sábado, fevereiro 09, 2008

Prometo



Que fico a pensar...



Imagem retirada de Royal Canin Portugal



Canela

Regarde bien

Celui qui regarde au dehors à travers une fenêtre ouverte ne voit jamais autant de choses que celui qui regarde une fenêtre fermée. Il n´est pas d´objet plus profond, plus mystérieux, plus fécond, plus ténébreux, plus éblouissant qu´une fenêtre éclairée d´une chandelle. Ce qu´on peut voir au soleil est toujours moins intéressant que ce qui se passe derrière une vitre.



Charles Baudelaire


Canela

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Recados

Recado escrito num “post-it” pelo meu pai: «Lembra-te que não és de ferro. És absolutamente humana»
Amiga e colega: «Julgo que ainda não te disse, mas admiro-te muito. És uma grande mulher e com uma coragem imbatível.»
Advogado a falar como médico: «Está com ar exausto» - corrige - «Não! Está com ar absolutamente exaurido! O que se passa consigo?!»

Ando a testar limites, sem os atingir.


Canela

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Carnaval


Onde todos os excessos são permitidos.
Se através do “Blog” fosse possível difundir o cheiro e o paladar, hoje tinha uma enchente em casa.

Bom Carnaval


Canela

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

«Across the Universe»


Já que a NASA não chega ao “Blog”, chega o “Blog” á NASA.
«Across the Universe» a música dos Beatles que a NASA enviará hoje para o espaço, para comemorar o 50º aniversário da sua fundação e o 40º aniversário da gravação da canção «Across the Universe».
A música será enviada na direcção da estrela Polar que dista 431 anos-luz da Terra e viajará pelo universo a uma velocidade de 300.000 km/seg.


Imagem retirada da NASA


Canela

sábado, fevereiro 02, 2008

Os Pachecos que fazem falta

Este ministro é um mentiroso
que agonia quando ele discursa
e se fosse só isso: bale sem jeito
às meias horas seguidas – e não pára!

bem-aventurados os duros de ouvido
a quem o céu abrirá as portas
desliguem p.f. o microfone
ou então tirem o país da ficha


Fernando Assis Pacheco

Canela

Pacheco, Fernando Assis

Meu Deus como eu sou paraliterário
à quinta-feira véspera do jornal
nadando em papel como num aquário
ejectando a minha bolha pontual

de prosa tirada do receituário
onde aprendi o cozido nacional
do boçal fingido o lapidário
- fora algum deslize gramatical-

receio que me chamem extraordinário
quando esta é uma prática trivial
roçando mesmo o parasitário
meu Deus dá-me a tua ajuda semanal



Fernando Assis Pacheco in "A Profissão Dominante"


Canela

«I'm not there»



Bob Dylan in "Like a Rolling Stone"


Canela

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Pão e Queijo no Jardim




Canela

Punctum crucis



Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida.




José Gomes Ferreira in “Porque é que este sonho absurdo”

Pintura de Salvador Dali (The True Painting of the “Isle of the Dead” by Arnold Böcklin at the Hour of the Angelus), 1932.



E das rosas só restaram as pétalas, porque os espinhos já tinham sido removidos um a um.
Nunca me conseguiste ver as mãos, como poderias alcançar o horizonte?!


Canela

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Melancolia


É mais fácil quando o silêncio
transpõe a tua voz.
Mais simples celebrar a tão efémera
certeza de estares vivo.

A música do ar esvai-se nas sombras,
tu sabes que é assim,
que os dias correm céleres, não tentes
perseguir o seu rasto – repara
como em abril as aves são felizes.

Sê como elas: não perguntes nada,
deixa que o sol responda à flor da tarde
e esquece-te do mundo.




Fernando Pinto Amaral in “Poesia Reunida 1990/2000”
Pintura de Pablo Picasso in “Woman Ironing”


Canela

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Escaravelhos

Há uns tempos atrás passeava pelas ruas estreitas de Lisboa, no meio de bazares coloridos, atulhados e com cheiros indecifráveis. Não procurava nada especial, mas gosto de me extasiar com cores, de me atordoar com cheiros e de me perder a olhar com minúcia a confusão. No meio do caos existe sempre alguma coisa que me norteia para uma realidade diferente. Dessa vez foi o azul-turquesa, sou quase sempre resgatada pelo azul-turquesa. Não era um azul puro, só turquesa. Era um azul raiado, com laivos de negro. Eram cinco escaravelhos presos a um fio negro. Lindos. Quatro escaravelhos laterais mais pequenos e um grande frontal.
Se não os comprasse nunca mais os esqueceria. Comprei-os. Não me interessou saber o seu significado, ou o quanto agarrados estavam às superstições egípcias, mas ainda assim, foi-me dito que atraiam o amor. Acreditei, sem questionar a crendice, sabia o quanto me tinha apaixonado pelo colar. Já de saída ainda ouvi, «quando o perder vai encontrar o amor», retive a frase, porque pensei: Nunca o irei perder. Perdi-o, um dia enquanto caminhava na praia. Ainda hoje o consigo descrever minuciosamente, como quando o tinha colocado ao pescoço. Ainda hoje todos os que se relacionam comigo mais de perto, procuram nos bazares egípcios escaravelhos azul-turquesa.
Hoje alguém correu atrás de mim, enquanto gritava, «Espere menina. Caiu-lhe isto da carteira». «Isto», vinha numa mão fechada, e quando me aproximei para ver, era um escaravelho dourado, pequeno, lindo. Sorri, agradeci, mas disse que não era meu, os meus eram azul-turquesa. A pessoa insistiu «É seu. Caiu-lhe da carteira» Não. Obrigada. Pelo telefone relatei a estória à minha mãe. Ela ouviu-me sob um estranho silêncio e no final disse-me: «Era teu, filha. Como nunca te conformas-te com a perda do colar eu comprei-te um escaravelho em ouro e coloquei-to na carteira, mas esqueci-me de te dizer.».
A outra estória (história) guardo em linhas por escrever.



Canela

quarta-feira, janeiro 23, 2008

A guardar Sonhos em resumos de Livros


O verão deixa-me os olhos mais lentos sobre os livros.
As tardes vão-se repetindo no terraço, onde as palavras
são pequenos lugares de memória. Estou divorciada dos
outros pelo tempo destas entrelinhas - longe de casa,
tenho sonhos que não conto a ninguém, viro devagar

a primeira página: em fevereiro, eles ainda faziam amor
à sexta-feira. De manhã, ela torrava pão e espremia
laranjas numa cozinha fria. Havia mais toalhas para lavar
ao domingo, cabelos curtos colados teimosamente ao espelho.
Às vezes, chovia e ambos liam o jornal, dentro do carro,
antes de se despedirem. As vezes, repartiam sofregamente
a infância, postais antigos, o silêncio – nada

aconteceu entretanto. Regresso, pois, à primeira linha,
à verdade que remexe entre as minhas mãos. Talvez os olhos
estivessem apenas desatentos sobre o livro; talvez as histórias
se repitam mesmo, como as tardes passadas no terraço, longe
de casa. Aqui tenho sonhos que não conto a ninguém.


Maria do Rosário Pedreira in “O verão deixa-me os olhos mais lentos sobre os livros”

Pintura de Victor Bokarev in “Mysteries. (diptych) part 2”, Watercolour


Canela

terça-feira, janeiro 22, 2008

O Blog foi “Linkado”…


… e vai “linkar” um novo Blog. «Um porto de águas profundas e de bandeira livre.». Escrito por: «Eugénio Queirós, jornalista e matosinhense, Rafael Barbosa, jornalista e matosinhense, Alberto Gonçalves, cronista e matosinhense, e Daniel Sá, leixonense e matosinhense». Julgo que está tudo dito, para mais informações cá da terra é só consultar na barra lateral os Blogs com Norte.


Canela

Noite com Água


Hoje, se o sono me deixar, verei Água.


Canela

segunda-feira, janeiro 21, 2008

«Girl with a Pearl Earring»

Pintura e filme carregados de subtilezas.


Johannes Vermeer in «Girl with a pearl earring», oil on canvas.
Imagem retirada daqui.


Canela

domingo, janeiro 20, 2008

Leonard Cohen



Canela

Eadweard Muybridge


Canela

«Book of Longing»


(…)
Who cares what I say
I´m not who I was
I´m paid what I pay
I´m always in love
(…)





Leonard Cohen in “Book of Longing”

Canela

sábado, janeiro 19, 2008

A corrigir atrasos

Os meus quatro afilhados têm muitas características em comum com a madrinha. Gostam de desenho, de pintura, de jogos de estratégia, de enganar o computador quando jogam, de dormir e de construir páginas na internet.
O A. recebeu um livro de como construir uma página na internet, no Natal, e na semana seguinte já me estava a enviar a página que construiu. Os meus afilhados são, de longe, muito melhores.


Canela

O Jardim no Inverno



Canela

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Together



Scientists for Better PCR (PCR song)


Canela

Dias de Chuva


Chove…
Mas isso que importa!.
se estou aqui abrigado nesta
porta a ouvir na chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?

Chove…

Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama


José Gomes Ferreira in “Chove”
Pintura de Rom Lammar “Convergence”


Canela

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Caminhos Cruzados


Lugar de sonho onde se caminha.
Lugar paradisíaco que guia.
Lugar sem caminhos, onde apetece ficar.


Fotografia da Piro, recebida hoje, mas da caminhada de ontem.

Canela

«In the jungle»




Canela

… a um Gato


Que fazes por aqui, ó gato?

Que ambiguidade vens explorar?

Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pelo, frio no olhar!

De que obscura força és a morada?

Qual o crime de que foste testemunha?

Que Deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?

Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?





Alexandre O’Neil in “Gato”
Fotografia de Karula (“Que olhar”), retirada do sítio “Olhares”


Canela


sexta-feira, janeiro 11, 2008

Elogios

Os meus dois colegas de laboratório dizem que a minha energia, organização e disciplina são insuperáveis. Eu não lhes ligo, ou simplesmente acrescento:
- Invejosos e desorganizados, enfim homens!
Vai daí, hoje, enquanto eu trabalhava arduamente, eles atarefados passeavam-se com um sorriso malandro.
Mal terminei o trabalho, convidaram-me para uma visita guiada ao laboratório. Eu não queria acreditar. O laboratório tinha um aspecto inalterado, mas eles faziam questão de me mostrar as diferenças e começaram a abrir as gavetas, até as da arca congeladora.
A diferença deixou-me boquiaberta. Gavetas impecavelmente arrumadas e com todo o material separado e etiquetado a preto. Irreconhecíveis.
- Agora diz lá que os homens são desorganizados?!
Eu continuava incrédula.
- E agora! Tens alguma observação a fazer?! – perguntaram com um sorriso o mais malandro possível.
- Demasiado monocromático! – digo eu para não dar o braço a torcer.
- Oh pá! Eu não te disse! As gajas gostam de cor!
Entretanto entra uma colega e eu digo de imediato:
- Ó L. abre aí uma das gavetas! Nem vais acreditar!
- Ah! Eu já sei! Foi eu que as estive a arrumar com eles!
Antes que a L. terminasse eles saíram sorrateiramente.
- Outra característica comum nos homens – MENTIROSOS. Digo eu.


Canela

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Resumo de um dia

Às nove horas da manhã já levo três horas de vantagem, e muito trabalho.
Mesmo antes das seis da manhã já transporto uma hora de sonhos e sensivelmente o mesmo tempo na unicidade de um mundo.
Entre as doze horas e a uma da tarde, às vezes almoço. Hoje almocei, e sobrou-me tempo para pôr toda a tagarelice em dia. Ganhei em boa disposição.
Até às cinco o trabalho passou depressa.
Das cinco às sete terminei o trabalho que teve inicio às seis da manhã.
Daqui para a frente o dia passou a correr. Passei pelo hipermercado mais próximo de casa para comprar Gorgonzola, estava esgotado, optei pelo Rambol com ervas aromáticas.
Em menos de vinte minutos preparei as “Farfalle” de Salmão e Sepia officinalis com molho de Rambol e “sauer cream”, estava absolutamente divino. Este comentário tem validade estatística (com base no número de vezes que o meus pais repetiram).
Por isso, quando tu me pedes que te conte em segredo de onde vem toda a minha energia. A resposta não podia ser mais fácil: o meu dia resume-se em muito e nunca termina aqui.


Canela

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Em rescaldo

“A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca.”

Carlos Drummond de Andrade


Canela

domingo, dezembro 30, 2007

Um Excelente 2008







Desejo-vos o mesmo que desejo aos que muito amo, muita, muita saúde. Vê-los cheios de saúde é tudo o que preciso para ser feliz.

O resto façam como Eu… relax and
.


Canela

Descobertas de 2007

Que o tempo ganha a dimensão-da-vida quando tu sorris. (A Madrinha)

A Kiquinha cresce em peso, tamanho e graça. Adora música. No quarto mês de vida entrou na fase de imitar tudo e todos. Sempre que finjo tossir, ela coloca a sua minúscula linguazita para fora e faz-que-tosse. Depois eu desato a rir e ela, claro, não se faz rogada e desata a gargalhar.


Canela

sábado, dezembro 29, 2007

Outdoor Gigantesco!

Que dizia:
«Bem-vindos à Festa, excepto a Jasmim»

Com a população local toda junto ao outdoor, a perguntar:
É a jasmim?!
Eu?! Não! Sou a Canela!
Conhece a Jasmim?!
Vagamente! É uma gaja que escreve umas palermices num blog fracote.



Espera que para o ano vais vê-lo só assim… no “Blog”!

Bolo magnífico! Vou dizer a verdade, como sempre!!! Feito pela minha mãe e decorado por mim. Para o tornarmos uma “Bomba Calórica” a minha mãe contribuiu com o recheio de leite condensado e eu com o chantilly.


Canela

Say Goodbye to 2007

and... Relax


Canela

sexta-feira, dezembro 28, 2007

quinta-feira, dezembro 27, 2007

No Natal também se explicam estórias

Bate à porta nas manhãs frias de Domingo, nas mesmas manhãs em que me é autorizado o prolongar da preguiça, nas minhas manhãs de Domingo de cama e de livros. Entra sorrateira, traz a chave de casa nas mãos, dá-me um beijo de fugida, vai tirando os sapatos, salta para a cama e só depois pergunta:
- Estás a ler?! Como sempre! Posso ir buscar um livro?!
Sorrio, aceno que sim com a cabeça e fico a observar o seu comportamento.
Escolhe, demoradamente, o livro, enquanto vai dizendo:
- Temos duas horas para contar estórias. Leio um bocadinho, mas depois contas-me uma estória.
E, já a saltar, novamente, para a cama, decide inquerir-me:
- Pode ser?!
Volto a sorri-lhe, enquanto ela escolhe o seu lugar no conforto da cama.
- Aqui é bom ler, não é?!
- Eu gosto – respondo-lhe.
- Contas-me uma estória?!
- Não. Vamos fazer um jogo.
- Que jogo?
- Vamos ambas contar uma estória. Tu começas a contar a estória e quando achares que chega, sem a terminares, dizes-me que eu continuo, depois eu passo-te, outra vez, a estória para tu a continuares, e assim sucessivamente. Nenhuma de nós a pode terminar. Concordas?
- Que giro – responde. Nunca tinha contado uma estória assim!
A estória começou. O cenário descrito era triste. Existiam vários medos. Duas crianças abandonadas á sua sorte, cães a latir, fome, frio, dúvidas e saudade.
Ninguém tão pequeno consegue descrever com tanta nitidez uma estória tão triste. Ninguém tão pequeno deveria conseguir descrever com tanta nitidez uma história com contornos tão obscuros.
Virou-me as costas quando as dúvidas a assolaram.
- Gosta de mim? – perguntou
- Gosto muito – respondi, enquanto a abraçava.
- Achas que a minha mãe, ainda, se lembra de mim? – referia-se à mãe biológica.
- Tenho a certeza que te ama muito e que tem muitas saudades de ti.
Era a minha vez de prosseguir a estória. Mudei as cores do cenário. Falei-lhe de todos os corações que batem por ela. De quanto todos a amamos. De quanto os pais adoptivos e os pais biológicos a amam. Expliquei-lhe que os cães latem para comunicarem e o significado de pais adoptivos e pais biológicos.
E, ainda mesmo, antes da estória terminar, saltou, desta vez, para cima de mim e no meio de um abraço muito, muito apertado, perguntou:
- Sabes porquê que te amo tanto?
- Não! – respondi, só para ouvir a resposta.
- Porque me explicas tudo tão bem!
- Bom! Está na hora de voltar para casa. Não quero que os meus pais (pais adoptivos) cheguem e não me vejam! Podemos contar, mais vezes, estórias, assim?!
No Natal também se explicam histórias.


Canela

«Haiku»


Luar em noite nublada –
um rio, murmurando em japonês,
faz-me sentir em casa.



Yoshino Yoshiko


Canela

C’est vrai

Rien n’est plus lent que la véritable naissance d’un homme.

MargueriteYourcenar


Canela

segunda-feira, dezembro 24, 2007

O Postal de Natal…

… como nos tempos da faculdade!
Das prendas que ADORO.


Nota 1: Só uma sugestão (bem se vê que não percebes nada de bactérias!!!) é favor substituir Streptococcus por Pseudomonas (ler, por favor, Pseudo Monas!!!!) pelo menos sempre produzem piocianina (azul)!
Feliz Natal e um beijinho grande para o N. a R. e as crias (palavras do meu sobrinho X.!!!) o X. e o P.


Nota 2: Não achas que me desenhas-te um bocadinho… como dizer?!... GORDA! Não sei! Se fosse depois do Natal!!! Mas para já (ainda!!!) entro no 34.


Nota 3: Bolo-Rei com Penicillium não?! O quê que achas que tinha o de Sábado????!!!

Desenho do N.


Canela

domingo, dezembro 23, 2007

From: Jasmim e Canela

To: You


Kisses and a Huge Xi-coração to You


Imagem de Bruno Alves (“Feliz Natal”), retirada do sítio “1000 imagens”


Canela

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Nãoooo Acreditooooo!!!!!


Então não é que este querido, após uma exaustiva leitura do “Blog”, decidiu antecipar-se e desejar-me (desejar-nos!) um Feliz Ano Novo.
Happy New Year to you too, George!


Canela

Natal no Porto

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?



David Mourão-Ferreira in “Natal à Beira-Rio”
Fotografia retirada de New York Times


Canela

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Presépio


Canela

Tão organizada!

Não primo pela organização, mas ando surpreendida comigo, com a minha capacidade de organização, com a quantidade de coisas que consigo fazer em simultâneo, tudo com um cronómetro (quase) na mão. Tenho a minha vida cronometrada à milionésima de segundo, mas já ventilo como se fosse abrandar por alguns dias.
Ao contrário do ano passado, já fiz, praticamente, as compras todas. Já tenho o café aromatizado com chocolate, o café aromatizado com canela, o chá (mais um para juntar aos cerca de cem), os queijos todos comprados (ainda estou para ver quem vai conseguir comer tanto queijo. Eu, claro!), só me faltavam as lichias (Natal sem lichias não é Natal!), que comprei hoje.
Agora, só falta mesmo o Natal. Fico a aguardar.


Canela

quarta-feira, dezembro 19, 2007

How many colors can you get?

Because…
Constant is always white



Let's ask a poet with no way of knowing.
Someone who can give us an answer,
another duplicity to help double the world.

What kind of poetry is all question, anyway?
Each question leads to an iceburn,
a snownova, a single bed spinning in space.

Poet, Decide! I am lonely with questions.
What is snow? What isn't?
Do you see how it is for me.

Melt yourself to make yourself more clear
for the next observer.
I could barely see you anyway.

A blizzard I understand better,
the secrets of many revealed as one,
becoming another on my only head.

It's true that snow takes on gold from sunset
and red from rearlights. But that's occasional.
What is constant is white,

or is that only sight, a reflection of eyewhites
and light? Because snow reflects only itself,
self upon self upon self,

is a blanket used for smothering, for sleeping.
For not seeing the naked, flawed body.
Concealing it from the lover curious, ever curious!

Who won't stop looking.
White for privacy.
Millions of privacies to bless us with snow.

Don't we melt it?
Aren't we human dark with sugar hot to melt it?
Anyway, the question—

if a dream is a construction then what
is not a construction? If a bank of snow
is an obstruction, then what is not a bank of snow?

A winter vault of valuable crystals
convertible for use only by a zen
sun laughing at us.

Oh Materialists! Thinking matter matters.
If we dream of snow, of banks and blankets
to keep our treasure safe forever,

what world is made, that made us that we keep
making and making to replace the dreaming at last.
To stop the terrible dreaming.



Brenda Shaughnessy in "Why is the Color of Snow?"


Canela

Sending a Present

Um dos meus afilhados suecos adora esta música. E digo um porque ganhei outro. A conversa foi mais ou menos assim:
A minha madrinha é muito cool e a tua é totó!
A pergunta surgiu de imediato:
Podes ser, também, a minha madrinha?!
Pela primeira vez na vida (nem na faculdade) o próprio me pediu para eu ser a madrinha, julgo que agora tem três madrinhas?!
Eu aceitei com um sorriso de orelha-a-orelha, agora tenho quatro afilhados.
Voltando à música, tenho acordado, quase invariavelmente, com ela, se não acordo, ouço-a logo a seguir ao banho e com ela despertam todas as imagens que guardo do A.
A meiguice e a ternura que o A. transporta, bem portuguesa por sinal (igualzinho à madrinha!). Os nossos mimos matinais. E o facto de gostarmos tanto e de nos divertirmos tanto quando estamos juntos.
Como o A. visita o “blog”, aqui fica a música, mas deixa-me dizer-te meu amor lindo:
Never it’s too late to apologize.


Canela

terça-feira, dezembro 18, 2007

«She» ou um final feliz



Canela

Something in your words…

Dos Livros de Infância que guardo religiosamente
«João mata-sete»



Pouco depois, passou perto de um bosque, encontrou uma jovem de longos cabelos negros, nos quais havia enfiado uma margarida, e que estava colhendo flores.
- Bom dia, senhorita. Qual é o melhor caminho para se atravessar o bosque?
A moça não quis acreditar no que ouvia. Arregalou seus belos olhos negros, endireitou o chapelão de palha e disse:
- Atravessar o bosque? Não faça isso! Então não sabe que neste bosque vive o gigante malvado?
João empertigou-se, assumiu um ar de superioridade e, com um sorriso, falou:
- Gigante malvado? Ora, não tenho medo. Já matei sete, de um só golpe.
A moça pegou o ramalhete que havia acabado de colher e olhou com profunda admiração para João, dizendo:
- Sete? Oh… nesse caso, o melhor caminho é aquele, da direita.

Um homem que mata sete, de um só golpe, não pode ter medo.

Mas… resta saber se a princesa quer casar comigo. Todos os olhos se voltaram para a linda jovem de cabelos cor de ouro que, cantando, respondeu docemente:



Eu não digo que sim
eu não digo que não
eu preciso saber
se você vai poder
cumprir a missão.

Eu não digo que sim
eu não digo que não
se você for valente
e lutar bravamente
eu serei sua, então.



A never ending story…
onde cada um escolhe o final que quer, para uma estória com um final feliz.

Canela


domingo, dezembro 16, 2007

Das prendas que gosto de receber…

… o calendário adventício. Obrigada Dona M. A.
Já comi os chocolates todos até ao dia 16. Todos de uma só vez. Neste momento o esforço para não comer os restantes é bastante grande e, como tal, já não prometo, sequer, que o dia 31 chegue ao dia 24.


Canela

Flores do Jardim/Quintal


A I. que é uma das minhas fotógrafas predilectas e a única pessoa capaz de me capturar em fotografias fantásticas, também colheu uma das flores do quintal. A flor do maracujá. Está linda! Obrigada.


Canela

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Richard Brautigan

Just because
people love your mind,
doesn't mean they
have to have
your body,
too.


Richard Brautigan in “Just Because”

Canela

Camuflagem

Fico a aguardar…


Fotografia de autor desconhecido

Canela

Despretensioso

A palavra mais usada para caracterizar o “Blog”. Assim sendo, foram atingidos todos os objectivos. Sem pretensões, subscrevo-a na íntegra.


Canela

quarta-feira, dezembro 12, 2007

«Thank God, it's you, baby, this time, instead of me»


I don’t know what is it,
but I distrust myself
when I start to like a girl
a lot.

It makes me nervous.
I don’t say the right things
or perhaps I start
to examine,
evaluate
compute
what I am saying.

If I say, “Do you think it’s going to rain?”
and she says, “I don’t know,”
I start thinking: Does she really like me?

In other words
I get a little creepy.

A friend of mine once said,
“It’s twenty times better to be friends
with someone
than it is to be in love with them.”
I think he’s right and besides,
it’s raining somewhere, programming flowers
and keeping snails happy.
That’s all taken care of.

BUT

if a girl likes me a lot
and starts getting real nervous
and suddenly begins asking me funny questions
and looks sad if I give the wrong answers
and she says things like,
“Do you think it’s going to rain?”
and I say, “It beats me,”
and she says, “Oh,”
and looks a little sad
at the clear blue California sky,
I think: Thank God, it’s you, baby, this time
instead of me.



Richard Brautigan in “It’s raining in love”
Imagem de Alba Luna (“November Rain”), retirada do sítio “Olhares”


Canela

terça-feira, dezembro 11, 2007

Controlo

A minha mãe diz que eu sou coca-bichinhos ou bicho-coquinhas! Diz que me prendo a detalhes, que me perco na minuciosa, que vejo e revejo as mesmas coisas vezes sem conta.
Em suma: louca ou perfeccionista!
Hoje, desejei que a minha mãe estivesse por perto, para ver o que é alguém, realmente, amarrado a detalhes!
A tarde foi passada a falar na necessidade de controlar o controlo, do controlo, do controlo e do controlo. Claro que, também falamos no controlo da estatística. E terminamos a falar no controlo, do controlo da lavagem. Eu não podia estar mais de acordo, gosto de pensar (na maioria dos casos, é só de pensamento que se trata!) que tenho tudo sob controlo. Agora, desnecessário será dizer que terminamos a rir sem nenhum controlo.



Canela

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Driving Home for Christmas


Só para comemorar o reaparecimento do “Goear”


Canela

Sem assunto…

Oh pá! Depois de meses a aguardar pela transformação do “Goear”, depois do “Goear” ter desaparecido do sítio, depois do “Goear” ter reaparecido sem fazer o download das músicas. Finalmente, hoje, o “Goear” parece dar mostras de que vai funcionar direitinho! Até custa a acreditar! Toda esta espera é fruto da minha fidelidade canina, nem que seja ao “Goear”. Este “post”, eu sei, é sem assunto, mas eu também tenho dias assim… sem assunto.


Canela

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Até breve

Nem tudo se pode partilhar, porque se fosse possível, hoje, carregava contigo toda a tua dor.


Canela

terça-feira, dezembro 04, 2007

Existe algum bom senso no Benfica?!

Segundo Antonio Camacho o Benfica tem de aprender a jogar à FCP.


Canela

Como se desenha o vento?


Quando o tempo escassear,
escreverei um livro
em folhas de vento e palavras de nastro.
Atarei às arestas as emoções e a meio
construirei um lago
onde lançarei os sentimentos.
Será um livro fácil de ler,
mas de utilidade limitada.
Um livro que se lerá de baixo para cima,
onde mergulharás em sentimentos,
te atarás às emoções e poderás voar com as palavras.
As folhas nunca as possuirás,
são únicas e indeléveis.
São matéria do tempo
e átomos agitados de um dia.



Imagem de Roberto Cicchine (“lavaggio auto”), retirada do sítio “Olhares”


Canela

domingo, dezembro 02, 2007

Christmas Time


And I think to myself.... what a wonderful world!


Canela

quinta-feira, novembro 29, 2007

Alado

Viveu em tempos um pintor que nunca conseguia acabar de pintar
uma ave, fosse ela uma cegonha ou uma garça. Quando se preparava
para dar a última pincelada, ela levantava voo.

E o pintor ficava muito tempo ainda a persegui-la com o pincel no
céu azul…




Jorge de Sousa Braga in “A Última Pincelada”
Pintura de Andrew Newell Wyeth in “Overflow”


Canela

terça-feira, novembro 27, 2007

A galhofa à hora de almoço

A propósito de uma notícia publicada no Jornal de Notícias de Sábado, um amigo deu o mote ao tema: vocês leram o JN de Sábado acerca do livro «A medicina na voz do povo», publicado pela Bayer e escrito pelo otorrinolaringologista do Porto – Carlos Barreira da Costa. Não!
Então ouçam, e digam lá se já não ouviram algo semelhante, ou pior! E foi dando exemplos:
"A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença espermatozóides"
"Tenho a língua cheia de Áfricas".
"Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João".
"Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal".
"Venho aqui mostrar a parreca".
"A minha pardalona está a mudar de cor".
"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".
"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".
"Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos".
"Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta".
"O meu reumatismo é climático".
"É uma dor insepulcrável".
"Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool"
"Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem".
"Eu sou um fumador invertebrado".
"Fui operado ao panquecas".
"O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás".
"Fiz uma mamografia ao intestino".
"Ando a tomar o Esperma Canulado"- Espasmo Canulase
"Tomei Sexovir" - Isovir
"Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores".
"Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém".
Mais exemplos aqui.
Claro que nós temos muitos outros exemplos, mas são inenarráveis neste “blog”, entre cada um deles gargalhávamos até mais não, e desnecessário será dizer que o trabalho à tarde correu às mil maravilhas. Haja boa disposição e bem-haja a quem nos dispõe tão bem!



Canela

segunda-feira, novembro 26, 2007

Cross Link

Quando me disseram: «Estou cansada até à medula!».
Eu pensei: A mim é a medula que me cansa até ao tutano!



Canela

domingo, novembro 25, 2007

Tao Te Ching

Mais um comentário que passou a “post”, enviado pela Ângela

Look, and it can't be seen.
Listen, and it can't be heard.
Reach, and it can't be grasped.

Above, it isn't bright.
Below, it isn't dark.
Seamless, unnamable,
it returns to the realm of nothing.
Form that includes all forms,
image without an image,
subtle, beyond all conception.

Approach it and there is no beginning;
follow it and there is no end.
You can't know it, but you can be it,
at ease in your own life.
Just realize where you come from:
this is the essence of wisdom.


Canela

sábado, novembro 24, 2007

Lua

A Lua apareceu com o ventre dilatado,
transportava a água das flores e o néctar das lágrimas.
Ao rio atirou estrelas e no mar lançou a paixão perdida
no azul.
Na areia dilacerou a angústia do seu último raio de Sol
e em mim adormeceu, para jamais acordar.



Imagem de Raul Alexandre (“Voos Finais”), retirada do sítio “Olhares”

Canela

quinta-feira, novembro 22, 2007

Newbie Lucky



Em dias que começarão assim.


Canela

quarta-feira, novembro 21, 2007

terça-feira, novembro 20, 2007

O que me deixa feliz...

… sentir que as palavras carregam alegria e vontade de brincar.


Canela

domingo, novembro 18, 2007

Perguntas difíceis

Ao fim de oito horas consecutivas de trabalho, continuávamos os três a fazer cálculos de cabeça, e, mesmo assim, mantínhamos a concentração possível. Eu sugiro que a organização avance para a chamada “linha-de-montagem”, porque qualquer perda de tempo e concentração (no nosso caso) são irrecuperáveis. Quando, finalmente, conseguimos atingir a máxima concentração (possível) e rentabilização do trabalho, alguém pergunta:
Quem inventou os eppendorfs?! Será que também se chamava Eppendorf?!
Só não lhe batemos por pouco, mas ficamos os três a pensar. E, já no final da tarde, eles os dois saíram para almoçar e eu para cortar o cabelo.
Neste preciso momento, se alguém me fizer uma pergunta difícil ou paro de trabalhar, ou saio para jantar, das duas uma.


Canela

Prova do Aquecimento/Arrefecimento Global no Quintal (cont.)





Canela

No Prolongamento da “Declaração de Amor”

Igreja Matriz de Matosinhos

Na cidade onde o mar começa, e dentro das notáveis obras do arquitecto italiano Nicolau Mansoni, temos a Igreja Matriz de Matosinhos, belíssimo monumento do barroco. No seu interior podemos observar as duas fileiras de cinco arcos quinhetistas, que dividem o edifício em três corpos de nave. A nave principal encontra-se totalmente revestida por talha dourada. Do seu espólio consta, ainda, um magnífico órgão de tubos, que no mês de Dezembro, com os seus concertos, traz o sonho à cidade.


Canela

quinta-feira, novembro 15, 2007

Lugares, paladares e amores irresistíveis

Nos lugares de sonho também se guardam memórias de cores, cheiros e sabores.
Hoje ao ler este post não resisti a continuar aqui a "declaração de amor".
Como em todas as paixões, a que existe entre o mar e o rio é absolutamente arrebatadora, por isso é impossível passear indiferente na foz. A foz é a cor do amor-perfeito, o cheiro fresco e doce do mar que nos envolve, com noites de luar que guardam sonhos-de-amor rigorosamente delineados pelas centelhas de luz que iluminam o areal da Praia da Luz.
Assim sendo, onde começa o mar também existe:

A Padaria Ribeiro em Matosinhos
Onde se podem saborear as melhores empadinhas de vitela que conheço, o melhor apfelstrudel que conheço, o melhor Bolo-Rei, Bolo-Rainha e Bolo-Rei com chila que também conheço.

Vinho & Coisas
"A melhor garrafeira do país está em Matosinhos. Paris vale uma missa e a Vinho & Coisas vale uma visita de estudo."

Quanto ao Vinho do Porto
Eu continuo a preferir os Vintage e a minha pequena colecção começa nos anos 60, num dos melhores anos de Vintage. Advinhem se quiserem!
Por isso à pergunta: "Quando vais abrir uma garrafa?"
Respondo (invariavelmente): Numa altura especial!
"Quando?"
Mais alguém, para além de mim, vai saber… e saborear!


Canela

quinta-feira, novembro 08, 2007

Em profusão de sentidos


Se eu te disser
que sinto cada impulso neuronal
que te percorre o corpo
quando me tocas a pele.
Cada gesto teu.

Se eu te disser
que ouço os segredos que guardas
na recôndita fantasia.
Cada palavra tua.

Se eu te disser
que vejo as imagens que crias
quando te entregas
a um olhar.
Cada feitiço teu, em cada feitiço meu.

Abandono-te meu amor
o interminável poema
para o finalizares
sempre
que
nos
apetecer.



Dedicado aos que nos acompanharam
Se este for o último dia será assim... em profusão de sentidos.


Canela

Hoje é o Primeiro Ano…

… do inicio do Blog, e do resto dos nossos dias.
A partir de hoje, escancaram-se as portas ao futuro.
Obrigada a todos aqueles que nos acompanharam durante este belíssimo ano.
Obrigada aos que foram deixando comentários ao longo deste tempo (obrigada Piro pelo primeiro comentário).
Obrigada pela motivação e incentivo constante (Ângela tens de ler as postagens mais recentes!)
Obrigada.



Canela

quarta-feira, novembro 07, 2007

Cores, Letras e Poesia



Eu de barba branca a tiracolo
rodeado de fumo por todos os lados vadios
menos pelo lado do mar
com um incêndio à ilharga
e dois artelhos clandestinos
eu salvo miraculosamente para te amar e curar
e esperar o teu regresso glacial e escarlate
que escrevo poemas desde que um rato
me entrou prós pulmões e só por causa disso
eu que disse: há um cancro no mapa universal
e engenheiros, geógrafos, doutores se apressaram a negá-La
eu da cintura pra cima de alcatrão e terror
e do umbigo pra baixo de quiosque chinês
eu não espero piedade obrigado




António José Forte in “Declaração”
Pintura de Ana Cesária (“As cores das Letras”)


Canela

Muito perto de perguntar...

Depois de 6 horas consecutivas de trabalho, e antes que a minha mãe me ligasse a perguntar:" Já almoças-te?" "Não me digas que hoje não vais almoçar outra vez?" "Quanto tempo, mais, julgas que vais aguentar assim?" Olhei pela janela, o dia estava lindo, quente, um sol brilhante, desejos de mar e pés descalços na areia. E, de repente uma vontade incontrolável do melhor apfelstrudel que conheço, muito melhor do que o austríaco.
A conjugação perfeita: sol, praia, o divino apfelstrudel (quente) sem gelado de baunilha (não tive coragem de o pedir e ouvir: "Não temos!"), as melhores empadinhas de vitela que conheço encomendadas para o jantar, e talvez um pouco a destoar uma meia-de-leite. Tudo perfeito. O telemóvel tocou: "Estou a almoçar!"
Quando me preparava para pagar, a minha cara de cansada denuncia-me, não me apetecia levantar. Nesse preciso momento alguém diz: "Deixe-se estar a descansar mais um pouco que eu faço isso por si!" Eu estou quase a perguntar: "Quem é que me anda a enviar anjos?!"



Canela

terça-feira, novembro 06, 2007

Sete


Daria as vidas que lhe restam
por minutos
em seus braços
Cinderela
sem queixume
à meia-noite
de volta pro borralho
Mulher-gato
retornaria
todo dia
só para lamber sua boca
de Batman
Cravaria o gatázio em sua carne
quem sabe alcançaria
um coração
no peito?
Pois quem gateia é ele
foge
negaceia
brinca de gato e rato
Diante disso
ela se contenta
em gatafunhar seus escritos




Ana Guimarães in “Seis”
Imagem de autor deconhecido.

Canela

segunda-feira, novembro 05, 2007

Há dias assim…

No final do meu trabalho matinal, ainda à conversa com eles, recebo uma chamada a dizer: Por favor desça que já entrei em trabalho de parto. Não queria acreditar, apesar de já o esperar desde o fim-de-semana, mas, hoje de manhã quando a vi entrar ainda lhe disse: Desça para se examinada e quando eu terminar vou busca-la para irmos tomar o nosso descafeinado. Há trinta e nove semanas que tomamos diariamente (em cinco dias da semana) o nosso descafeinado. Hoje a M. não nos deu tempo.
- Já sabe! Cancele tudo o que tem para fazer que eu quero que fique comigo.
- Os seus pedidos são ordens!
O dia foi longo e deu para tudo, até para constatar que, um dos médicos, que também vai ser pai brevemente, tinha ido de férias sozinho.
- Não podes estar a falar a sério!
- Porquê?! Tu não saberias o que fazer numa situação semelhante?!
- Eu?! Então não saberia! Comigo nem ias. E se fosses, no teu regresso tinhas as malas à porta. – entretanto ia pensando – Há homens com sorte.
- Os teus padrões de exigência sempre foram muito elevados!
Perante semelhante afirmação só me restou sorrir e continuar a pensar: De facto, há homens com sorte.
Á medida que o tempo ia passando a A. ia dando sinais de que o parto estaria para breve. Às quatro da tarde já estávamos todos a postos para receber a M.
- E o pai! Onde está?!
- Não o quero comigo Jasmim. Ele não vai aguentar.
Realmente, não podia deixar de pensar: Há homens com sorte!
O pai chegou, e não aguentou.
Mas desta vez eu compreendi. O parto foi complicado e para a M. nascer foi necessário recorrer a ventosas.
No final com toda a gente transpirada e exausta, a primeira coisa que fiz depois de me comover ao ver a M. nascer, foi agarrar-me aos beijos à A. As mulheres são, sem dúvida, seres extraordinários. A A. foi cortada, sofreu imensas dores, ficou exausta e não disse um ai.
A M. é um bebé lindíssimo, enorme e entrou no mundo com uma vitalidade invencível.
Sai a chorar quando a A. agradeceu a toda a equipa (comovida) e no final me segredou: Obrigada tia Jasmim, em nome da M.
Agora encontro-me a escrever o que lhe devia ter dito:
Eu é que agradeço A., o facto de me ter escolhido para partilhar consigo o nascimento da M.
Para ti minha centelha de Sol: Sê bem-vinda meu amor Lindo.


Canela

domingo, novembro 04, 2007

Prova do Aquecimento Global no Quintal (cont…)

Já temos mamões ou papaias!


Conseguem ver por baixo dos cinco estigmas já necrosados o mamão ou a papaia (bolinha branca)? Pois é, aí estão!
Vou só relembrar que estamos em Novembro, que tomei café na praia de T-shirt, que estavam pessoas no areal e na água de fato-de-banho e que olhar para as montras das lojas de decoração e ver os ornamentos de Natal me causa estranheza.


Canela

O filme…

… de Francis Ford Coppola – Youth Without Youth – foi adaptado para o cinema a partir do livro, com o mesmo nome, do romancista, ensaísta, filósofo e historiador romeno Mircea Eliade.

As obras que permanecerão para além do tempo.


Canela

«We are running out of time»




Youth Without Youth – Francis Ford Coppola



Canela

sábado, novembro 03, 2007

Paixões – Chá e Poesia

A 6000 rpm

E quando o tempo acelera e pede pressa
Eu recuso faço hora ponho a valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo o mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta para perceber
Será que temos esse tempo p'ra perder
E quem quer saber?


João Pedro Pais e Mafalda Veiga in “Paciência”
Composição: Lenine e Dudu Falcão


Canela

Paixões…

… o lado simples da vida, os que nos olham nos olhos, os que seguem de cabeça erguida, os de sorriso fácil e olhar despretensioso, os que esticam a mão, os que transportam os sonhos dos outros.


Canela

sexta-feira, novembro 02, 2007

Blog com prognóstico reservado

Há uns tempos atrás já tinha falado aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Também prometi aqui, que voltaria a falar neste assunto e, como não costumo faltar ao prometido… Chegou o momento. O blog está quase a completar um ano. Inicialmente pensei dar a notícia nesse dia, mas depois cheguei à conclusão que esse seria um dia para comemorar e não para dizer adeus. Não sei se é um adeus definitivo, se vou aparecer pontualmente, ou se inicialmente aparecerei pontualmente e depois desaparecerei. Não sei rigorosamente nada acerca do futuro do blog, sei apenas as razões que me levam a fazê-lo neste momento: as osteomielites, as artrites sépticas and so on - o meu doutoramento.
Todo o tempo livre que tiver, depois do meu trabalho, vai ser canalizado para este projecto e acreditem que não é muito, por isso acabaram-se as saídas (só com algumas excepções), os fim-de-semana sem trabalho (que praticamente nunca soube como eram), as férias (por isso as deste ano foram «fabulásticas», como diz a primoca), em suma terminaram os míseros resquícios de “boa-vida”, para ser gerada uma nova etapa.
Para os que me tentaram aliciar e fazer prometer que não abandonaria o blog aqui vão alguns recados:
- Criem um blog, para me manterem ocupada nos tempos de desânimo e exaustão.
- Os que já têm, por favor, escrevam mais e com mais assiduidade! Hello Farmácia!
- Este vai continuar aqui, pois está claro!
- Vou continuar a escrever mas por outras bandas e com mais objectividade, seguríssimo!
- Se me sobrar tempo prometo que escreverei, aqui.
- Quando começar a escrever muito no blog, deduzo que não será um bom sinal!
O blog irá permanecer igual a si mesmo, aberto às avaliações que quiserem fazer, mas com uma enorme parte de mim. A «minha cara» - como dizem alguns de vocês. Não interessa por quantas partes sou constituída, qual o meu fenótipo, ou nome próprio. Aqui só interessa o que realmente me fez e faz feliz.
Prometo que, nestes últimos seis dias me manterei por aqui, depois tudo será um espaço aberto. Um espaço onde cabem mil coisas.


Canela

quinta-feira, novembro 01, 2007

Diz o povo e com razão…

Que um disparate nunca vem só.

"Desde a revolução francesa que a esperança tem estado sempre à esquerda. Mas hoje não há mais esquerda na Europa. O que os jovens vão querer? Vão querer dinheiro! A Europa actualmente é o cheiro do dinheiro, que é tão sufocante e pode vir a ser um grande Macau ou uma explosão enorme", afirma. A crise na cultura, por outro lado, levará a uma crise na ciência.

George Steiner in Ciência Hoje


A propósito da Ciência, Senhor Steiner, seria tão bom que se lembrasse que grande parte dos cientistas que fazem investigação nos Estados Unidos, e que fazem evoluir a ciência são Europeus.
Já agora, Senhor Steiner, diga-nos ao que “cheira” os Estados Unidos quando aniquila os países limítrofes, já para não falar no Iraque e nos restantes onde o Senhor Bush pressentirá o “cheiro” de armas de destruição maciça.
A ciência não se coaduna com a falta de honestidade, de espírito crítico e muito menos com “crises existenciais”.

Mais exemplos aqui.


Canela

Sem vacina


Canela

É tão fácil


Sempre que me perguntas: Como é que consegues fazer 1000 coisas ao mesmo tempo?
Eu respondo-te: Amo tudo o que faço. É tão fácil!


Canela

Em tons de Azul


Sei que nunca viste o coração,
que nunca olhaste a onda sobre a onda,
que nunca fizeste castelos para o mar ser forte.

mas sei que já viste o coração das coisas,
que já tocaste a ferida nos nossos braços,
que já escreveste para sempre o nome da terra.

por isso te digo que vou levar-te o mar
na concha das minhas mãos, azulíssimo,
para que nele descubras o meu nome
entre os seixos os búzios os rostos que já tive.



Vasco Gato in “Um Mover de Mão”
Pintura de José Barbosa (“Coral”)

Canela