Nesse tempo para mim
amar era trazer uma fogueira
onde colava um rosto de mulher
ou a forma de um jasmim.
De vez em quando vestia-lhe um fantasma novo
ou outro sonho qualquer,
às vezes bastava mudar-lhe o nome
pronunciado com a saliva das manhãs rumorosas
de quem tem sede
não de uma fonte especial,
mas apenas do orvalho
que o Sol ao nascer
modela no perfume-seda
das rosas.
A Biblioteca da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) escolheu este poema de José Gomes Ferreira para Poema do Mês de Abril, mês em que se assinala o Dia Mundial do Livro.
Canela
No mundo exótico dos chás, estes são dois dos meus preferidos, mais o de canela e o de amêndoa...confesso!
quinta-feira, abril 22, 2010
domingo, março 21, 2010
Se um dia fores...
Se um dia fores poeta
envia-me a cor das sílabas
apenas os sons azuis, do mar
as gotas que libas, vagarosa(mente)
o cheiro dos segredos, partilhados
a luz do teu sorriso
e a mais terna e doce das
Palavras
Escreve-me um poema…
Canela
envia-me a cor das sílabas
apenas os sons azuis, do mar
as gotas que libas, vagarosa(mente)
o cheiro dos segredos, partilhados
a luz do teu sorriso
e a mais terna e doce das
Palavras
Escreve-me um poema…
Canela
terça-feira, janeiro 05, 2010
Futuro...
Ou dos dias em que apareço para dizer as mesmas banalidades: Que o Futuro se faz Hoje. E não é o meu sexto-sentido quem o diz.
Canela
sábado, julho 25, 2009
terça-feira, julho 21, 2009
Cefaleia
ou esta dor que não me abandona...
Arrastas lânguidas palavras
em dias sem ternura
e repara que não digo:
Mentes.
Prenuncias vocábulos inaudíveis
como se o mel
escorresse em golfadas de azul
e repara que não digo:
Fantasias.
Caem-te da boca
pérolas que não chegam
aos meus ouvidos
na tristeza dos nossos dias
e repara que não digo:
Amas-me?
Porque engoli a mais doce das palavras.
Canela
Arrastas lânguidas palavras
em dias sem ternura
e repara que não digo:
Mentes.
Prenuncias vocábulos inaudíveis
como se o mel
escorresse em golfadas de azul
e repara que não digo:
Fantasias.
Caem-te da boca
pérolas que não chegam
aos meus ouvidos
na tristeza dos nossos dias
e repara que não digo:
Amas-me?
Porque engoli a mais doce das palavras.
Canela
domingo, julho 12, 2009
quinta-feira, julho 09, 2009
terça-feira, julho 07, 2009
Daniel
ou para um dia muito Feliz.

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos Deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos Deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
sábado, junho 13, 2009
domingo, junho 07, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009
Muito Grata
Sem nenhum cinismo associado ao tema supracitado, quero agradecer a quem decidiu tornar-se um dos empecilhos do meu caminho.
A todos aqueles que, de uma ou outra forma, decidiram que não me vão deixar atingir os objectivos a que me propôs, desenganem-se, não percam tempo, não comprometam o vosso equilíbrio psíquico. Não há nada que me motive mais do que saber que alguém pensa que me consegue impedir de atingir o que quer que seja, ou alguém que pensa que não vou conseguir. Sinceramente, este tipo de atitude é tudo quanto preciso para avançar. Adoro que me ponham à prova. Nunca abandono uma competição por mais desonesta que seja.
I rest my case.
Canela
A todos aqueles que, de uma ou outra forma, decidiram que não me vão deixar atingir os objectivos a que me propôs, desenganem-se, não percam tempo, não comprometam o vosso equilíbrio psíquico. Não há nada que me motive mais do que saber que alguém pensa que me consegue impedir de atingir o que quer que seja, ou alguém que pensa que não vou conseguir. Sinceramente, este tipo de atitude é tudo quanto preciso para avançar. Adoro que me ponham à prova. Nunca abandono uma competição por mais desonesta que seja.
I rest my case.
Canela
sábado, maio 23, 2009
quinta-feira, maio 21, 2009
Mimos
A vantagem de viver entre o mar e o campo, é ter vizinhos que me mimam. À quinta-feira tenho uma vizinha que mói o milho e o centeio e coze, em forno de lenha, a melhor-broa-do-mundo.
Eu digo-lhe a que horas volto para casa, e volto sempre muito cedo à quinta-feira, e a minha adorável vizinha coze a broa pouco tempo antes, para que eu a coma quente.
Existem prazeres que não se descrevem.
Eu digo-lhe a que horas volto para casa, e volto sempre muito cedo à quinta-feira, e a minha adorável vizinha coze a broa pouco tempo antes, para que eu a coma quente.
Existem prazeres que não se descrevem.
Canela
quarta-feira, maio 20, 2009
Relativa precisão
Porque é que à quarta-feira eu não consigo deixar de pensar que é sexta-feira?
Porque é que em dois dias da semana, eu vivo o equivalente a 5 (de trabalho intenso)?
Porque é que mesmo sabendo que posso acordar mais tarde amanhã, já tenho tudo planeado para acordar mais cedo?
Porque é que o enquadramento dos meus dias na teoria da relatividade do tempo sempre foi perfeito?
A resposta a todas estas questões é simples, muito simples:
- os meus dias deveriam ter 48 horas relativas.
- se seguisse os conselhos da minha mãe, deveria saber que sozinha não consigo mudar o mundo.
Infelizmente os meus dias são de 24 horas precisas e penso, sempre, que consigo mover céu-e-terra.
Canela
Porque é que em dois dias da semana, eu vivo o equivalente a 5 (de trabalho intenso)?
Porque é que mesmo sabendo que posso acordar mais tarde amanhã, já tenho tudo planeado para acordar mais cedo?
Porque é que o enquadramento dos meus dias na teoria da relatividade do tempo sempre foi perfeito?
A resposta a todas estas questões é simples, muito simples:
- os meus dias deveriam ter 48 horas relativas.
- se seguisse os conselhos da minha mãe, deveria saber que sozinha não consigo mudar o mundo.
Infelizmente os meus dias são de 24 horas precisas e penso, sempre, que consigo mover céu-e-terra.
Canela
domingo, maio 10, 2009
sábado, maio 09, 2009
Tripas à Moda do Porto...
... ou constante saudade de ti?
To you, my sweet and hot love
Canela
Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje.)
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque que é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-me frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Álvaro de Campos in "Dobrada à Moda do Porto"
Serviram-me o amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada (e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje.)
Sei isso muitas vezes,
Mas, se eu pedi amor, porque que é que me trouxeram
Dobrada à moda do Porto fria?
Não é prato que se possa comer frio,
Mas trouxeram-me frio.
Não me queixei, mas estava frio,
Nunca se pode comer frio, mas veio frio.
Álvaro de Campos in "Dobrada à Moda do Porto"
To you, my sweet and hot love
One day, in a restaurant, outside of space and time,
I was served up love as a dish of cold tripe.
I politely told the missionary of the kitchen
That I preferred it hot,
Because tripe (and it was Oporto-style) is never eaten cold.
They got impatient with me.
You can never be right, not even in a restaurant.
I didn't eat it, I ordered nothing else, I paid the bill,
And I decided to take a walk down the street.
Who knows what this means?
I don't know, and it happened to me...
(I know very well that in everyone's childhood there was a garden,
Private or public, or belonging to the neighbor.
I know very well that our playing was the owner of it
And that sadness belongs to today.)
I know this many times over,
But if I asked for love, why did they bring me
Oporto-style tripe that was cold?
It's not a dish that can be eaten cold,
But they served it to me cold.
I didn't make a fuss, but it was cold.
It can never be eaten cold, but it came cold.
Álvaro de Campos in "Oporto-Style Tripe", translated by Richard Zenith
I was served up love as a dish of cold tripe.
I politely told the missionary of the kitchen
That I preferred it hot,
Because tripe (and it was Oporto-style) is never eaten cold.
They got impatient with me.
You can never be right, not even in a restaurant.
I didn't eat it, I ordered nothing else, I paid the bill,
And I decided to take a walk down the street.
Who knows what this means?
I don't know, and it happened to me...
(I know very well that in everyone's childhood there was a garden,
Private or public, or belonging to the neighbor.
I know very well that our playing was the owner of it
And that sadness belongs to today.)
I know this many times over,
But if I asked for love, why did they bring me
Oporto-style tripe that was cold?
It's not a dish that can be eaten cold,
But they served it to me cold.
I didn't make a fuss, but it was cold.
It can never be eaten cold, but it came cold.
Álvaro de Campos in "Oporto-Style Tripe", translated by Richard Zenith
Canela
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