Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo) e cloreto de sódio.
António Gedeão
4 comentários:
Como se pode, com tão pouco, dizer tanto!...
Piro
Tinha de ser este, têm todo a ver comigo!!!
Que saudades tenho do material do lab.
Eu tambem tenho saudades...Outros tempos, outras vidas!
Outras vidas...vividas de forma tão intensa e partilhada!!!
Quando olho para trás só tenho boas recordações. Que BOM!!!!
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