terça-feira, julho 15, 2008

Descuidos do Porteiro dos Sonhos

O palco era elíptico e tapado nas duas extremidades com a mesma madeira clara que forrava a enorme sala. A sala clara tinha muita luz.
No palco os actores representavam brincando. Tinham vários tipos de brinquedos, todos feitos em ferro. Os brinquedos tinham encaixes exactos, o que permitia aos actores criarem várias figuras ou situações com os mesmos brinquedos.
A assistência era convidada a participar, mas sempre que o participante era masculino, os actores, que eram todos homens, faziam questão de o criticar e corrigir. Contudo, se o participante fosse feminino tudo estava perfeito e os aplausos eram imediatos e estridentes.
Eu observava sentada num dos cantos a descoberto do palco.
Os actores sabiam os nomes de cada pessoa e o lugar em que cada uma se devia sentar. Em vários momentos obrigaram a que os que se sentaram nos lugares errados se deslocassem para os lugares certos. Haviam cadeiras vazias que não podiam ser ocupadas, porque faltavam pessoas das quais os actores também conheciam os nomes, embora não conhecessem as pessoas.
Este foi o sonho até o porteiro descobrir o meu estado de semi-vigília e fechar a porta.


Canela

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