quinta-feira, dezembro 21, 2006

Férias, Congressos e Afins…

Parlamento, construído entre 1884 e 1904, estilo neogótico

Existem sempre locais que nos tocam, pelas mais diversas razões. Este país destaca-se pela sua história (sucessivas batalhas travadas com os turcos e pelas várias referência ao império austro-húngaro), pela sua arquitectura (mistura de vários estilos: medieval, barroco, neoclássico, etc.) e pela sua cultura.

Hotel Gellért, construído entre 1911 e 1918, estilo modernista, ao qual foram acrescentados mais tarde os banhos, um verdadeiro SPA!!! com os melhores banhos turcos que conheço.

Nas minhas viagens guardo particularmente as minhas histórias. As histórias de alguém que têm um mundo próprio, ao qual, os outros chamam o mundo da lua, ou como diz a Piro “ o mundo Bright Jones, sempre recheado de histórias”.
As peripécias começaram logo ao nível da comunicação, ao descobrir que apenas os mais novos falavam inglês…
Com os mais velhos, principalmente nos locais de comércio, tentei de tudo, inglês, francês e vestígios de alemão, como nada resultava, adoptei a técnica mais antiga da comunicação... passei a desenhar.
No segundo dia farta de desenhos decidi aprender húngaro! Contudo, só muito mais tarde, percebi que existem dois tipos de discurso: um de linguagem corrente (que eu praticava!!!!) e outro mais coloquial, que, normalmente, se usa com as pessoas mais velhas. Eu, de facto, achava estranho as expressões faciais, dos meus interlocutores, mas sempre as associei ao meu péssimo húngaro. Mais tarde descobri, que também, tratava todos por “tu”!
A história, inesquecível, passou-se na ilha Margarita, localizada a meio do Danúbio.
Na tarde em que decidi visitar a ilha reparei que logo à entrada existia um espaço de aluguer de bicicletas. Como a ilha ainda era relativamente grande optei pela melhor solução – alugar uma bicicleta!!!!
O passo seguinte foi pôr-me a caminho. Mas este caminho tinha uma acentuadíssima inclinação descendente…. Rumo ao centro da ilha, em altíssima velocidade, deparei-me com um senão…a minha bicicleta não tinha os habituais travões de mão!!! Numa fracção de minutos tentei esmiuçar toda a bicicleta, numa árdua tentativa de encontrar os travões…. Esforço vão. Nada. Rigorosamente nada. Em desespero e já muito, muito, muito mesmo, perto de uma estátua a decisão foi fácil… atirei-me para a relva, enquanto a bicicleta batia violentamente contra esta. Não sobrou um único raio da roda dianteira para contar a história…!
O senhor, do aluguer de bicicletas, olhava estupefacto para a cena, enquanto se formava uma fila de pessoas, que aguardavam pelo aluguer da próxima.
Tentei alugar outra bicicleta. Desnecessário será dizer, que o pedido me foi veemente recusado.
Muito mais tarde foi-me explicado que deveria ter andado com os pedais para trás (sinónimo de travões!!!). Pena foi ter sido tão tarde!!! Aprendi.

Canela

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