quinta-feira, setembro 13, 2007

Indomáveis


Estudiosos austeros ou libertinos ferverosos
Chegada a maturidade
Começam a gostar de gatos_
Os gatos a sério Verdadeiras preciosidades Meigos e poderosos
Como eles friorentos
Como eles sedentos de ler

Amigos do saber e do prazer Os gatos
Procuram o sossego e a sombra estranha

Se fosse possível vergar-lhes o orgulho em servidão
Erebe tê-los-ia empregue como seus mensageiros fúnebres

Altivos por indiferença
Tomam as poses nobres
Das grandes esfinges
Que no fundo da sua solidão
Parecem dormitar sem fim nem despertar





Charles Baudelaire (“Os Gatos”) in “As Flores Do Mal”, tradução de Maria Gabriela Llansol
Imagem de autor desconhecido


Canela



Em protesto

1 - Por um governo de "pequinês" e chinesices, que vira as costas a um reconhecido líder espiritual, político e prémio Nobel da Paz, determinado na luta pelos direitos humanos e pela unificação dos povos. Portugal não se identifica com líderes políticos que desprezam os mais desprotegidos e oprimidos.

2 – Pela falta de desportivismo e dignidade no jogo Portugal/Sérvia.


A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
sua ilusão,
sua miopia.


Carlos Drummond de Andrade in “A Verdade”


Canela

quarta-feira, setembro 12, 2007

Frugal

No restaurante temático Africano


No restaurante temático Asiático

A composição é da minha inteira responsabilidade


Canela

terça-feira, setembro 11, 2007

“Extremamente Meigos”

O inicio de férias, à semelhança de 2006, foi novamente atribulado. Uma vez mais, a Diny foi mordida por um cão que o dono diz ser "muito meiguinho”.
Em 2006 a Diny foi mordida dentro do próprio jardim, por uma cadela de raça Pit-Bull que os donos dizem ser "extremamente meiga". Pois, esta cadela “tão meiga” rasgou a rede que foi colocada nos portões, para que a Diny não colocasse a cabeça de fora, e mordeu-a, felizmente sem grandes consequências.
Como é óbvio falei com o dono da Pit Bull que não queria assumir os danos e até me disse, pasmem-se, que a Pit Bull era, afinal, uma rafeira! Lá tive eu de o “encostar à parede” muito bem encostado e a alteração de atitude foi radical, prontificou-se a pagar de imediato todos os estragos. Na verdade, nunca quis que me remisse os estragos, só exigi que assumisse uma atitude responsável e passassem a andar com a cadela sempre presa e se possível açaimada.
Tempos depois, desta vez, a Diny e o meu pai foram mordidos com gravidade por uma Husky Siberiano, e, mais uma vez, o dono não só não quis assumir as consequências, como tentou vitimizar-se dizendo que, na verdade ambos tinham sido mordidos por outro cão, e numa atitude de vingança o tínhamos escolhido a ele e à cadela para protagonistas. Está atitude deixou-me absolutamente furiosa, e desta vez, o caso teve de ser resolvido na esquadra de polícia, onde o dito senhor apareceu banhado em lágrimas e a dizer que, “não havia necessidade”, afinal de contas “eu sou um anjo”, "assumo toda a responsabilidade", e, "a cadela é minha, não a levem para o canil, por favor". Aprendeu e aprenderam os restantes que tiveram conhecimento do caso.
Este ano a Diny foi novamente mordida por Serra d’Aire ou Serra da Estrela, quando passeava com o meu pai, mais uma vez, teve de ser suturada, e, mais uma vez, o cão que pesa perto de 50 quilo e com as mandíbulas que todos conhecemos é “extremamente meigo”. Desta vez, a minha fúria subiu de tom e a sorte foi que, o dono do cão só dizia, “tem toda a razão menina”, “tem toda a razão”. Acalmei-me. Pois é, “tem toda a razão”, mas continua a andar com o cão à solta. Um dia destes vai ter de ser chamado “à tábua”, que é para aprender, já que não vai lá com palavras!
Este “post” é só para avisar que os cães são animais, e como tal, têm de andar presos.
Viver em sociedade implica cumprir regras, embora possa parecer, ainda não vivemos no “Far-West”, onde cada um faz as suas próprias leis.
Estas pessoas têm crianças. Eu pergunto, como reagiriam se estas crianças fossem mordidas por cães com donos irresponsáveis?!
Eu e a Diny passamos a passear no parque da cidade, onde todos cumprem a lei, porque existe vigilância. Hoje lá fomos mais uma vez dar o nosso passeio higiénico, ao final do dia.



Canela

Ontem enganei-me… ops!

Esta mensagem é para hoje, dia 11.
Desculpa, ontem pensei que já eram 11, coisas minhas! Já me conheces, verdade?!
Muitos Parabéns!


Canela

segunda-feira, setembro 10, 2007

Sede

t
ris
tris
te tris
tris te tris
tris te tris tris
te tris tris te tris
tris te tris tris te
tris tris te tris
tris te

(SE2D)


Ana Ramiro in “Torneira”
Imagem de Jorge Coimbra (“Brotar da cor”), retirada do sítio “1000 imagens”

Canela

Feliz Aniversário JM

Existem expressões que nos ajudam a sobreviver. Não sei se te lembras, mas um dia, pouco antes de saíres, disseste-me: Lembra-te do que te vou dizer: vais ter sempre duas opções, ou o lado muito bom a todos os níveis, ou o lado muito mau também a todos os níveis! As situações intermédias não existem!
Esta expressão tornou-se, praticamente, o meu lema de vida. O lado certo. O lado onde quero estar. Mas, faltam-me os amigos, faltas-me tu. Faz-me falta o teu sorriso, as tuas gargalhadas, as nossas conversas a “voar” e as mais demoradas, a tua disponibilidade permanente para ajudar tudo e todos, e até as nossas directas, que mais não eram do que excelentes testes à nossa resistência física e extraordinários momentos de convívio.
Não posso deixar de te agradecer as milionésimas boleias e todos os teus cuidados.
Por tudo isto e por tudo o que falta escrever, hoje, no dia do teu 29º aniversário quero desejar-te dias eternos de paz serena e felicidade extrema.
Que o dia te abrace com ondas de profundo e doce azul, como só tu mereces.


Canela

domingo, setembro 09, 2007

Parece que, …

Na capital também há filas!
A minha mãe telefonou-me a queixar-se que teve um quarto de hora na fila para comprar pastéis de Belém! Mas, prometeu-me que à noite vamos ter café com natas.


Canela

Philip Roth

“teve uma mãe possessiva e, por isso tinha medo das mulheres”

Alice Denham


Canela

O piropo do dia

Caminhava eu tranquilamente na rua, totalmente entregue a um mundo que é só meu, quando alguém se interpôs no caminho. Era um homem relativamente novo, acompanhado por outro senhor mais velho. Durante o curto tempo de atenção que me consegue arrancar, olha-me nos olhos, com um misto de surpresa e desconforto e diz:
- As mulheres estão cada vez mais bonitas! FOGO!
Ao contornar o “obstáculo” reparo que o senhor mais velho olhava para este, absolutamente, surpreendido pela ousadia. Eu tento prosseguir de forma imperturbável ou quase imperturbável, porque não consegui deixar de sorrir por quatro motivos:
O primeiro motivo está relacionado com a construção da frase no plural. Como dizia um colega meu, todas as mulheres têm algo de bonito.
O segundo motivo relaciona-se com a inerente falta de experiência para estas situações. O "FOGO", demonstra alguma emulação e todo o fracasso na abordagem a mulheres bonitas. Não o deveria usar.
O terceiro motivo relaciona-se com o “astigmatismo” dos homens. A forma desfocada com que olham para as mulheres. Intimamente relacionado com este factor está o quarto motivo.
O quarto motivo relaciona-se, obviamente, com a incapacidade de alguns homens conhecerem as mulheres. A beleza feminina vem, maioritariamente, de dentro para fora. Por tal facto, as mulheres bonitas são mulheres inteligentes e excepcionais em vários quadrantes da vida.
Em suma: Bonitas, inteligentes e de bem com a vida.
Por todos os motivos supracitados aconselho-o vivamente a mudar a estratégia de abordagem, caso contrário o insucesso estar-lhe-á garantido


Canela

sexta-feira, setembro 07, 2007

Guess…

What is she singing?


music

Canela

Em dádiva de Azul


Se eu te desse todo o meu azul
o que farias? Com tantas cores
tu compensarias minha falta
de horizonte? Serias capaz
de me mostrar verdes e violetas?
Quais seriam os limites dados
se me restassem os amarelos
e os vermelhos? Qual a cor do mar
que me guiaria até meus portos?
Se eu te desse todo o meu azul
suportarias? Suportarias
saber-me dias quentes, enquanto
a ti restaria apenas frio?


Anderson Santos in “dúvidas primárias (e secundárias)”
Na fotografia a flor de maracujá do quintal

Canela

quinta-feira, setembro 06, 2007

Guess…

What are they singing?

music


Canela

Na interface…

…quando o cheiro do mar se intensificou


Canela

Ao amor incondicional

Não sei se a culpa é deste meu estado de espírito de total boa disposição, ou se alguém mandou fazer "chover" boas notícias! Seja como for é tudo quanto preciso para continuar feliz.
Hoje, não posso deixar de agradecer a quem me dá diariamente a mão, o apoio necessário para prosseguir, amor de sobra, motivação ilimitada e não se cansam de dizer “ estuda filhota, estuda!”. Eu continuo a aprender o quanto a vida pode ser magnífica, quando se têm duas pessoas fantásticas e inigualáveis ao lado. Os meus pais.


Canela

Dançava-se...

... assim,

assim,


assim,

assim,

assim,

e assim

Canela

quarta-feira, setembro 05, 2007

Ella Fitzgerald ou o bom gosto é inato

Estas férias voltei para as minhas colectâneas de música jazz, principalmente, para aquelas que, nem sempre ouço como quero, vagarosamente.
Decidi fazer uma proposta mais ou menos decente e “vamos a isso”, as respostas não se fizeram esperar. A Cris telefonou a dizer que gostou da ideia e que anda a ouvir Ella, a Piro telefonou a dizer que comprou um CD de música Jazz com Ella e hoje, chego a casa da primoca e o que vejo (?): dois álbuns e mais uma banda desenhada de Ella. Finalmente, surpresa das surpresas a Kiquinha, com menos de um mês de vida, já ouve Ella e gosta!

Canela

Encontros perfeitos

Dream a little dream of me

Canela

O Gindungueiro

Do quintal está lindo!


Canela

O Mamoeiro


O mamoeiro que cresceu imenso e que aguentou as geadas cortantes do Norte, because Happy, one of the seven dwarfs, brings it flowers everyday! Daisies I suppose!

Canela

O Machibombo


A fotografia foi tirada dentro de outro machibombo, na madrugada em que cheguei a África, daí a sua má qualidade. Curiosamente, os machibombos não mudaram muito.


Canela

terça-feira, setembro 04, 2007

Ainda na saga dos “posts” pedidos

As estradas africanas.


Faltam as árvores, os chimpanzés a atravessa-la, as fêmeas com as crias às costas, falta tudo isto para encaixar na perfeição nas minhas recordações, mas na forma está lá o essencial.

Canela

Setembro com praia

Hoje, quando voltei da praia, cheia de calor, olhei para a mangueira enrolada do quintal, e deu-me uma vontade incontrolável de ser criança outra vez, para tomar um belo banho de mangueira.


Canela

Encontros perfeitos

Good Luck!

Canela

O que me fez muita falta…

… durante as férias.

A característica prenuncia do Norte, que pelos vistos não tenho e todos me perguntavam se era de Lisboa.
Lá respondia com um veemente:
- NÃO.
A correcção era imediata:
- Porto?!
E, eu deixava sair um dengoso e doce:
- Siiimmm.


Canela

O barco que entrava a alta velocidade...

... pela areia dentro.


Canela

Os que encontraram sérias dificuldades





Canela

Alguns desportos

O regresso dos mergulhadores

Windsurf

Kitesurf


Canela

segunda-feira, setembro 03, 2007

No dia em que a promessa foi:

- Se entrar nessa água rejuvenescerá 10 anos!

Ora eu que já estava com um pé enfiado na água cor-de-rosa, com um teor em NaCl de 26%, saltei, de imediato, para fora.
- Não quero rejuvenescer! – Disse.
O caminho, para mim que sou curiosa, sempre foi claro, faz-se como nas estradas africanas – rectilíneo, plano, até se perder no horizonte, mas sempre em frente.
Não busco o mais difícil, nem o mais fácil, quero, tão-somente, seguir em frente, até me perder no olhar de um horizonte que me catapulte para outro horizonte. Assim como o arco-íris visto através dos olhos de criança.


Canela

Consequência das férias

A propósito da minha criatividade o meu pai disse-me:
- Continuas num deserto de ideias!
Eu tive de me rir, porque nada é mais verdade. O problema é que, não é só de agora!


Canela

Uma das Piscinas...

Do Resort




Canela

A piscina que o mar escavou na rocha



Canela

“The Secret”


The message behind “The Secret” is: You are responsible for your life.
This is the key to happiness.
Be happy and enjoy the life.


Canela

domingo, setembro 02, 2007

A miragem

Ao fundo, junto às duas únicas acácias, parece ver-se água, mas não é! É uma mera miragem.
Do lado direito, junto aos montes, pode observar-se a formação de um pequeno tufão. Estes tufões formam-se constantemente, devido às coexistentes correntes de ar quente e frio, que sentimos permanentemente na pele.
Clicar na imagem para a aumentar

Canela

A paisagem...

Árida

Culpa dos ventos alísios que sopram do deserto do Saara

Canela

A formação rochosa...

... que se dá pelo nome de: "Leão Deitado".


Canela

O descanso dos barcos



Canela

sábado, setembro 01, 2007

Shark Bay or Coral Bay


A população local designa esta baia por “Shark Bay”, eu prefiro chamar-lhe baia de coral. A “Coral Bay” é simplesmente paradisíaca podemos caminhar quilómetros mar dentro sempre com a água pelos tornozelos. A temperatura da água é superior a 30ºC, o que torna este local a enseada favorita dos tubarões. Existem aqui várias espécies de tubarões que caçam os peixes encurralando-os nestes baixios.
Os pescadores locais utilizam esta estratégia dos tubarões para, praticamente na boca destes, lhes roubarem o peixe. Como tal, temos um sistema de pesca, quase “cooperativo”, em que os pobres dos tubarões são usados como mão-de-obra barata e se sujeitam a serem pescados.
Apesar de me avisarem que a enseada estava atravancada de tubarões, quando entrei mar dentro só vi um com um comprimento, digamos que, razoável!
Depois de o ter avistado sai da enseada. Houve quem dissesse que sai rapidamente. O que é perfeitamente natural, nesse dia não me apetecia servir de aperitivo, embora me tivessem garantido que, neste local, devido à abundância de alimento, os tubarões nunca atacam. Mesmo assim, o meu lema de vida sempre foi - não importunar, nem mesmo os tubarões.


Canela

O Porto deu-lhes asas

Canela

Pormenores



Canela

A praia de basalto



Os rubis que brotam da rocha


Os ouriços voltam sempre para o mar



Canela