sábado, outubro 18, 2008

A Ciência também passa por aqui


Em determinados dias socorremo-nos de situações difíceis para os ajudarmos a avançar, para os motivarmos, para lhes demonstrarmos que na maioria das vezes é nas piores situações possíveis que mais aprendemos, e aqui incluí-se também autoconhecimento.
Enfrentar todas as situações com um: “eu vou conseguir” deveria ser se não um lema, um quase lema.
Das muitas estórias que lhes poderia ter contado, escolhi a menos má, só para lhes retirar um sorriso no final.
Contei-lhes que nos deram cerca de 60.000€ para um projecto de investigação com a duração de quatro anos, e no qual só uma estufa de atmosfera controlada (que fazia falta) custava cerca de 30.000€. Contei-lhes que a alternativa era comprar umas “jarras”, a empresas que comercializam material para laboratório, que custavam cerca de 1000€ cada uma.
Contas feitas o dinheiro disponível para quatro anos, mal chegaria para um. Mas, que existem sempre alternativas.
No meu caso, a alternativa foi encaminhar-me para o supermercado mais próximo, comparar caixas de plástico para armazenar alimentos, com um volume determinado e herméticas (o que era absolutamente obrigatório). Cada uma destas caixas custava menos de 5€.
Nesta altura trabalhávamos em conjunto com uma equipa inglesa, mas publicávamos mais! Talvez pela fama que Portugal vai transmitindo, através dos seus governantes, os ingleses começaram a estranhar que nós conseguíssemos trabalhar mais e melhor. E, decidiram ver o que se passava.
No dia em que nos visitaram encontraram um laboratório com pouquíssimo equipamento e com uma (apenas uma) estufa de temperatura controlada cheia de caixas plásticas para armazenar alimentos, com a tampa recoberta com fita isolante (não fossem as caixas não serem absolutamente herméticas). Abertas as caixas puderam finalmente verificar in situ que o nosso microrganismo crescia, de facto, muito mais naquelas condições, do que nas duas estufas de atmosfera controlada que eles tinham no laboratório.
Para eles a opção foi simples: desligaram os gases das estufas de atmosfera controlada que passaram a funcionar, apenas, com estufas de temperatura controlada.
Para nós foi o merecido prémio: ganhamos o projecto europeu a concurso.
É esta férrea força para lutar e a fortíssima corrente-de-amor aos que me rodeiam que, ainda, me mantêm aqui.

Eles sorriram.
Eu tenho a certeza que aprenderam uma estória que se aplica a quase todas as situações de vida.


Canela

4 comentários:

Anónimo disse...

O.O

Já sei de onde os brasileiros herdaram a força que têm.

Ma cheri, que historia maravilhosa! Fico muito, muito feliz!

E não poderia ter dito melhor: Eu vou conseguir.

É, acho eu, mais que um lema. Penso ser uma consciencia... Ah se as pessoas parassem de ter medo de falhar e simplesmente soubessem da força que tem!

Afinal, pessoas construiram a muralha da china, pessoas erqueram as piramides do egito, pessoas fizeram tudo o que não foi feito pela natureza (ou não :P)

As vezes penso que se cada pessoa tivesse um pouquinho da teimosia dos arianos o mundo seria um lugar bem hceio de coragem :P

Beijoos ma cheri!
E como diz a Legião Urbana (uma banda de rock brasileira dos anos 80/90, cujo vocalista era ariano, chamado Renato Russo)

"Força Sempre."

Anónimo disse...

Ontem ao conversar com uma amiga dizia-lhe que:
Alguém está pôr á prova todos os meus limites (físicos e psíquicos).
Tenho a plena certeza de que, em cada dia terei uma nova prova, um novo exame.
Nem sequer sei se o resultado é o esperado. Pelos vistos não!! Caso contrário, já teriam parado de me testar. Mas não, não param.
Sinto-me cansada, sem forças, principalmente fisicamente, mas levanto-me diariamente a pensar: “Não me vou deixar ir abaixo, se é para lutar lá estarei, se é para morrer há de ser de pé como as arvores!”
Não sei se é a teimosia de ariana que me está a fazer mal, só sei que não viro as costas, que não gosto da cobardia, nem dos cobardes.
Resisto, a ver vamos até quando!
Obrigada pelo apoio, pelo amor e por toda a tua ternura, preciso muito de todo o teu amor.

Adoro-te.

Beijinhos Lindo

Anónimo disse...

Em Portugal é assim...muita vontade de vencer, ultrapasando obstáculos inimaginaveis... ultrapassando uma enormidade de "Cabos de tormentas"!!!!!
Saravá meus irmãos!
Piro

Anónimo disse...

Ultrapassando inultrapassáveis “cabos” (como tão bem sabes!) e em turbulentíssimas tormentas (como tão bem conheces!).
Pelo menos não me posso queixar de falta de desafios!
Obrigada por todo o teu amor, compreensão, amizade e pelas palavras que tanto me ajudam.
Beijoquinhas Linda!