Eu, disse para si mesmo o principezinho, se tivesse cinquenta e três minutos para gastar caminharia muito lentamente para uma fonte…»


Antoine de Saint-Exupéry in “O Principezinho”

Canela

quarta-feira, outubro 10, 2007

O tempo que não traz paz


Começo a ser doença obsessiva
ao repetir-me por poemas isto:
as tuas invasões à minha paz.
(Podia até em jeito original
pôr aqui umas notas sobre ti:
cf., vide: textos tal e tal)
Mas é que a minha paz fica toda es-
tragada quando te penso amor.



Ana Luísa Amaral in “Imagens”
Imagem: Pintura de Rodrigo Mota


Canela

terça-feira, outubro 09, 2007

Com o tempo essencial

Ando sem tempo para discursos desconexos e impregnados com a fleuma característica dos prepotentes
Ando sem tempo para sentimentos mesquinhos e ódios que se nutrem com histórias distorcidas de civilizações perdidas.
Ando sem tempo para reuniões onde desfilam vaidades e se sangram os resilientes como nos dias de matança, em pretensos coliseus onde os sádicos assistem com satisfação até ao último estrebuchar das suas vítimas.
Ando sem tempo para conversas paralelas onde se destila veneno que compromete seriamente qualquer função hepática.
Ando sem tempo para rostos fechados pela angústia e frustração.
Mas, também eu estou muito aquém do que deveria ser um ser humano, também eu, ainda, não consigo aceitar tudo o que vou encontrando no caminho. Aceitar tem de ser a palavra-chave. Como um bom taxonomista deveria saber observar, identificar, catalogar, atribuir-lhes uma categoria e passar ao seguinte. Mas não, ainda me deixo mutilar, primeiro a nível organizacional e depois a nível lexical. Sinto-me incapaz de organizar ideias e de as transpor para palavras. Sinto-me incapaz de descrever sentimentos.
Não deixa de ser paradigmático, o facto, de amar tudo quanto faço, de pensar que eles merecem a minha máxima entrega e dedicação e de, simultaneamente, sentir que posso estar a trair quem mais me ama e quem mais amo.
Porque poucas vezes o digo, e não quero que, o possa vir a fazer tarde de mais, deixem-me dizer-vos que vos amo muito. Cada um de vós é para mim muito especial. Aprendi a ver-vos com o coração. A ausência de remetente relaciona-se com a certeza de que, cada um de vós se reconhece nesta partilha de amor.


Canela

terça-feira, outubro 02, 2007

Nuvens de luz

Nos meus maiores momentos de desânimo, a minha mãe costuma dizer-me: filha quando achares que Deus te fechou as portas, olha em volta e observa as janelas.
Nas nesses momentos, a minha cegueira impede-me de encontrar a luz, nem que seja na mais ínfima nesga. Só me apetece dormir, dormir e não acordar, ou acordar para verificar que tudo não passou de um sonho mau.
Mas, Deus conhece todas as minhas limitações e empurra-me sempre para a porta aberta, ou para a nesga de luz. Hoje, não foi diferente. Com os olhos semicerrados para tentar minimizar uma fortíssima dor aguda, recebo uma mensagem que dizia:
Tia Jasmim, sou o P. e nasci hoje (dia 1 de Outubro de 2007), sou lindo, muito lindo. Portei-me muito bem e a minha mamã nem teve tempo de preencher o formulário no hospital, porque eu nasci muito depressa, mas muito de mansinho. A mamã quase não se apercebeu. Sou um rapagão grande, dorminhoco e comilão.
E, eu digo-te meu amor: que hoje fizeste chover luz. Sê bem-vindo meu amor lindo.


Canela

segunda-feira, outubro 01, 2007

Até Breve

Todos conhecemos a finitude da vida, em determinadas alturas mais do que noutras. Mas mesmo assim, a vida não deixa de ser cruel quando nos tira as poucas pessoas magníficas que conhecemos.
Também é certo que tangenciamos a imortalidade quando legamos aos nossos filhos parte do nosso património genético. Parte de nós continuará indefinidamente. Mas, esta certeza não nos alivia a dor, não diminui a saudade, não nos restitui os entes amados.
S., eu sei que nada do que possa dizer te alivia a dor e a angústia que se instalaram no teu peito. Quero, apenas, que saibas que continuarei ao lado da minha excelente amiga. Caminharemos juntas, mesmo que a dor nos dilacere.


Canela

domingo, setembro 30, 2007

«Hai-Kai»

Nós temos cinco sentidos:
são dois pares e meio d'asas.

- Como quereis o equilíbrio?


David Mourão-Fereira in “Hai-Kai”

Canela

A Pedido (Take This Waltz)

Para quem, como eu, adora esta música e me pediu para a colocar via “Goear”, uma vez que, o download é mais rápido. Aqui está. Quem gostar de ver o vídeo, e não tiver problemas com a velocidade de transferência de ficheiros, pode continuar a usar o “Youtube”.
As minhas sinceras desculpas pelo atraso.
Deixem-se encantar.


Canela