terça-feira, outubro 09, 2007

Com o tempo essencial

Ando sem tempo para discursos desconexos e impregnados com a fleuma característica dos prepotentes
Ando sem tempo para sentimentos mesquinhos e ódios que se nutrem com histórias distorcidas de civilizações perdidas.
Ando sem tempo para reuniões onde desfilam vaidades e se sangram os resilientes como nos dias de matança, em pretensos coliseus onde os sádicos assistem com satisfação até ao último estrebuchar das suas vítimas.
Ando sem tempo para conversas paralelas onde se destila veneno que compromete seriamente qualquer função hepática.
Ando sem tempo para rostos fechados pela angústia e frustração.
Mas, também eu estou muito aquém do que deveria ser um ser humano, também eu, ainda, não consigo aceitar tudo o que vou encontrando no caminho. Aceitar tem de ser a palavra-chave. Como um bom taxonomista deveria saber observar, identificar, catalogar, atribuir-lhes uma categoria e passar ao seguinte. Mas não, ainda me deixo mutilar, primeiro a nível organizacional e depois a nível lexical. Sinto-me incapaz de organizar ideias e de as transpor para palavras. Sinto-me incapaz de descrever sentimentos.
Não deixa de ser paradigmático, o facto, de amar tudo quanto faço, de pensar que eles merecem a minha máxima entrega e dedicação e de, simultaneamente, sentir que posso estar a trair quem mais me ama e quem mais amo.
Porque poucas vezes o digo, e não quero que, o possa vir a fazer tarde de mais, deixem-me dizer-vos que vos amo muito. Cada um de vós é para mim muito especial. Aprendi a ver-vos com o coração. A ausência de remetente relaciona-se com a certeza de que, cada um de vós se reconhece nesta partilha de amor.


Canela

4 comentários:

Licas disse...

Pela parte que me toca, obrigada, eu também! Adoro-te! :-)

Anónimo disse...

Eu amo muito os meus três amores lindos! Obrigada
O vosso amor é a minha roda motora.
;)
Beijinhos

Anónimo disse...

Ainda bem que de vez em quando conseguimos construir algo mais do que aquilo que mais vemos à nossa volta, os tons de cinza parecem prevalecer no mundo que nos rodeia, felizmente que há sempre alguém que põe um pouco de cor nesta p...aleta da vida!
E que assim permaneças!!!!!!
Piro

Anónimo disse...

Nem sempre é assim, infelizmente. Há dias em que consigo mais do que noutros.
Mas ao escreve-lo consciencializo-me de não posso valorizar o que não tem valor. Tento interiorizar que o "mau" nos deve fazer valorizar o "bom". E, sobretudo que, também Eu tenho de aprender a aceitar, sem me resignar, sempre a lutar por algo melhor, mas aceitar. Quando isto acontecer vai deixar de me doer, passa a existir mais cor.