Nesse tempo para mim
amar era trazer uma fogueira
onde colava um rosto de mulher
ou a forma de um jasmim.
De vez em quando vestia-lhe um fantasma novo
ou outro sonho qualquer,
às vezes bastava mudar-lhe o nome
pronunciado com a saliva das manhãs rumorosas
de quem tem sede
não de uma fonte especial,
mas apenas do orvalho
que o Sol ao nascer
modela no perfume-seda
das rosas.
A Biblioteca da Faculdade de Letras da U.Porto (FLUP) escolheu este poema de José Gomes Ferreira para Poema do Mês de Abril, mês em que se assinala o Dia Mundial do Livro.
Canela
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