quinta-feira, maio 24, 2007

Imperfeições


Tinha os olhos abertos mas não via.
O corpo todo era a saudade
de alguém que o modelara e não sabia
que o tocara de Maio e claridade.

Parava o seu gesto onde pára tudo:
no limiar das coisa por saber
- e ficara surdo e cego e mudo
Para que tudo fosse grave no seu ser.



Eugénio de Andrade in "O Anjo de Pedra"
Fotografia de Paulo Marques ("Aline 2"), retirada do sítio "1000 imagens"


Canela

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