No mundo exótico dos chás, estes são dois dos meus preferidos, mais o de canela e o de amêndoa...confesso!
sexta-feira, março 30, 2007
Por último...
Mário Quintana in "Dos Livros"
Canela
quinta-feira, março 29, 2007
?
queres que te queira?
quarta-feira, março 28, 2007
No Templo da Deusa
terça-feira, março 27, 2007
Avô I
Ontem senti tanto a tua falta, que poderia jurar, que te ouvi chamar-me:
- Meu anjo!
Ontem deixei que o coração se enchesse de saudade, para que, hoje, dos olhos brotassem lágrimas.
Avô II
em que escrevia as minhas composições de Francês
"Mes Vacances": gostei muito das férias
je suis allée à la plage (com dois ee,
o verbo ètre pede concordância), j'ai beaucoup
nagé e depois terminava com o sol a pôr-se
no mar e ia ver gaivotas ao dicionário
As correcções a vermelho e o Passé Simple,
escrever cem vezes nous fûmes vous fûtes ils fûrent
as tardes de sol
e Madame Denise que dizia Toi ma petite
com ar de sargento e a cara zangada a fazer-se
vermelha (tenho glóbulos a mais, faites attention)
e o olhar que desmentia tudo
em ternura remplit
E as regras decoradas e as terminações
verbais a i s, a i s, a i t,
a hora de estudo extra e o sol de fim de tarde
a filtrar-se pelas carteiras,
a freira a vigiar distraída em salmos
eu a sonhar de livro aberto
once upon a time there was a little boy
e as equações de terceiro grau a uma
incógnita
Ah tardes claras em que era bom
ser boa, não era o santinho nem o rebuçado
era a palavra doce a afagar-me por dentro,
as batas todas brancas salpicdas de gouache
colorido e o cinto azul que eu trazia sempre largo
assim a cair de lado à espadachim
As escadas de madeira rangentes
ao compasso dos passos, sentidas ainda
à distância de vinte anos,
todas nós em submissa fila a responder à chamada,
"Presente" parecia-me então lógico e certo
como assistir à oração na capela e ler as Epístolas
(De São Paulo aos Coríntios:
Naquele tempo...),
tem uma voz bonita e lê tão bem, e depois
mandavam-me apertar o cinto para ficar
mais composta em cima do banquinho,
à direita do padre
E o fascínio das confissões,
as vozes sussuradas na fina madeira
castanha a esconder uma falta,
o cheiro do chão encerrado e da cera das velas
e quando deixei de acreditar em pecados
e comecei a achar que as palavras não prestam
e que era inútil
inútil a teia de madeira
Ah noites de insónia à distância de vinte anos,
once upon a time there was a little boy
and he went up on journey
there was a little girl, une petite fille
e o passé simple, como parecia simples o passado
Au clair de la lune
mon ami Pierrot
Prête-moi ta plume
pour écrire un mot
Escrever uma palavra
uma só
ao luar
a pedir concordância como uma carícia
Elles sont parties,
les mouettes
Ana Luísa Amaral in "Passado"
Canela
segunda-feira, março 26, 2007
Muito Grata
sábado, março 24, 2007
Spring time
A expressiva tempestade biótica atingiu, fortemente, o jardim e para além, do intenso perfume a goivos, das tulipas, das frésias, da gardénia, das orquídeas, das petúnias, do jasmim e de todas as outras, a pitangueira vestiu-se de flores.
Pela primeira vez, a pequena pitangueira, não se deixou intimidar pela rubra japoneira e pela magnólia lilás, e entre as suas folhas lustrosas encontrou espaço para colocar flores.
Está linda!
Aviso
Canela
sexta-feira, março 23, 2007
Será que…
Canela
Aprendizagens
quinta-feira, março 22, 2007
The perfect dream
Blue inside the dream
Dia Mundial da Água
quarta-feira, março 21, 2007
Equinócio da Primavera
- Sabes que dia é hoje?
- Sei! – respondi.
- Hoje, entrou a Primavera e o sol no signo de Carneiro!
Está foi a deixa para eu colocar o meu sorriso malandro e responder:
- Carneiro?! Só de signo!
Canela
Dia Mundial da Poesia
Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa in “Isto”
Canela
Dia Mundial da Floresta
Dois em Um
Fotografia de Jaime Silva ("D@vid #), retirada do sítio "1000 imagens"
Canela
Dia Universal do Teatro
terça-feira, março 20, 2007
A Landscape Country
Fotografia de André Coelho ("A Estrada de Sintra"), retirada do sítio "1000 imagens"
As perguntas que se fazem!
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: "Que fez algum
poeta por este senhor?" E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
– Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? –
Canela
segunda-feira, março 19, 2007
A menina do Papá
Nunca achei que excesso de mimo contribuísse para a deformação de personalidade, muito pelo contrário, julgo que a sua ausência, sim, pode contribuir, e muito, para algumas deficiências afectivas.
No dia do Pai relembro o que escrevi no dia 14 de Março e deixo mais uma história que elucida bem, quanto ao mimo que recebi do meu pai.
Um certo dia no passado, em casa dos meus avós paternos (onde passei grande parte da infância, adolescência e mesmo da vida adulta) zanguei-me com uma tia (irmã do meu pai). Quando se é, realmente, pequeno e se procuram armas, as que nos parecem mais ferozes e à mão de semear são os dentes. Como estava muito zangada com a minha tia (vá se lá saber porquê!) resolvi pregar-lhe uma valente dentada. Em desespero e comigo pressa à mão, a minha tia decide pedir auxílio ao meu pai:
- A. a Canela está-me a morder! Não te importas de vir aqui!
Em vão, o meu pai permaneceu sentado no sofá, a ler, tranquilamente, o jornal limitando-se a dizer:
- Ah! Está-te a morder! Então aperta-lhe ao de leve o nariz (não fosse eu morrer asfixiada), que ela abre a boca!
A minha tia assim fez, apertou-me o nariz, mas eu devo ter respiração cutânea, porque quanto mais ela me apertava o nariz, mais eu cerrava os meus dentes!
A decisão seguinte foi fácil, só uma bela palmada me faria abrir a boca, foi o que aconteceu, terminando rapidamente o assunto.
Desnecessário será dizer, que assim que, o meu pai me ouviu chorar, largou o jornal, correu ao meu encontro e pegou-me imediatamente ao colo.
Não tenho memória desta história, mas ela continua a ser veiculada em circuito familiar, sempre que o assunto é relação pais-filhos.
Ainda hoje, sempre que chamo o meu pai, ele corre ao meu encontro.
Sobretudo hoje, continuamos a partilhar um infinito amor.
Que tenhas um excelente dia paizinho!
Incómoda Poesia
de pernas para
o ar
(mas também eu
Já estive tantas vezes)
Por entre versos vejo-te as mãos
no chão
do meu poema
e os pés tocando o título
(a haver quando eu
quiser)
Enquanto o meu desejo assim serás:
incómodo estatuto
preciso de escrever-te
do avesso
para te amar em excesso.
Ana Luísa Amaral in "Título por Haver"
Fotografia de Jovelino Matos Almeida ("Douglas fir trees in a dream"), retirada do sítio "1000 imagens"
Canela
domingo, março 18, 2007
O que realmente me apazigua…
…quando rondo o limiar da exaustão é, conseguir ter cerca de 13 a 14 horas de sono consecutivas.
Limito-me a descansar tudo de uma só vez.
Canela
O que realmente me aborrece
Estar, eu, tranquilamente, sob golfadas de Sol, imersa num mar de total harmonia e ter de ouvir…
- Para a semana já temos chuva!
A sensação, que esta frase me provoca, é semelhante a uma pedrada num lago tranquilo. Perturba-me.
Apetece-me logo ser mazinha e dizer:
- Pois é! E, se calcar a linha-da-vida, pode ser que nem haja amanhã!
Mas não, não respondo, mantenho o meu estado de harmonia, coloco um sorriso cínico na boca e limito-me a pensar que os meus planos mais longos, em termos de futuro, são feitos para o segundo seguinte.
Limito-me a ser Feliz.
Canela
quarta-feira, março 14, 2007
Feliz Aniversário Paizinho
De ti, não tenho a imagem de pai, apenas, a de um amigo, a de um companheiro de brincadeiras e de partilha de sonhos, a de alguém que nunca soube impor limites, a de alguém que me deixou crescer livre, ensinando-me, apenas, que medo é uma palavra, sem conexão, e que, a liberdade se preserva através da conexão a outras duas palavras – respeito e responsabilidade.
Hoje continuo a ver-te, a construir armadilhas para, momentaneamente, aprisionarmos pássaros, sem lhes provocar qualquer tipo de dano (a não ser, serem aprisionados por instantes). Como tu dizias: para tu os observares de perto. E para tu me ensinares, a importância das cores e da forma do bico. Mas, rapidamente, acrescentavas: é sempre melhor vê-los no ar! Vá liberta-os tu, agora!
Lembro-me dos brinquedos que comecei a receber aos pares. Com a seguinte informação adicional: “Este é para brincares, e este é para o papá abrir e ver como funciona!”
Lembro-me dos nossos “Rallye-Paper” por outros continentes, e de como adorava ser a tua copiloto, mesmo sem ver a estrada, excepto, quando me pendurava no tejadilho aberto do nosso “Beatle”.
Vejo-te hoje, sempre, preocupado comigo. Sempre disponível para me ajudares. Sempre atento ao meu estado anímico.
Eu adoro o teu sentido de humor e a tua forma, pacata, de estar na vida.
terça-feira, março 13, 2007
Corpo e Cérebro em Conflito
O cérebro à muito que deixou de se queixar, de pedir para dormir. Enquanto, desesperadamente, pediu ninguém lhe deu ouvidos.
Esta noite deu-se o conflito.
O cérebro tirou férias, foi para um lugar paradisíaco, de areias brancas e águas cálidas, escolheu um “bungalow” palafítico e ali ficou, usufruindo da tranquilidade do lugar.
O corpo não conseguiu descansar.
Por isso, às 6 da manhã, o cérebro queria continuar de férias e o corpo permanecia exausto.
A luta foi renhida, o cérebro recusava-se a acordar e o corpo não queria movimentar-se.
Mas onde é que nós chegamos, pensei eu!
Vamos embora! Toca a trabalhar!
Peguei nos dois e enfiei-os numa bela banheira de água quente (que me perdoem os ecologistas, mas teve de ser! Não tive alternativa! Aliás, à muito tempo que não tenho alternativa!). O corpo ganhou resistência, mas o cérebro ainda lutou durante, sensivelmente, hora e meia.
Finalmente, consegui estabelecer um acordo tácito com os dois!
Disse ao cérebro: hoje, não vais ter de trabalhar durante quatro horas consecutivas. Hoje, prometo, faço uma pausa para um café. Hoje, deixo-te ir durante mais tempo, para o teu mundo de sonho, o “mundo de mim”.
Ao corpo prometi que não o ia fazer debitar, em quatro horas consecutivas, matéria suficiente para oito.
A ambos prometi, que hoje, iríamos almoçar à praia, e vamos.
Prometi-lhes também que quando, a luta começar a tornar-se demasiado penosa, mantemos todos os trabalhos, as telas e os papéis, mas largamos o “blog”.
Ficamos todos em paz, a ver vamos até quando!?
segunda-feira, março 12, 2007
Mergulhada em Poesia
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade in “Poesia”
Fotografia de Miguel ("Pôr do Sol na Foz"), retirada do sítio 1000 imagens
Canela
Jogos
Saiu da sociedade porque concluiu: Nunca sai nada. Aqui, alguém dá azar.
Quando saiu, saiu.
Conclusão:
- Por ser demasiado óbvia, atribui-lhe toda a razão.
- Perdeu.
Canela
domingo, março 11, 2007
quinta-feira, março 08, 2007
Ás Estrelas
não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
quarta-feira, março 07, 2007
Feeling like a Devil Moon
Quotidiano
...e afinal não pudémos telefonar...
...ai nem queira saber o engenheiro...
...se me dão licença eu vou contar...
...penses nisso era só o que faltava...
...não as outras duas é que são as tais...
...mas o senhor presidente autorizava...
...na avenida centenas de pardais...
...de facto muito inteligente...
...ó filha por aqui fazes favor...
...que veio ontem para falar com a gente...
...é mesmo lá ao fim do corredor...
Alexandre O’Neil in “A Central das Frases”
Canela
Controverso 2
O governo obriga-me a perder parte da tarde e noite agarrada a uma máquina de calcular, a contabilizar rendimentos brutos, deduções, despesas em educação e saúde, donativos, acções, planos, seguros e o diabo a sete.
Controverso 1
Ontem, depois do jogo Porto – Chelsea, na estação televisiva “Porto Canal” ouviram-se comentários muito desagradáveis contra o FCP, até que, alguém num acto rasgado de lucidez decide dizer: “Realmente o FCP é um grande clube! Quando ganha deixa contente todos os adeptos e quando perde deixa contente os restantes portugueses!”
Ontem perdemos.
Ontem ganhamos, porque ganhou um treinador Português – José Mourinho!
Amanhã vou torcer pelo Benfica.
Canela
terça-feira, março 06, 2007
Raindrops
segunda-feira, março 05, 2007
Feliz Aniversário Tiago
Hoje é dia de festa...!
Hoje é dia de aniversário de um amigo fantástico – o Tiago.
Coincidência ou não, este ano, fazemos os dois anos a uma segunda-feira!
Não gosto! Se não fosse pedir muito, podíamos fazer anos, sempre, a uma sexta-feira!
Hoje, como não podia deixar de ser, lembrei-me das nossas estadias no recôndito da Serra-da-Estrela, das noites passadas a jogar Trivial e Uno á lareira, até de madrugada.
Que saudades de todos (éramos um grupo magnífico!) e do tempo em que o tempo sobrava!
Que saudades das nossas caminhadas, das nossas conversas confidenciais e sobretudo do teu sorriso, tão lindo! E daquele abraço tão forte!
Que tenhas um aniversário magnífico, daqueles que só alguém lindo como tu merece!
Muitos parabéns!
Canela
Orgulho em ser Português
Primoca aqui está a explicação!
Para quem não sabe, o nosso avô paterno não nos deixava falar inglês em casa, só francês. E, tínhamos de falar, diariamente, francês com ele. Para grande tristeza do nosso avô adorávamos (todas! porque éramos todas meninas!) falar inglês e ouvir músicas cantadas em inglês (pudera! alguém passava músicas nas discotecas e nos “pubs” em francês?!).
E, assim, ouvíamos sempre a história abreviada do nosso avô – “Pois é! Os Ingleses são todos (sem excepção!) uns corsários! E, como tal, a sua história constou, sempre, em roubar o que os outros povos (entenda-se: Portugueses e Espanhóis!) conquistaram!”
Curiosamente, no lado corsário dos franceses, o nosso avô nunca falou! Mas nós sempre o desculpamos, pela quantidade de tempo que passou a estudar no colégio francês!
E, agora, deu-me uma saudade enorme do meu adorado avô!
Canela
domingo, março 04, 2007
Melt my Soul
Melt my Heart
sexta-feira, março 02, 2007
quinta-feira, março 01, 2007
Março
Aspectos
Neles, até eu, consigo ver ambos. Ri-me.
Outros há que nem lhes digo, nem lhes conto…