Ela – Se percebesses de números
quantas pedrinhas, dirias,
tenho comigo
representando os dias para te amar?
quantas pedrinhas, dirias,
tenho comigo
representando os dias para te amar?
Ele – Uma eternidade, dizes tu
percebendo de metafísica.
Ela – E como explicas então
que as águas me sustentem
e me mantenham à superfície?
Ele – É que as pedras do amor são preciosas
e a eternidade é o presente que não existe.
Não te faças ao reino das águas, princesa
sê antes a imagem do céu
timoneira da embarcação por onde desces o rio.
Ela – Fosse teu cavalo marinho
e verias quantos corpos jazem
à custa de pedras lançadas
são antes testemunhos de sangue e frio
segue pois a tua estrela, cavaleiro
que eu permanecerei a mesma
na triste imobilidade deste rio
Ana Paula Inácio in “As Vinhas de Meu Pai”
Canela
Canela
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