Canela
No mundo exótico dos chás, estes são dois dos meus preferidos, mais o de canela e o de amêndoa...confesso!
sexta-feira, outubro 19, 2007
O que me deixa baralhada
Executam-se todos os tipos de receituários médicos. Aguardamos a nova colecção.
Canela
quinta-feira, outubro 18, 2007
Perdi a cabeça…
Canela (A subversiva)
Alguma coisa, para me ouvires sonhar
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fosses depois das lágrimas uma ilha,
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada
alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-Lo passar na direcção dos rios
alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar
António José Forte in “Poema”
Pintura de Marcelino Vespeira (“Heteroformal”), óleo sobre tela
Alguma coisa que me traga a paz que não consigo arrancar nos interstícios do "Eu". Um estímulo forte direccionado ao ponto da auto-estima. Hoje, não vai lá com massagem, Mestre!
Canela
quarta-feira, outubro 17, 2007
Perversão é...
O que, francamente, me agrada em toda esta insanidade é a existência de um certo auto-conhecimento.
Canela
Este Blog…
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Canela
terça-feira, outubro 16, 2007
As coisas que só me acontecem a mim…
Sai, ainda, a pensar que não posso deixar que uma parte de mim tome controlo do todo.
Chego a casa, abro a saca do pão e o que vejo?! Dois pães-de-leite e três pães normais!
Sinceramente, assusta-me que alguém me veja à transparência melhor do que eu!
Claro que comi um pão normal e adormeci tranquilamente.
Canela
First Question…
Days are where we live.
They come, they wake us
Time and time over.
They are to be happy in:
Where can we live but days?
Ah, solving that question
Brings the priest and the doctor
In their long coats
Running over the fields.
Philip Larkin in “Days”
Canela
segunda-feira, outubro 15, 2007
domingo, outubro 14, 2007
13 de Outubro
Mas os sonhos não se deixam esquecer, nem mesmo pelos mais distraídos como eu.
Nem sei se foi um sonho, ou se não passou de uma vaga ideia, lembrou-me que, alguns anos atrás, foi algo que me ocorreu. Seria magnífico – pensei, mas rapidamente tentei dissipar o devaneio por me parecer absolutamente impossível. Sonha, sonha! Quanto custa sonhar? Afinal não custava nada, além de que, o sonho pressagiava um futuro, no qual eu não acreditava.
Os anos foram passando, e no dia que eu mais precisava de acreditar em alguma coisa, surgiu a verdade que eu conhecia de um sonho dissipado. Ora, para que tudo fizesse sentido, se nunca acreditei no sonho, não iria nessa altura acreditar na verdade. E a minha postura de “defesa”, foi “faz-de-conta”. Isto já passa! Porque é que tenho de ser eu a escolhida?! Nunca percebi, porque não queria perceber. Até ao dia em que assinamos o contrato (eu e o sonho). O carácter efémero da vida, ensinou-me que até como os sonhos devemos estabelecer contratos a termo. Depois da assinatura sai apressadamente, e quando de repente no último lance de escadas dou de caras com a procissão do adeus à Virgem em Fátima, parei, e de imediato percebi, o que até ali não quis entender. Neste sonho estão duas das pessoas que mais admiro dentro do cristianismo, uma pela abnegação e a outra pelo inconformismo, a Virgem Maria e S. João Baptista, respectivamente.
Canela
sexta-feira, outubro 12, 2007
Pintado a Jasmim

inclinada pelo rumor do vento
quando lhe peço abrigo
e vejo nele o espelho do meu corpo
repousando nos teus braços de ontem.
A tinta ainda não acabou de secar.
O cheiro fresco da página vira-se para a página seguinte
e a minha voz ouve-se melhor ao vento
quando conspiramos no silêncio
a próxima letra
e a exactidão do seu desenho.
Agora há mimosas nas árvores
e lá em baixo o rio já não é como era
nem saberia sê-lo.
Esqueci como se bebe a água pela mão
ou como se bebe a mão
do rio.
Eu existia nessa transparência
na flor espiritual e líquida
da tinta
que retoca no papel a sua vida.
Esta letra é o meu nome soletrado por ti,
o meu nome que ainda não está seco
e te olha nas acácias florindo em amarelo
no rigor do inverno.
Qualquer palavra tua me desenha
e assim começa qualquer coisa
que me estava destinada desde sempre.
Imagem: Pintura de Enrique de Santiago
Canela
quinta-feira, outubro 11, 2007
À procura da Fonte de Tempo
- Bom dia, disse o principezinho.
- Bom dia, disse o comerciante.
Era um comerciante de pílulas aperfeiçoadas que acalmam a sede. Toma-se uma por semana e deixa-se de sentir qualquer necessidade de beber.
- Por que é que vendes isso? disse o principezinho.
- É uma grande economia de tempo, disse o mercador. Os peritos fizeram as contas. Poupam cinquenta e três minutos por semana.
- E o que é que se faz com esses cinquenta e três minutos?
- Faz-se aquilo que se quer…
«Eu, disse para si mesmo o principezinho, se tivesse cinquenta e três minutos para gastar caminharia muito lentamente para uma fonte…»
Antoine de Saint-Exupéry in “O Principezinho”
Canela
quarta-feira, outubro 10, 2007
O tempo que não traz paz

Começo a ser doença obsessiva
ao repetir-me por poemas isto:
as tuas invasões à minha paz.
(Podia até em jeito original
pôr aqui umas notas sobre ti:
cf., vide: textos tal e tal)
Mas é que a minha paz fica toda es-
tragada quando te penso amor.
Imagem: Pintura de Rodrigo Mota
Canela
terça-feira, outubro 09, 2007
Com o tempo essencial
Ando sem tempo para sentimentos mesquinhos e ódios que se nutrem com histórias distorcidas de civilizações perdidas.
Ando sem tempo para reuniões onde desfilam vaidades e se sangram os resilientes como nos dias de matança, em pretensos coliseus onde os sádicos assistem com satisfação até ao último estrebuchar das suas vítimas.
Ando sem tempo para conversas paralelas onde se destila veneno que compromete seriamente qualquer função hepática.
Ando sem tempo para rostos fechados pela angústia e frustração.
Mas, também eu estou muito aquém do que deveria ser um ser humano, também eu, ainda, não consigo aceitar tudo o que vou encontrando no caminho. Aceitar tem de ser a palavra-chave. Como um bom taxonomista deveria saber observar, identificar, catalogar, atribuir-lhes uma categoria e passar ao seguinte. Mas não, ainda me deixo mutilar, primeiro a nível organizacional e depois a nível lexical. Sinto-me incapaz de organizar ideias e de as transpor para palavras. Sinto-me incapaz de descrever sentimentos.
Não deixa de ser paradigmático, o facto, de amar tudo quanto faço, de pensar que eles merecem a minha máxima entrega e dedicação e de, simultaneamente, sentir que posso estar a trair quem mais me ama e quem mais amo.
Porque poucas vezes o digo, e não quero que, o possa vir a fazer tarde de mais, deixem-me dizer-vos que vos amo muito. Cada um de vós é para mim muito especial. Aprendi a ver-vos com o coração. A ausência de remetente relaciona-se com a certeza de que, cada um de vós se reconhece nesta partilha de amor.
Canela
terça-feira, outubro 02, 2007
Nuvens de luz
Nas nesses momentos, a minha cegueira impede-me de encontrar a luz, nem que seja na mais ínfima nesga. Só me apetece dormir, dormir e não acordar, ou acordar para verificar que tudo não passou de um sonho mau.
Mas, Deus conhece todas as minhas limitações e empurra-me sempre para a porta aberta, ou para a nesga de luz. Hoje, não foi diferente. Com os olhos semicerrados para tentar minimizar uma fortíssima dor aguda, recebo uma mensagem que dizia:
Tia Jasmim, sou o P. e nasci hoje (dia 1 de Outubro de 2007), sou lindo, muito lindo. Portei-me muito bem e a minha mamã nem teve tempo de preencher o formulário no hospital, porque eu nasci muito depressa, mas muito de mansinho. A mamã quase não se apercebeu. Sou um rapagão grande, dorminhoco e comilão.
E, eu digo-te meu amor: que hoje fizeste chover luz. Sê bem-vindo meu amor lindo.
Canela
segunda-feira, outubro 01, 2007
Até Breve
Também é certo que tangenciamos a imortalidade quando legamos aos nossos filhos parte do nosso património genético. Parte de nós continuará indefinidamente. Mas, esta certeza não nos alivia a dor, não diminui a saudade, não nos restitui os entes amados.
S., eu sei que nada do que possa dizer te alivia a dor e a angústia que se instalaram no teu peito. Quero, apenas, que saibas que continuarei ao lado da minha excelente amiga. Caminharemos juntas, mesmo que a dor nos dilacere.
Canela
domingo, setembro 30, 2007
«Hai-Kai»
são dois pares e meio d'asas.
- Como quereis o equilíbrio?
David Mourão-Fereira in “Hai-Kai”
Canela
A Pedido (Take This Waltz)
As minhas sinceras desculpas pelo atraso.
Deixem-se encantar.
Canela