sexta-feira, setembro 28, 2007

Para desintoxicar

Depois de um agradável almoço com um grupo de colegas, alguém se levanta e diz:
- Jasmim! Conheço-a a alguns anos, mas nunca pensei que um almoço na sua companhia pudesse ser tão divertido. Hoje, revelou-se uma excelente companhia, e foi, para mim, uma agradabilíssima surpresa. Temos de repetir!
Eu, absolutamente encabulada, passei a descobrir-me camaleónica e a brincar, para encobrir o constrangimento, ainda consegui dizer:
- Pode ter sido da picanha! Mas, eu sou assim, no meio de quem gosto! – julgo que perceberam.


Canela

Pulhice vs. Malignidade

Há algum tempo atrás li algures que em determinados círculos só há pulhice, mas não há malignidade.
Não é verdade. Há pulhice. Há malignidade, e muita. Aliás, eu diria mais, certos cancros quando não são excisados atempadamente metastizam e depois é o diabo.
A destilar veneno.


Canela

quinta-feira, setembro 27, 2007

Sonho de Gata

no sonho dos gatos
existe um eterno pássaro
colorido

e uma árvore mais alta
do que o latir dos cães


Francisco Duarte Mangas in “de Pequeno Livro da Terra”

Canela

Filha de dois fantásticos bailarinos…

… que ganharam o 2º lugar num concurso de danças de salão.


Canela

Inadiável

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração



Ramos Rosa

Canela

Sonhos Trocados

Com disse Rómulo de Carvalho «o sonho comanda a vida», pois comanda. Mas, será que os sonhos comandam o Homem?
Tenho para mim que existem sonhos e Sonhos. Sonhos que construímos, sonhos que vivenciamos, sonhos que realizamos, sonhos que fantasiamos, sonhos que nos fazem seguir em frente, sonhos azuis, sonhos cor-de-rosa, sonhos bons e sonhos maus, mas tenho alguma dificuldade em aceitar os sonhos que me perseguem, ou tinha.
A autonomia dos sonhos assusta-me. Não os sonho, mas eles sonham-me. Não os procuro, mas eles querem-me, procuram-me, insistem e não desarmam até que, eu a eles me abandone. Tem sido assim durante estes últimos anos.
Alguém construiu um sonho, no preciso momento em que, eu terminava um sonho sonhado.
- Construí um sonho para ti, aceitas?
- Obrigada, mas não! Estou demasiado cansada, o último sonho sonhado esgotou-me!
- Mas neste sonho foi construído só para ti! Só tu o podes sonhar!
- Ainda assim, gosto de os construir. Obrigada!
Parti, julgando que tinha acabado de resolver um problema com sonhos trocados. Engano meu.
O sonho voltou, mais contundente, absolutamente igual aos sonhos que gosto de sonhar. E a pergunta voltou a surgir:
- Encontrei um sonho que só pode ser teu, perdeste-o?!
- Julgo que não! Há uns tempos atrás abandonei um sonho, mas não era meu!
- Ficas com ele?
Aqui instalou-se a dúvida. Era o sonho perfeito. Se o construísse não teria nascido melhor. Gostava dele. Mas, não era meu.
- Bom! Julgo que não! Talvez não. – Sentia-me a vacilar, insegura.
- Tens a certeza que é isso que queres?!
Quando a pergunta é colocada nestes termos, nunca me restam dúvidas, por isso a resposta foi imediata:
- Tenho. Não quero esse sonho.
Mas, foi, definitivamente, um sonho mal resolvido. Passei a sonha-lo frequentemente. Comecei a lutar por ele. Foram dois anos de intensa procura, de luta, de imensas batalhas, com algumas derrotas, com algumas (talvez muitas) vitórias. Na memória ainda estão bem presentes os dias de infinita esperança, as portas a fecharem-se, as noites (quando havia noites) revolvidas a criar alternativas, os medos dos outros, a expectativa de os fazer acreditar, as angústias, os que sempre acreditaram, os cépticos.
No fim (que ainda é o principio) o sonho rejeitado e amado começou a surgir, foi ganhado “asas”, reuniu dedicados sonhadores. Neste momento tem três belíssimas mulheres com uma enorme vontade de o tornarem altamente contagioso.
Por todos os meus sonhos, e este em particular, começa a ser notório que o tempo vai escassear (mais ainda). Assim sendo, pode ser que o “blog” passe a ter um prognóstico reservado. Fica desde já a promessa de que, num futuro próximo, voltarei a este assunto.


Canela

quarta-feira, setembro 26, 2007

«Take this waltz»



Its yours now.
And carry me down on your dancing.



Leonard Cohen in "Take this Waltz"


Canela

segunda-feira, setembro 24, 2007

Each one of us…


My love
Have a…
Secret Garden



Imagem de autor desconhecido

Canela

O mundo à distância de um olhar...

Ou quanto um olhar pode encurtar o mundo.
A descobrir um mundo muito pequeno.


Canela

domingo, setembro 23, 2007

Gotan Project



Canela

O que faz este senhor crescido…

… nesta posição?



A resposta parece óbvia!

Anda de rastos por esta senhora (Sarah Larson)


Imagens adaptadas da revista "Pública" de 23.09.07


Canela

quinta-feira, setembro 20, 2007

Túd pa Porto ou Túd pa Benfica?

Olhando assim não parece mal!


Quando se amplia as coisas pioram!


Paizinho juro-te que relutei muito em publicar esta fotografia, mas deixa-me colocar a questão doutra forma: não é mau que em África alguém fale de um clube de futebol português, pois não?!
Eu sei que deves estar a pensar: levanto-me eu, no Domingo, às 5.30 da manhã, para caminhar 16 km com ela, ainda lhe proponho voltar para trás a pé (mais 16 km) e os agradecimentos são estes! Espera pelo próximo Domingo, minha melra, que bem vais sozinha!
Eu sei. Eu compreendo-te, e, arrependo-me de não ter voltado a pé. Mas, se tu olhares bem para as cores da casa vais perceber que, na verdade, foi tudo uma enorme confusão clubística e o que deveria estar escrito era TÚD PA PORTO!
No próximo Domingo posso contar contigo?


Canela

Abençoados

Os que não trazem trabalho para casa.


Canela

Em toda a imensidão

diante do mar
três poetas
e nenhum verso



Alice Ruiz



Canela

quarta-feira, setembro 19, 2007

Crianças


Canela

«Nos Roses»


Chérie, explique-moi pourquoi
tu dis: "MON piano, MES roses",
et: "TES livres, TON chien" ... pourquoi
je t'entends déclarer parfois:
"c'est avec MON argent à moi
que je veux acheter ces choses."

Ce qui m'appartient t'appartient !
Pourquoi ces mots qui nous opposent:
le tien, le mien, le mien, le tien?
Si tu m'aimais tout à fait bien,
tu dirais: "LES livres, LE chien"
et: "NOS roses".



Paul Géraldy in "Dualisme"
Pintura de Joana Rêgo ("Senses or Divided Painting"), acrílico sobre tela de linho.



Canela

Há dias assim…

Há dias em que queremos levar conforto e saímos a pensar que temos tanto a apreender.
Há dias em que nos preocupamos com o seu bem-estar físico e descobrimos que a sua resiliência já ultrapassou o limiar da dor.
Há dias em que não quero desistir, em que quero acreditar, mas a verdade corrói toda a esperança e, ainda assim, as palavras saem para me fazer acreditar que vale sempre a pena:
Nem imagina como admiro todo quanto faz e a luta que trava!
Já ouviu dizer que a fé move montanhas
– respondo, porque não quero que a resignação o atinja.
Vê-se que é uma mulher com uma enorme fé, mas, sobretudo, em si! É essa fé que lhe vem de dentro e que nós vemos por fora.
Obrigada. Vou-me lembrar dessas palvras sempre que a força me traia
– respondo.


Canela

terça-feira, setembro 18, 2007

Semideuses

Os que um dia revolucionarão todos os tratados de psiquiatria clínica.


Canela

Pedido de desculpa



desculpe

o transtorno:
estou
em construção


Beto Quelhas



Canela

segunda-feira, setembro 17, 2007

Remédio Santo…


… para o extrudado da alma, visitar uma galeria de arte ao fim do dia.


Pintura de Rik Lina, retirada do sítio "Sonambula"


Canela