domingo, abril 12, 2009

Parallel Lines

If you found the words, would you really say them?
Or silent through the verse,
Will mumble punctuation?
Remembering the line, an empty metaphor
That you savor by yourself
Your never cure
If I forgot the lines, is it easy enough to fake it?
Or do you need a moment to rememorize
And model it like a curse half disguised?





Canela

No muito que tenho e no tanto que me falta…

Falta-me o tempo para estar com os amigos,
Faltas-me Tu,
Falta-me o meu “Mar”,
E a imensidão da “Lua”

No tanto que tenho fica a constante lembrança do tempo que não deixo passar, das datas que foram, mas que na inversão do tempo, ainda são:
O dia 30 de Março permanece. É hoje. Será sempre…


Exactamente como foi, o medo de me enganar
mais tarde na memória – é tudo o que me resta: estar
de noite às escuras a pensar em ti

E se me lembro mal, se troco as vezes, naquela
quinta-feira o dia do amor em vez de ser
na segunda, o erro surge-me gigante, um peso carregado como Atlas


Por isso é que preciso de lembrar coisas
exactas, como aconteceu tudo; não só
transpor depois para a ficção recolhida, sou eu
que te preciso e dos teus dias
que me foram meus

Lembrar-me exactamente como foi, o que usei
nesse dia e o que usei no outro, até que horas
tudo, se havia gente ou não
e em que dia. Porque as palavras depois se
reconstroem

O que se disse então torna-se fácil.
Assim dito parece coisa pouca,
lugar comum e
fácil, mas as noites são grandes

e lembrar-te
exactamente
de uma forma correcta

é-me tão importante
dentro das noites a pensar em ti
sabendo: não te vejo nunca mais.


Poema de Ana Luísa Amaral in “O Exacto Curso do Rio”, ligeiramente alterado: onde se lê: «segunda», deve ler-se: quarta


Mesmo sabendo que nenhuma palavra de Desculpa me desculpa, envio-Te as palavras e as rubras flores. Para Ti meu “Doce Mar”. Muitos parabéns.


Canela