sábado, setembro 11, 2010

domingo, julho 18, 2010

Singular Tempo Plural

Em Outubro passado
saí à noite com a cunhada de um amigo
o que me pareceu sexualmente correcto.

Tratava-se o espécime de alguém bem alinhavado
o que também me pareceu sexualmente correcto.

Leveia-a a jantar a um bonito restaurante
trocámos umas ideias
trocámos uns olhares
engraçámos com os pontos em comum
e tudo estava a correr bem.
Falava eu das castas e tradições
do vinho que bebíamos
quando, sentindo-lhe o bouquet
ao dar um gole em grã seigneur
o estafermo do líquido
me entrou para os pulmões, circunstância infeliz
que provocou de imediato
imponente e borrifada engasgadela
mesmo ali à frente da carinha dela
o que francamente me pareceu
sexualmente incorrecto.

Mais tarde, quando já tinha
a algum custo recuperado o élan
fui com ela dar uma volta pela linha costeira.
Durante o passeio,
disse-me que estava a gostar muito
de ouvir os Roxette
o que me pareceu sexualmente correcto.
Depois abordou a política.
explicou-me que já não era
mas que tinha sido daquele partido
que agora, por sinal, está bastante partido
no mau sentido do termo.

Foi logo a seguir que me falou do mar.
Disse-me que o mar, poucos quilómetros adiante
era lindo!

Eu estava já a afiambrar as ideias
e não tardava muito ia entrar naquela fase
em que nos armamos em carapau.
Mas naqueles poucos quilómetros
que faltavam para o sítio
onde o mar é lindo
o carro ficou sem bateria.
Ainda esgrimi, atrapalhado
um incómodo diálogo com o démarreur
mas o carro, pois sim, já dali não saiu
o que, convenhamos
foi de todo sexualmente incorrecto.

Passou-se uma semana, um mês
sucederam-se os outubros
e, talvez pelo que se passou naquela noite
mas creio que não, as nossas vidas
levaram rumos diferentes.

Através do tempo
quando levo alguém a ver
o sítio onde o mar é lindo
fico com a sensação
de que é sempre um pouco depois.


Daniel Maia-Pinto Rodrigues, in "Dióspiro"


Canela

Sempre para Sempre




Canela

sábado, julho 10, 2010

sexta-feira, julho 02, 2010

Architecture-Biology or how to grow houses in future...

Dá-me sempre uma enorme vontade de rir quando ouso alguém falar do que não sabe...
Este senhor, hoje, fez-me gargalhar!!!!
Será que alguém já lhe disse o tempo que demoram as células eucariotas, em situações ideais, a entrar em confluência???
Será que alguém lhe facultou valores dos custos das culturas celulares????
Será que alguém lhe confidenciou que mesmo nas condições ideias ocorrem muitos problemas, sobretudo contaminações????
Será que alguém já lhe mostrou a dimensão dos materiais de laboratório???
Será que passou pela cabeça de quem assistiu pedir um exame psicológico a este senhor???
Tenho de confessar que pela minha passou, isso e muito mais....



Canela

sábado, junho 19, 2010


Guardei este poema durante tanto tempo, sem nunca perceber porquê. Ontem finalmente entendi: a ausência do corpo não pode apagar o que a alma alcança para além do tangível.

Venham enfim as altas alegrias.
As ardentes auroras, as noites calmas,
Venha a paz desejada, a harmonia.
E o resgate do fruto, e a flor das almas.
Que venham, meu amor, porque estes dias
São de morte cansada,
De raiva e agonias
E nada.


José Saramago in “Venham Enfim”

Canela

quinta-feira, maio 20, 2010

Pronto...

... já chegamos a «Scientists Reach Milestone On Way To Artificial Life»
Agora apetecia-me falar de priões, mas o cansaço não me deixa.
Desculpa S. Um dia destes volto mais igual ao que conheces, prometo. Para já é este lado que me consome, felizmente não consume.


Canela

domingo, março 21, 2010

Se um dia fores...

Se um dia fores poeta
envia-me a cor das sílabas
apenas os sons azuis, do mar
as gotas que libas, vagarosa(mente)
o cheiro dos segredos, partilhados
a luz do teu sorriso
e a mais terna e doce das
Palavras
Escreve-me um poema…


Canela

terça-feira, janeiro 05, 2010

Futuro...



Ou dos dias em que apareço para dizer as mesmas banalidades: Que o Futuro se faz Hoje. E não é o meu sexto-sentido quem o diz.


Canela