… deste “
post” lembrei-me de uma estória ocorrida nos Jogos Olímpicos, julgo que na década de 60, mas muito sinceramente, quanto à data não estou completamente certa.
Pode parecer que os Jogos Olímpicos nada têm a haver com genética, mas na verdade, só tem a haver, senão vejamos!
Como é do conhecimento geral, os homens possuem uma maior quantidade de massa muscular relativamente às mulheres, e todo isto porque possuem dois cromossomas sexuais diferentes – XY. Então porque é que as mulheres, que têm dois cromossomas sexuais iguais (XX), têm menos quantidade de massa muscular?
A explicação é simples (sem entrar em detalhes técnicos!) se olharmos para a letra Y deduz-se, facilmente, que este cromossoma pode ter tido origem num cromossoma X através da perda de “uma perna”, ou seja, sofreu uma deleção. Assim sendo, isto significa que em termos de cromatina sexual as mulheres possuem mais informação genética do que os homens. Mas a pergunta mantêm-se: como é que eles têm maior quantidade de massa muscular?
Porque eles, pura e simplesmente, têm toda a informação genética contida nos seus cromossomas sexuais (XY) a ser lida, enquanto que, as mulheres têm um dos seus cromossomas X “empacotado”. Como todos sabemos, quando queremos retirar informação de um livro temos de o abrir, fechado não conseguimos aceder à informação. O que significa que este cromossoma, quando não está em divisão, não está a expressar a sua informação genética o que indica que, só um dos cromossomas X está a ser lido.
Voltemos aos Jogos Olímpicos, da presumível década de 60, onde alguns atletas masculinos, incapazes de vencer nas provas das suas modalidades, se integravam nas equipas femininas mimetizando as mulheres. O que nem era muito difícil se tivermos em conta o aspecto masculinizado da maioria das atletas. Claro, alguns venciam! Mas outros devem ter tido mais dificuldade em manter este disfarce camaleónico e levantaram suspeitas, o que levou o Comitte a procurar soluções para esclarecer a situação. Uma das soluções encontradas foi fazer uma simples raspagem do epitélio da língua para tentar descobrir se nestas células se observavam os chamados corpúsculos de Barr (o tal cromossoma X “empacotado”), que correspondem a uma marginalização da cromatina (em forma de meia-lua), contida no núcleo da célula. Portanto, células femininas com corpúsculos de Barr, células masculinas sem corpúsculos de Barr. O problema foi assim facilmente resolvido!
Mas não o nosso! Continuamos sem saber porque é que as mulheres têm um cromossoma sexual “empacotado”!
Na verdade pensa-se que aquele “bocadinho” a mais de cromatina (a tal “perna” que falta no Y), contém informação suficiente para dar origem a uma nova espécie. Ou seja, a reprodução entre homens e mulheres poderia deixar de ocorrer. Em termos genéticos parece que somos todos do planeta Terra, e perfeitos!
A conclusão a que provavelmente chegaram é que, muito pouca informação contém o pobre do Y! É verdade! Mas, será que é só na quantidade de massa muscular que detectamos a sua expressão?! Para as mulheres a resposta é simples. Para os homens: vou deixar que descobram!
Canela