sexta-feira, março 30, 2007

Por último...

Há duas espécies de livros: uns que os leitores esgotam, outros que esgotam os leitores.

Mário Quintana in "Dos Livros"

Canela

quinta-feira, março 29, 2007

Be carefull...

What you wish for...

Canela

?

era assim:
queres?
queres algo?
queres desejar?
desejas querer?
desejas-me?
desejas querer-me?
queres desejar-me?
queres querer-me?
queres que te deseje?
desejas que te queira?
queres que te queira?
quanto me queres?
quanto me desejas?
ah quanto te quero
quando te quero
quando me queres...


Ana Hatherly in "Era assim:"
Fotografia de autor desconhecido


Canela

Premonition

The movie


Canela

quarta-feira, março 28, 2007

No Templo da Deusa


...
«Observa aqueles cisnes, em número de duas vezes seis, contentes por voarem em coluna: a ave de Júpiter, despenhando-se do alto éter, dispersava-os no vasto céu; agora, alinhados numa longa fila, eles parecem descer sobre a terra ou comtemplar de cima o sítio que vão escolher. Do mesmo modo que estas aves agrupadas folgam batendo as asas e escondem o céu que fazem ressoar com os seus cantos, assim as tuas naus e os teus jovens guerreiros ou estão já no porto ou nele entram a todo o pano. Despacha-te, pois, e segue o caminho que te conduz.»
Ela disse, e, virando a cabeça, fez brilhar o seu pescoço róseo; os seus cabelos perfumados de ambrósia exalaram um odor divino; as pregas do seu vestido baixaram até aos pés, e o seu andar revelou uma verdadeira deusa.
Tendo reconhecido sua mãe, ele perseguiu-a, fugídia, com estas palavras: «Por que razão também tu, cruel, logras tão amiúde o teu filho mediante imagens enganadoras? Porque me não é permitido pôr a minha mão na tua, ouvir-te falar-me e responder-te sem fingimentos?» Enquanto lhe faz estas censuras, ele dirige os seus passos para as muralhas. Vénus, durante a marcha deles, obscurece o ar à sua volta, e envolve-os num véu nebuloso, para que ninguém possa vê-los, tocar-lhes, suscitar-lhes algum atraso ou perguntar-lhes os motivos da sua vinda. Ela mesma, elevando-se nos ares, afasta-se na direcção de Pafo, e deleita-se a rever essa moradia querida onde, no templo que lhe é consagrado, o incenso de Sabá arde sobre cem altares perfumados por frescas grinaldas.»

Publicus Vergilius Maro in "A Eneida"

Fotografia de Vítor Maia ("O Sol dos Flamingos"), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

terça-feira, março 27, 2007

Avô I

Ontem, senti muito a tua falta avô.
Ontem senti tanto a tua falta, que poderia jurar, que te ouvi chamar-me:
- Meu anjo!
Ontem deixei que o coração se enchesse de saudade, para que, hoje, dos olhos brotassem lágrimas.

Canela

Avô II

Ah velha sebenta
em que escrevia as minhas composições de Francês
"Mes Vacances": gostei muito das férias
je suis allée à la plage (com dois ee,
o verbo ètre pede concordância), j'ai beaucoup
nagé e depois terminava com o sol a pôr-se
no mar e ia ver gaivotas ao dicionário

As correcções a vermelho e o Passé Simple,
escrever cem vezes nous fûmes vous fûtes ils fûrent
as tardes de sol
e Madame Denise que dizia Toi ma petite
com ar de sargento e a cara zangada a fazer-se
vermelha (tenho glóbulos a mais, faites attention)
e o olhar que desmentia tudo
em ternura remplit

E as regras decoradas e as terminações
verbais a i s, a i s, a i t,
a hora de estudo extra e o sol de fim de tarde
a filtrar-se pelas carteiras,
a freira a vigiar distraída em salmos
eu a sonhar de livro aberto
once upon a time there was a little boy
e as equações de terceiro grau a uma
incógnita

Ah tardes claras em que era bom
ser boa, não era o santinho nem o rebuçado
era a palavra doce a afagar-me por dentro,
as batas todas brancas salpicdas de gouache
colorido e o cinto azul que eu trazia sempre largo
assim a cair de lado à espadachim

As escadas de madeira rangentes
ao compasso dos passos, sentidas ainda
à distância de vinte anos,
todas nós em submissa fila a responder à chamada,
"Presente" parecia-me então lógico e certo
como assistir à oração na capela e ler as Epístolas
(De São Paulo aos Coríntios:
Naquele tempo...),
tem uma voz bonita e lê tão bem, e depois
mandavam-me apertar o cinto para ficar
mais composta em cima do banquinho,
à direita do padre

E o fascínio das confissões,
as vozes sussuradas na fina madeira
castanha a esconder uma falta,
o cheiro do chão encerrado e da cera das velas
e quando deixei de acreditar em pecados
e comecei a achar que as palavras não prestam
e que era inútil
inútil a teia de madeira

Ah noites de insónia à distância de vinte anos,
once upon a time there was a little boy
and he went up on journey
there was a little girl, une petite fille
e o passé simple, como parecia simples o passado
Au clair de la lune
mon ami Pierrot
Prête-moi ta plume
pour écrire un mot

Escrever uma palavra
uma só
ao luar
a pedir concordância como uma carícia
Elles sont parties,
les mouettes


Ana Luísa Amaral in "Passado"

Canela

segunda-feira, março 26, 2007

Muito Grata

Este é um "post" de agradecimento. Muito obrigada a todos os telefonemas, a todas as mensagens, a todos os "e-mails", aos tradicionais postais enviados pelo correio, a todos os beijinhos e palavras de amor, e até a quem me enviou uma bruxinha com mensagem. Bruxinha?! Ainda estou a pensar porquê?! Mas, adorei a mensagem!


Canela

Beijinhos, Beijinhos

Este "post" é, simplesmente, para deixar beijinhos.

Canela

sábado, março 24, 2007

Ervas daninhas


Canela

Spring time

Um pedaço de vida, trazido de um ex-território português – Macau –, floresce no meu Jardim.
A expressiva tempestade biótica atingiu, fortemente, o jardim e para além, do intenso perfume a goivos, das tulipas, das frésias, da gardénia, das orquídeas, das petúnias, do jasmim e de todas as outras, a pitangueira vestiu-se de flores.
Pela primeira vez, a pequena pitangueira, não se deixou intimidar pela rubra japoneira e pela magnólia lilás, e entre as suas folhas lustrosas encontrou espaço para colocar flores.
Está linda!


Canela

For...

... my first love, and maybe for my last - the Music.

John Miles in "Music"

Canela

Aviso

A "Lei de Lavoisier" está a ser aplicada ao "Goear", segundo o "site" - "em transformação".
Só espero que nada se perca, nem nada se crie... e já agora, que a transformação seja breve.

Canela

sexta-feira, março 23, 2007

Será que…

…foi picada pela Glossina. Bom, Glossina por Glossina, antes G. palpalis do que G. morsitans.

Canela

Aprendizagens

Aprendi com o meu mestre de "Tai Chi Chuan" que o frio se enfrenta de "peito aberto" e cabeça erguida. Não é que, sempre apliquei o mesmo princípio à vida, acrescido de um perseverante nariz, por si só empinado.


Canela

quinta-feira, março 22, 2007

The perfect dream

Dali podia percorrer o azul,
e ver se alguma ilha,
e saber se algum barco respondia.
As notícias não vinham
e era perigoso confiar
nos servos.
"Talvez", dissera ela,
hesitando na história
mais perfeita.


Ana Luísa Amaral in "A versão mais perfeita"
Fotografia de Judith Tomaz ("Cat blue Eye"), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

Blue inside the dream

Como esse olhar de frente,
em sobressalto.
Curto pequeno almoço sobre Rodes
ou Creta.
E a pergunta chegara,
azul de labirinto.
"Nada", dissera ela.
E Teseu descansara.


Ana Luísa Amaral in "Primeiro Labirinto"
Fotografia de Judith Tomaz ("A um Gato"), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

Dia Mundial da Água

Ao longo dos tempos, a relação da humanidade com a biosfera nem sempre tem sido a melhor. Contudo, o Homem não tem passado ao lado dos problemas e consciencializou-se que é necessário adoptar uma nova ética ambiental, para melhorar a sua qualidade de vida.
Durante este século surgiu a preocupação crescente de conservação, protecção e salvaguarda de todos os recursos (vivos e não vivos), baseado na ideia de que "não herdamos a terra dos nossos pais, mas tomámo-la emprestada aos nossos filhos".


Fotografia de Joel Calheiros ("water color"), retirada do sítio "1000 imagens"



Canela

quarta-feira, março 21, 2007

Os Dias num só Dia

Segundo a Wikipédia, no dia 21 de Março, comemoram-se vários dias.

Canela

Equinócio da Primavera

Hoje, alguém, com um sorriso malandro, disse:
- Sabes que dia é hoje?
- Sei! – respondi.
- Hoje, entrou a Primavera e o sol no signo de Carneiro!
Está foi a deixa para eu colocar o meu sorriso malandro e responder:
- Carneiro?! Só de signo!

Canela

Dia Mundial da Poesia

Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa in “Isto”


Canela

Dia Mundial da Floresta


Gosto das árvores, sobretudo, das que morrem de pé.


Fotografia de Jovelino Matos Almeida ("Escondido nas areias de um deserto distante" - Deadvlei Namíbia), retirada do sítio "1000 imagens"


Canela

Dois em Um

Dia Mundial da Infância e Dia Internacional Contra a Discriminação Racial

Fotografia de Jaime Silva ("D@vid #), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

Dia Universal do Teatro

All the world’s a stage,
And all the men and women
Merely players:
They have their exits
and their entrances;
And one man in his time
plays many parts,
His acts being seven ages.


William Shakespeare in “As You Like It”
Fotografia de Vitor MM Costa ("Desmitificação"), retirada do sítio "1000 imagens"


Canela

terça-feira, março 20, 2007

A Landscape Country


Fotografia de Miguel ("Pôr do Sol" - Pinhão), retirada do sítio "1000 imagens"


Fotografia de André Coelho ("A Estrada de Sintra"), retirada do sítio "1000 imagens"




Fotografia de André Coelho ("A grande planície" - Alentejo), retirada do sítio "1000 imagens"



Canela

As perguntas que se fazem!

A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: "Que fez algum
poeta por este senhor?" E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
– Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? –



Manuel António Pina in "A Poesia Vai"
Fotografia de António Macedo ("O Tempo da Vida"), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

segunda-feira, março 19, 2007

A menina do Papá

Sempre foi a menina do papá, ou a menina mimada, o que no meu caso, é perfeitamente natural!
Nunca achei que excesso de mimo contribuísse para a deformação de personalidade, muito pelo contrário, julgo que a sua ausência, sim, pode contribuir, e muito, para algumas deficiências afectivas.
No dia do Pai relembro o que escrevi no dia 14 de Março e deixo mais uma história que elucida bem, quanto ao mimo que recebi do meu pai.
Um certo dia no passado, em casa dos meus avós paternos (onde passei grande parte da infância, adolescência e mesmo da vida adulta) zanguei-me com uma tia (irmã do meu pai). Quando se é, realmente, pequeno e se procuram armas, as que nos parecem mais ferozes e à mão de semear são os dentes. Como estava muito zangada com a minha tia (vá se lá saber porquê!) resolvi pregar-lhe uma valente dentada. Em desespero e comigo pressa à mão, a minha tia decide pedir auxílio ao meu pai:
- A. a Canela está-me a morder! Não te importas de vir aqui!
Em vão, o meu pai permaneceu sentado no sofá, a ler, tranquilamente, o jornal limitando-se a dizer:
- Ah! Está-te a morder! Então aperta-lhe ao de leve o nariz (não fosse eu morrer asfixiada), que ela abre a boca!
A minha tia assim fez, apertou-me o nariz, mas eu devo ter respiração cutânea, porque quanto mais ela me apertava o nariz, mais eu cerrava os meus dentes!
A decisão seguinte foi fácil, só uma bela palmada me faria abrir a boca, foi o que aconteceu, terminando rapidamente o assunto.
Desnecessário será dizer, que assim que, o meu pai me ouviu chorar, largou o jornal, correu ao meu encontro e pegou-me imediatamente ao colo.
Não tenho memória desta história, mas ela continua a ser veiculada em circuito familiar, sempre que o assunto é relação pais-filhos.
Ainda hoje, sempre que chamo o meu pai, ele corre ao meu encontro.
Sobretudo hoje, continuamos a partilhar um infinito amor.
Que tenhas um excelente dia paizinho!


Canela

Incómoda Poesia

No meu poema ficaste
de pernas para
o ar
(mas também eu
Já estive tantas vezes)

Por entre versos vejo-te as mãos
no chão
do meu poema
e os pés tocando o título
(a haver quando eu
quiser)

Enquanto o meu desejo assim serás:
incómodo estatuto
preciso de escrever-te
do avesso
para te amar em excesso
.



Ana Luísa Amaral in "Título por Haver"
Fotografia de Jovelino Matos Almeida ("Douglas fir trees in a dream"), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

domingo, março 18, 2007

Trapped



George Benson in "This Masquerade"

Canela

Trapped


Fotografia de Carla Maio ("Foi assim..."), retirada do sítio "1000 imagens"


Canela

Trapped

Hoje, para ter alguns momentos de felicidade, socorro-me do passado.


Canela

O que realmente me apazigua…

…quando rondo o limiar da exaustão é, conseguir ter cerca de 13 a 14 horas de sono consecutivas.
Limito-me a descansar tudo de uma só vez.

Canela

O que realmente me aborrece

Estar, eu, tranquilamente, sob golfadas de Sol, imersa num mar de total harmonia e ter de ouvir…
- Para a semana já temos chuva!
A sensação, que esta frase me provoca, é semelhante a uma pedrada num lago tranquilo. Perturba-me.
Apetece-me logo ser mazinha e dizer:
- Pois é! E, se calcar a linha-da-vida, pode ser que nem haja amanhã!
Mas não, não respondo, mantenho o meu estado de harmonia, coloco um sorriso cínico na boca e limito-me a pensar que os meus planos mais longos, em termos de futuro, são feitos para o segundo seguinte.
Limito-me a ser Feliz.

Canela

quarta-feira, março 14, 2007

Feliz Aniversário Paizinho

Hoje é dia de fazer correr as imagens, as que permanecem.
De ti, não tenho a imagem de pai, apenas, a de um amigo, a de um companheiro de brincadeiras e de partilha de sonhos, a de alguém que nunca soube impor limites, a de alguém que me deixou crescer livre, ensinando-me, apenas, que medo é uma palavra, sem conexão, e que, a liberdade se preserva através da conexão a outras duas palavras – respeito e responsabilidade.
Hoje continuo a ver-te, a construir armadilhas para, momentaneamente, aprisionarmos pássaros, sem lhes provocar qualquer tipo de dano (a não ser, serem aprisionados por instantes). Como tu dizias: para tu os observares de perto. E para tu me ensinares, a importância das cores e da forma do bico. Mas, rapidamente, acrescentavas: é sempre melhor vê-los no ar! Vá liberta-os tu, agora!
Lembro-me dos brinquedos que comecei a receber aos pares. Com a seguinte informação adicional: “Este é para brincares, e este é para o papá abrir e ver como funciona!”
Lembro-me dos nossos “Rallye-Paper” por outros continentes, e de como adorava ser a tua copiloto, mesmo sem ver a estrada, excepto, quando me pendurava no tejadilho aberto do nosso “Beatle”.
Lembro-me das nossas longas viagens, por aquelas estradas rectilíneas que se perdiam no horizonte e de te ouvir cantar aquela música, da qual decorei o refrão (Every Sha-la-la-la; Every Wo-o-wo-o), quando ainda, mal falava português.
Vejo-te hoje, sempre, preocupado comigo. Sempre disponível para me ajudares. Sempre atento ao meu estado anímico.
Eu adoro o teu sentido de humor e a tua forma, pacata, de estar na vida.
E, porque um grande amor se resume sempre a poucas palavras – ADORO-TE PAIZINHO.


The Carpenters in "Yesterday once more"


Canela

terça-feira, março 13, 2007

Corpo e Cérebro em Conflito


O corpo pede descanso, avisa que ronda o limite máximo de resistência. Queixa-se. Diz que lhe dói isto e aquilo, que é necessário descansar.
O cérebro à muito que deixou de se queixar, de pedir para dormir. Enquanto, desesperadamente, pediu ninguém lhe deu ouvidos.
Esta noite deu-se o conflito.
O cérebro tirou férias, foi para um lugar paradisíaco, de areias brancas e águas cálidas, escolheu um “bungalow” palafítico e ali ficou, usufruindo da tranquilidade do lugar.
O corpo não conseguiu descansar.
Por isso, às 6 da manhã, o cérebro queria continuar de férias e o corpo permanecia exausto.
A luta foi renhida, o cérebro recusava-se a acordar e o corpo não queria movimentar-se.
Mas onde é que nós chegamos, pensei eu!
Vamos embora! Toca a trabalhar!
Peguei nos dois e enfiei-os numa bela banheira de água quente (que me perdoem os ecologistas, mas teve de ser! Não tive alternativa! Aliás, à muito tempo que não tenho alternativa!). O corpo ganhou resistência, mas o cérebro ainda lutou durante, sensivelmente, hora e meia.
Finalmente, consegui estabelecer um acordo tácito com os dois!
Disse ao cérebro: hoje, não vais ter de trabalhar durante quatro horas consecutivas. Hoje, prometo, faço uma pausa para um café. Hoje, deixo-te ir durante mais tempo, para o teu mundo de sonho, o “mundo de mim”.
Ao corpo prometi que não o ia fazer debitar, em quatro horas consecutivas, matéria suficiente para oito.
A ambos prometi, que hoje, iríamos almoçar à praia, e vamos.
Prometi-lhes também que quando, a luta começar a tornar-se demasiado penosa, mantemos todos os trabalhos, as telas e os papéis, mas largamos o “blog”.
Ficamos todos em paz, a ver vamos até quando!?


Fotografia de Rui Bonito ("Nascer do Sol"), retirada do sítio "1000 imagens"


Canela

segunda-feira, março 12, 2007

Mergulhada em Poesia

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.


Carlos Drummond de Andrade in “Poesia”
Fotografia de Miguel ("Pôr do Sol na Foz"), retirada do sítio 1000 imagens

Canela

Jogos

Saiu da sociedade porque concluiu: Nunca sai nada. Aqui, alguém dá azar.
Quando saiu, saiu.
Conclusão:
- Por ser demasiado óbvia, atribui-lhe toda a razão.
- Perdeu.


Canela

domingo, março 11, 2007

Quelqu'un m'a dit*


*Carla Bruni in "Quelqu'un m'a dit"

Canela

Life Details



Canela

quinta-feira, março 08, 2007

Ás Estrelas

Ás Estrelas que sinalizam a noite e o dia dos Homens - Ás mulheres

Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!


Mário Quintana in "Utopias"
Fotografia retirada de Kunstfotografie ("la nuit de lune")

Canela

quarta-feira, março 07, 2007

Feeling like a Devil Moon


Fotografia de Judith Tomaz ("Antes do Eclipse"), retirada do sítio "1000 imagens"


Jamie Cullum in "Old Devil Moon"

Canela

Quotidiano



...já te disse que são os do primeiro...
...e afinal não pudémos telefonar...
...ai nem queira saber o engenheiro...
...se me dão licença eu vou contar...

...penses nisso era só o que faltava...
...não as outras duas é que são as tais...
...mas o senhor presidente autorizava...
...na avenida centenas de pardais...

...de facto muito inteligente...
...ó filha por aqui fazes favor...
...que veio ontem para falar com a gente...
...é mesmo lá ao fim do corredor...


Alexandre O’Neil in “A Central das Frases”
Fotografia de Teresa Fonseca (Macro), retirada do sítio "1000 imagens"

Canela

Controverso 2

Em plena Era dos “Microarrays” ou “Biochips”, que são, praticamente, do tamanho de uma unha e nos dão informações preciosas acerca do nosso DNA, do DNA presente nos produtos alimentares que consumimos, etc. Permitindo-nos, por exemplo, saber se um hambúrguer é feito com carne de vaca, rato, etc.
O governo obriga-me a perder parte da tarde e noite agarrada a uma máquina de calcular, a contabilizar rendimentos brutos, deduções, despesas em educação e saúde, donativos, acções, planos, seguros e o diabo a sete.
Haja santa paciência para os honestos!

Canela

Controverso 1

Ontem, depois do jogo Porto – Chelsea, na estação televisiva “Porto Canal” ouviram-se comentários muito desagradáveis contra o FCP, até que, alguém num acto rasgado de lucidez decide dizer: “Realmente o FCP é um grande clube! Quando ganha deixa contente todos os adeptos e quando perde deixa contente os restantes portugueses!”
Ontem perdemos.
Ontem ganhamos, porque ganhou um treinador Português – José Mourinho!

Amanhã vou torcer pelo Benfica.


Canela

terça-feira, março 06, 2007

Raindrops

Com um dia assim, a mim, só me apetece ficar em casa, quentinha, a ler “O Outono em Pequim” de Boris Vian e a ouvir “Raindrops Keep Fallin’ On My Head” de B. J. Thomas, até …adormecer!



B. J. Thomas in "Raindrops Keep Fallin' On My Head"

Canela

segunda-feira, março 05, 2007

Feliz Aniversário Tiago

Hoje é dia de festa...!
Hoje é dia de aniversário de um amigo fantástico – o Tiago.
Coincidência ou não, este ano, fazemos os dois anos a uma segunda-feira!
Não gosto! Se não fosse pedir muito, podíamos fazer anos, sempre, a uma sexta-feira!
Hoje, como não podia deixar de ser, lembrei-me das nossas estadias no recôndito da Serra-da-Estrela, das noites passadas a jogar Trivial e Uno á lareira, até de madrugada.
Que saudades de todos (éramos um grupo magnífico!) e do tempo em que o tempo sobrava!
Que saudades das nossas caminhadas, das nossas conversas confidenciais e sobretudo do teu sorriso, tão lindo! E daquele abraço tão forte!
Que tenhas um aniversário magnífico, daqueles que só alguém lindo como tu merece!

Muitos parabéns!


Canela

Orgulho em ser Português

Primoca aqui está a explicação!
Para quem não sabe, o nosso avô paterno não nos deixava falar inglês em casa, só francês. E, tínhamos de falar, diariamente, francês com ele. Para grande tristeza do nosso avô adorávamos (todas! porque éramos todas meninas!) falar inglês e ouvir músicas cantadas em inglês (pudera! alguém passava músicas nas discotecas e nos “pubs” em francês?!).
E, assim, ouvíamos sempre a história abreviada do nosso avô – “Pois é! Os Ingleses são todos (sem excepção!) uns corsários! E, como tal, a sua história constou, sempre, em roubar o que os outros povos (entenda-se: Portugueses e Espanhóis!) conquistaram!”
Curiosamente, no lado corsário dos franceses, o nosso avô nunca falou! Mas nós sempre o desculpamos, pela quantidade de tempo que passou a estudar no colégio francês!

E, agora, deu-me uma saudade enorme do meu adorado avô!



Canela

domingo, março 04, 2007

Melt my Soul


Fotografia de Ricardo Frantz ("O cometa McNaught"), retirada do sítio "1000 imagens"




Dean Martin in "Sway"


Canela

Melt my Heart

Fotografia de Ricardo Frantz (Dreamlands), retirada do sítio "1000 imagens"



Audrey Marie in "Sway"

Canela

Melt my Thought

Fotografia de Ricardo Frantz (Dreamlands), retirada do sítio "1000 imagens"


The Pussycat Dolls in "Sway"


Canela

sexta-feira, março 02, 2007

Write a Poem

Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

Mário Quintana in "Vida"

Canela

quinta-feira, março 01, 2007

Março


Março chegou com uma ténue promessa de sol, com um delicado perfume de flores, mas com a inequívoca certeza de transportar uma expressiva tempestade biótica.
Hoje foi assim… Março voltou.


Fotografia de Adilson Fatz ("Bandeira Forida"), retirada do sítio "1000 imagens".

Canela

Aspectos

Hoje disse-lhes que na vida coexistem os aspectos de formação profissional e os aspectos de deformação profissional. Riram-se.
Neles, até eu, consigo ver ambos. Ri-me.
Outros há que nem lhes digo, nem lhes conto

Canela