domingo, maio 25, 2008

Inferência Dedutiva


A seguir a história do pastor.
O pastor vivia em Goinge, floresta normanda.
Era filho dos senhores da Escânia
hoje conhecedores de ciências.
Aos vinte anos sabia já
distinguir as ervas
curava com esmero os golpes do gado.

Entretinha-se com o queixo.
E todos os Arroios
o conheciam de sol a sol.

Aos vinte e seis anos
casou com Dourada, a rapariga débil.
Aos trinta
viu realizar-se um sonho antigo:
receber os primos no pátio.
Abriu então cervejas
fritou amêndoas
falou pela primeira vez de nostalgia.



Daniel Maia-Pinto Rodrigues in “A história do pastor”
Pintura de Kristin Baker (“Washzert Suisse”), Acrylic on Mylar, (2005), retirada daqui.


Canela

2 comentários:

Anónimo disse...

Já percebi donde vem a nostalgia...
Piro

Anónimo disse...

Verdade?! Verdadinha?!
E, eu que ia jurar que era MELANCOLIA :)